"Só faltava levar o barrete na mão e levar a mão estendida a pedir esmola à senhora que, de repente, aparece como a dona ou a mandona da Europa, da tal União Europeia a 27 que neste momento é dirigida por essa grande potência." A declaração é do secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, e critica o encontro entre o primeiro-ministro, José Sócrates, e a chanceler alemã, Angela Merkel, para preparar a cimeira de ministros das Finanças de quarta-feira.
PÚBLICO
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Como já afirmámos aqui, anteriormente, o primeiro-ministro José Sócrates foi a despacho a Berlim, para submeter à chanceler Ângela Merkel um novo PEC, que será o terceiro, e que contém mais medidas de austeridade para os trabalhadores portugueses. É evidente que a linguagem diplomática, talhada intencionalmente, para esconder da opinião pública os aspectos mais gravosos, rodeou-se de todas as cautelas, para que aquela reunião fosse considerada uma reunião inter pares. Mas, na realidade, em Berlim, Angela Merkel assumiu o papel de primus inter pares.
Os sinais de que novas medidas de austeridade se aproximam foram dados em Lisboa, na semana passada, pelo primeiro-ministro, José Sócrates, e do ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, quando ambos reafirmaram a sua determinação do tomar medidas adicionais, caso fosse necessário, para conseguir atingir o défice orçamental, previsto no Orçamento de Estado de 2011.
Por outro lado, para obter a boa vontade da chanceler, quanto às pretensões portuguesas, José Sócrates manifestou o apoio condicional de Portugal ao Pacto de Competitividade e Convergência, que a Alemanha quer impor aos países do Euro, questão que não está a ser pacífica, já que muitos desses países já se pronunciaram negativamente.
Por outro lado, para obter a boa vontade da chanceler, quanto às pretensões portuguesas, José Sócrates manifestou o apoio condicional de Portugal ao Pacto de Competitividade e Convergência, que a Alemanha quer impor aos países do Euro, questão que não está a ser pacífica, já que muitos desses países já se pronunciaram negativamente.
A posição da Alemanha, em relação à sua disponibilidade para flexibilizar o apoio aos países com elevados défices orçamentais, aumentando as dotações para o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, já está há muito definida. O ministro das Finanças de Angela Merkel, Wolfgang Schaeuble, afirmou na semana passada recusar um recuo da Alemanha nas condições fixadas nos pacotes de ajuda aos países do euro. No mesmo sentido, pronunciou-se o demissionário director do banco central alemão.
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