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quinta-feira, 1 de junho de 2017

O que é que falta para federar a Europa?

 

Comissão sugere que cargo de presidente
do Eurogrupo passe a ser permanente

A Comissão Europeia sugeriu esta quarta-feira quer institucionalizar o Eurogrupo e sugere a criação de um posto de presidente em permanência, ao contrário da rotatividade atual decidida pelos ministros, que, a partir de 2019, podia também assumir no futuro a liderança de uma espécie de Ministério das Finanças da zona euro.
Na documento publicado hoje com a reflexão sobre o aprofundamento da União Económica e Monetária até 2025, a Comissão sugere dar poder de decisão ao Eurogrupo, atualmente um grupo informal, o que, por sua vez, “justificaria a nomeação de um presidente a tempo inteiro”.
No longo prazo, com o alargamento da zona euro – que a Comissão também defende que deve continuar a acontecer até chegar a todos os membros da UE – o Eurogrupo poderia passar a ter a mesma configuração que o Conselho da União Europeia, onde normalmente são ratificadas as decisões acordadas pelo Eurogrupo.
A sugestão para as mudanças no Eurogrupo não se ficam por aqui. A Comissão defende uma ideia, já antiga, de vir a ser criado uma espécie de Ministério das Finanças da zona euro, para melhor integrar também na vertente orçamental os países do euro. Esse Ministério poderia passar a assumir um papel atualmente assumido pela Comissão Europeia, o da supervisão orçamental e a gestão da estabilidade macroeconómica na zona euro.
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O que é que falta para federar a Europa?

O que é que falta para federar a Europa, perdendo, os respectivos países, a sua soberania, que passava para Berlim, por mediação de Bruxelas?
A Alemanha elevou-se a grande potência económica - através dos vários mecanismos de troca desigual, facilitados pelas instituições europeias, que lhe obedecem inteiramente - à custa dos restantes países europeus, principalmente os do sul. E, agora, pretende avançar em força, com uma política de mais inclusão - um eufemismo que transporta ocultamente uma ideia federalista - a fim de poder competir com o mundo anglo-saxónico, liderado pelos EUA.. Tal como aconteceu até ao momento, a factura deste ambicioso projecto será paga por todos os países da UE, mas os lucros, na sua maior parte, ficarão em Berlim.
Alexandre de Castro
2017 06 01

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Países mais pequenos têm sido "os mais duros com a Grécia"


"Eu fiz todos estes esforços, estamos muito melhor, agora vocês também têm de fazê-los", dizem os países pequenos à Grécia.

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Trata-se de uma manifestação infantil de um grande complexo de inferioridade.No caso de Portugal, dizer que o país está melhor é uma grande falácia. O crescimento da economia é raquítico, a dívida pública aumentou, e, a manter-se a atual política, terá de haver muito mais austeridade para a a pagar, e é por isso que o FMI e a Comissão Europeia têm vindo a dizer, constantemente, que é necessário cortar mais nas pensões e nos salários. O desemprego continua elevado, e o desemprego de longa duração já penetrou nas gerações mais novas, o que é muito grave.O único indicador macro-económico que o governo controlou foi o défice orçamental. Mas isto é o mais fácil, pois até um porteiro do Ministério das Finanças conseguiria aumentar os impostos e cortar nas pensões, nos salários e nas despesas dos serviços sociais. E se Portugal passou no exame da troika e saiu do plano de ajustamento, no ano passado, é porque um segundo caso de fracasso, depois do da Grécia, faria cair por terra a validade do modelo austeritário aplicado. Por outro lado, também se impunha a necessidade de premiar a fidelidade, humilhantemente canina, de Passos Coelho e do seu governo. 
Em 2016, iremos ser duramente ser confrontados com a verdade. Quem anda a dizer que Portugal não é a Grécia está profundamente enganado. Portugal anda apenas atrasado um ano e meio, em relação ao único país que soube bater o pé e dizer não.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Notas do meu rodapé: A Grécia não perdeu a guerra. Perdeu apenas uma batalha (2)


Tsipras diz que acordo com o Eurogrupo “deixa para trás a austeridade"
“Ganhámos uma batalha mas não a guerra. As dificuldades reais estão à nossa frente”, afirmou o primeiro-ministro grego numa declaração televisiva em que prometeu que os despedimentos e os cortes não vão voltar.

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Deixem-me manifestar uma ponta de vaidade. Ontem, por volta da meia-noite, e muitas horas antes de Alexis Tsipras prestar as primeiras declarações sobre o "promissor" entendimento entre o Eurogrupo e o governo grego, eu escrevi aqui e na minha página do Facebook uma análise sucinta àquele entendimento, subordinada ao título " A Grécia não perdeu a guerra. Perdeu apenas uma batalha", metáfora que o primeiro-ministro grego também veio a utilizar, para demonstrar que a Grécia conseguiu marcar pontos na sua trajetória para estancar o ciclo evolutivo da espiral austeritária. Esta coincidência, a nível da formulação verbal, deu-me a certeza de que a minha avaliação do resultado da reunião do Eurogrupo com o ministro das Finanças grego estava correta.
E está correta. Se o governo grego mostrou flexibilidade negocial, ao retirar algumas das exigências iniciais, também o Eurogrupo, até ali arrogante e intransigente, teve de ceder. E cedeu precisamente no aspeto mais importante exigido aos países intervencionados pelas três instituições da troika: o equilíbrio orçamental, que é objetivo central que inspira todas as medidas de austeridade assumidas pelos governos intervencionadas, mesmo aquelas que parecem desligadas da prossecução daquele objetivo, como foi o caso, entre nós, da realização dos exames aos professores, para poderem dar aulas e, mais recentemente, os acordos com algumas autarquias, para as quais vão ser transferidas algumas competências do poder central, nas áreas da Saúde e da Educação. Estas duas medidas têm marcadamente fins financeiros, embora dissimulados e encobertos, pois destinam-se a aliviar a despesa do Estado. A primeira tem efeitos imediatos, através da redução de efetivos, na área da docência das escolas. E a segunda tem efeitos dilatórios, pois no futuro os governos vão progressivamente reduzindo, sem alarme social, as verbas orçamentais a transferir para os municípios.
Quando eu, ontem, dizia, que o governo grego conseguiu anular as medidas de austeridade futuras, que já estavam programadas pelo governo anterior, é porque o Eurogrupo deixou cair a cláusula imposta à Grécia, pela troika, de alcançar um saldo primário orçamental de três por cento, no corrente ano.
Agora, apenas falta que, na segunda feira, os representantes das três instituições da troika concordem com o plano de reformas, a apresentar pelo governo grego, para garantir que o balanço financeiro da Grécia não comprometa a sustentabilidade de situações já adquiridas anteriormente (e foi deste lado da questão que o governo grego perdeu a batalha). No entanto, a guerra não está perdida.
AC

Notas do meu rodapé: A Grécia não perdeu a guerra. Perdeu apenas uma batalha


À primeira vista, lendo as notícias sobre o acordo a que chegaram os ministros das Finanças do Eurogrupo, em relação à Grécia, fica a amarga sensação que o governo grego sofreu uma derrota. Mas não é bem assim. Apertado pelas necessidades de financiamento a curto-prazo, o que retirava espaço de manobra ao ministro das Finanças grego, a Grécia conseguiu obter o prolongamento, por mais quatro meses, do atual programa da troika, que terminaria em finais deste mês, período durante o qual nenhuma imposição austeritária poderá ser feita pelo Eurogrupo, ao mesmo tempo que o governo de Atenas renuncia a tomar medidas que aumentem a despesa do Estado. Isto quer dizer que o povo grego não vai, para já, beneficiar da prometida redução da austeridade, através, entre outras medidas, do aumento do salário mínimo, mas, em contrapartida, essa austeridade não irá agravar-se, o que inevitavelmente aconteceria se um governo de direita continuasse no poder. E isto, porque, para a Grécia cumprir o objetivo, estabelecido com a troika, de atingir um saldo primário orçamental de mais três por cento, este ano, e mais quatro por cento em 2016, seria necessário decretar mais austeridade, quase da mesma amplitude do que aquela que já foi imposta.
Por outro lado, o governo de Atenas espera ganhar tempo, para que, daqui a quatro meses, reúna condições mais favoráveis para obter mais cedências da Europa.
Por sua vez, os governos mais fundamentalistas, com o governo alemão à cabeça, seguido caninamente pelos governos de Portugal e Espanha, esperam a desmobilização dos apoiantes gregos e europeus, em relação ao seu apoio ao Syrisa, para depois meterem a Grécia num colete de forças e impor mais austeridade no futuro.
Por isto tudo, pode-se dizer que a Grécia não perdeu a guerra. Ela apenas perdeu uma batalha.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

A humilhação não paga dívidas


A carta, que mostra já uma grande boa vontade do Syriza em negociar, mal tinha saído de Atenas e já um porta-voz do Ministério das Finanças da Alemanha lia um comunicado a dizer que o pedido da Grécia não cumpria os requisitos mínimos do Eurogrupo. Uma posição de inflexibilidade que parece fechar portas à discussão e que só serve para humilhar os gregos e os seus representantes. E assim não há negociação que aguente. Pelo menos uma que seja feita com alguma dignidade.

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Tudo o que está a acontecer, em relação ao atual problema da Grécia, mostra uma coisa, que eu já assinalei várias vezes: a deriva totalitária e arrogante da Alemanha, na liderança da Europa. 
Ainda irá chegar o dia, em que a França tenha também de se ajoelhar, de forma humilhante, perante o seu histórico rival, num ajuste das velhas contas do século passado.
Deixo novamente uma minha afirmação, que já é recorrente: A Hitler de saias está a fazer com o garrote do euro e da dívida, aquilo que o Hitler do bigodinho e da guedelha não conseguiu fazer com os tanques e os canhões.