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domingo, 30 de outubro de 2011

Na Alemanha, foi assim que começou a perseguição aos judeus...

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Painel exposto numa rua de uma cidade alemã (imagem recebida por email)
No século XX, a Alemanha tentou duas vezes, através das armas, dominar a Europa. Perdeu sempre. Agora, procura alcançar o mesmo objectivo com a ditadura do euro. Prescinde das forças da  Wehrmacht, mas está a impor o ideário de um fascismo de novo tipo, o fascismo financeiro alemão. Em Portugal, tem fiéis servidores.

Segunda Guerra - [4 de 4] - Apocalipse - Documentário Completo

Próximo ano será o "bilhete para sair da crise"

Próximo ano será o "bilhete para sair da crise"
Fotografia do Diário de Notícias
O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, admitiu hoje, em Brasília, que 2012 deverá ser o ano "mais difícil" dentro do plano de ajustamentos que o país está a implementar.
"O próximo ano será porventura o ano mais difícil do ajustamento que vamos realizar, mas vale a pena fazê-lo porque é o nosso bilhete para sair da crise", afirmou à Lusa o primeiro-ministro, após encontro com o presidente do Congresso brasileiro, José Sarney.
Diário de Notícias
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À cautela, eu vou comprar o bilhete de ida e volta.
http://www.dn.pt/politica/interior.aspx?content_id=2087443

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Uma machadada muito certeira para rachar de alto a baixo um Cavaco - por António Maria dos Santos

Do WEHAVEKAOSINTHEGARDEN
Carta aberta

Carta Aberta ao venerando chefe do estado a que isto chegou
Senhor Presidente
Há muito muito tempo, nos dias depois que Abril floriu e a Europa se abriu de par em par, foi V.Exa por mandato popular encarregue de nos fazer fruir dessa Europa do Mercado Comum, clube dos ricos a que iludidos aderimos, fiados no dinheiro fácil do FEDER, do FEOGA, das ajudas de coesão e mais liberalidades que, pouco acostumados, aceitámos de olhar reluzente, estranhando como fácil e rápido era passar de rincão estagnado e órfão do Império para a mesa dos poderosos que, qual varinha mágica, nos multiplicariam as estradas, aumentariam os direitos, facilitariam o crédito e conduziriam ao Olimpo até aí inatingível do mundo desenvolvido. Havia pequenos senãos, arrancar vinhas, abater barcos, não empatar quem produzisse tomate em Itália ou conservas em Marrocos, coisa pouca e necessária por via da previdente PAC, mas, estando o cheque passado e com cobertura, de inauguração em inauguração, o país antes incrédulo, crescia, dava formação a jovens, animava a construção civil , os resorts de Punta Cana e os veículos topo de gama do momento. Do alto do púlpito, que fora do Obreiro da Nação durante o Estado Novo, V.Exa passaria à História como o Modernizador, campeão do empreendedorismo, símbolo da devoção à causa pública, estóico servidor do povo a partir da marquise esconsa da casa da Rua do Possôlo. Era o aplicado aluno de Bruxelas, o exemplo a seguir no Mediterrâneo, o desbravador do progresso, com o mapa de estradas do ACP permanentemente desactualizado. O tecido empresarial crescia, com pés de barro e frágeis sapatas, mas que interessava, havia pão e circo, CCB e Expo, pontes e viadutos, Fundo Social Europeu e tudo o que mais se quisesse imaginar, à sombra de bafejados oásis de leite e mel, Continentes e Amoreiras, e mais catedrais escancaradas com um simples cartão Visa.
Ao fim de dez anos, um pouco mais que o Criador ao fim de sete, vendo a Obra pronta, V.Exa descansou, e retirou-se. Tentou Belém, mas ingrato, o povo condenou-o a anos no deserto, enquanto aprendizes prosseguiam a sanha fontista e inebriante erguida atrás dos cantos de sereia, apelando ao esbanjamento e luxúria.
No início do novo século, preocupantes sinais do Purgatório indicaram fragilidades na Obra, mas jorrando fundos e verbas, coisa de temerários do Restelo se lhe chamou. À porta estava o novo bezerro de ouro, o euro, a moeda dos fortes, e fortes agora com ela seguiríamos, poderosos, iguais. Do retiro tranquilo, à sombra da modesta reforma de servidor do Estado, livros e loas emulando as virtudes do novo filão foram por V.Exa endossados , qual pitonisa dos futuros que cantam, sob o euro sem nódoa, moeda de fortes e milagreiro caminho para o glorioso domínio da Europa. Migalha a migalha, bitaite a bitaite, foi V.Exa pacientemente cozendo o seu novelo, até que, uma bela manhã de nevoeiro, do púlpito do CCB, filho da dilecta obra, anunciou aos atarantados povos estar de volta, pronto a servir. Não que as gentes o merecessem, mas o país reclamava seriedade, contenção, morgados do Algarve em vez de ostras socialistas. Seria o supremo trono agora, com os guisados da Maria e o apoio de esforçados amigos que, fruto de muito suor e trabalho, haviam vingado no exigente mundo dos negócios, em prol do progresso e do desenvolvimento do país.
Salivando o povo à passagem do Mestre, regressado dos mortos, sem escolhos o conduziram a Belém, onde petiscando umas pataniscas e bolo-rei sem fava, presidiria, qual reitor, às traquinices dos pupilos, por veladas e paternais palavras ameaçando reguadas ou castigos contra a parede. E não contentes, o repetiram segunda vez, e V. Exa, com pungente sacrifício lá continuou aquilíneo cônsul da república, perorando homilias nos dias da pátria e avisando ameaçador contra os perigos e tormentas que os irrequietos alunos não logravam conter. Que preciso era voltar à terra e ao arado, à faina e à vindima, vaticinou V.Exa, coveiro das hortas e traineiras; que chegava de obras faraónicas, alertou, qual faraó de Boliqueime e campeão do betão; que chegava de sacrifícios, estando uns ao leme, para logo aconselhar conformismo e paciência mal mudou o piloto.Eremita das fragas, paroquial chefe de família, personagem de Camilo e Agustina, desprezando os políticos profissionais mas esquecendo que por junto é o profissional da política há mais anos no poder, preside hoje V.Exa ao país ingrato que, em vinte anos, qual bruxedo ou mau olhado, lhe destruiu a obra feita, como vil criatura que desperta do covil se virou contra o criador, hoje apenas pálida esfinge, arrastando-se entre a solidão de Belém e prosaicas cerimónias com bombeiros e ranchos.Trinta anos, leva em cena a peça de V.Exa no palco da política, com grandes enchentes no início e grupos arregimentados e idosos na actualidade. Mas, chegando ao fim o terceiro acto, longe da epopeia em que o Bem vence o Mal e todos ficam felizes para sempre, tema V.Exa pelo juízo da História, que, caridosa, talvez em duas linhas de rodapé recorde um fugaz Aníbal, amante de bolo-rei e desconhecedor dos Lusíadas, que durante uns anos pairou como Midas multiplicador e hoje mais não é que um aflito Hamlet nas muralhas de Elsinore, transformado que foi o ouro do bezerro em serradura e sobrevivendo pusilânime como cinzento Chefe do estado a que isto chegou, não obstante a convicção, que acredito tenha, de ter feito o seu melhor.
Respeitoso e Suburbano, devidamente autorizado pela Sacrossanta Troika
António Maria dos Santos
Sobrevivente (ainda) do Cataclismo de 2011
 
Amabilidade da Ana Goulart

Agradecimento

O editor do Alpendre da Lua manifesta o seu agradecimento à Cristina Trincheiras, pela sua decisão de se inscrever como amiga deste blogue.

Segunda Guerra - [2 de 4] - Apocalipse - Documentário Completo

Agradecimento

O editor do Alpendre da Lua manifesta o seu agradecimento à Mafalda, pela sua decisão de se inscrever como amiga deste blogue.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Crimes financeiros. FBI prende ex-director da Goldman Sachs sob acusações de inside trading

Rajat Gupta era um dis homens mais respeitado no mundo da alta finança
“One down, hundreds to go” (um já está, faltam centenas) foi a reacção de alguns seguidores das páginas de movimentos ligados ao Occupy Wall Street no Facebook assim que a notícia foi publicada: Rajat Gupta, ex-director da instituição financeira norte-americana Goldman Sachs, entregou-se às autoridades federais dos Estados Unidos para ser julgado por crimes financeiros.
Um dos mais respeitados nomes da elite do mundo financeiro foi detido pelo FBI na manhã de ontem, em Nova Iorque, uma hora depois de duas fontes da Goldman Sachs terem avançado sob anonimato à AFP que o ex-CEO pretendia entregar-se às autoridades – depois de ter sido indiciado por uso ilegal de informações privilegiadas para obter lucro nos mercados, o famigerado inside trading.
O FBI emitira um mandado de captura para Gupta por, entre outras coisas, ter alegadamente passado informações sobre o investimento de cinco mil milhões de dólares do multimilionário Warren Buffett na instituição em 2008 ao também multimilionário Raj Rajaratnam, condenado a 11 anos de prisão no dia 13 por um tribunal de Nova Iorque pelo mesmo crime.
Até agora, Gupta é o mais importante detido na lista do procurador-geral norte-americano Preet Bharhara, que lançou uma guerra declarada no início deste ano para deter e condenar todos os responsáveis pela actual crise económica e financeira, que estalou em 2008.
E se provas faltavam de que as instituições financeiras, banqueiros e agências de rating têm responsabilidades no problema, as chamadas registadas nos telefones de Gupta abriram portas aos investigadores.
Suspeita-se que os registos recuperados pelo FBI mostram ligações do norte-americano (nascido no Sri Lanka e ex-director do Galleon Group, um dos fundos de investimento cujo principal objectivo é obter ganhos independentemente do desempenho no mercado) a muitos outros membros da elite financeira. Mas, para já, apenas Gupta foi apanhado na rede. Gary Naftalis, o seu advogado, já referiu que este “está inocente”.
Jornal "i"
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O azar de Rajat Gupta foi não ter escolhido Portugal para desenvolver os seus negócios. Portugal é um autêntico paraíso terrestre, com boa comida, gente simpática e tolerante, com muito sol e, principalmente, com uma justiça muito benevolente para com a gente graúda. Aqui, em Portugal, políticos, banqueiros e quejandos passam impunemente ao lado das leis. E se algum deles é apanhado com a boca na botija ou com as calças na mão, rapidamente são accionadas todas as formalidades "garantísticas", que, por sua vez, conduzem ao protelamento das investigações e dos julgamentos. A parcialidade da justiça portuguesa é escandalosa. Uma certa aristocracia de um novo tipo (já não aquela que injectava no sangue tinta azul) acaba por ficar impune, em relação aos crimes de colarinho branco. Neste aspecto, pouco se evoluiu desde a Idade Média, em que as penas eram diferenciadas para cada uma das três classes em que se estruturava a sociedade.
Nos Estados Unidos não é bem assim. O seu sistema judicial não é permissivo às influências dos diversos poderes. Os últimos casos conhecidos assim o demonstram. A condição social dos suspeitos e dos arguidos não condiciona o salutar exercício de uma justiça equitativa. 
Na realidade, o azar de  Rajat Gupta foi não ter nascido em Portugal. Ficava bem no retrato, ao lado de Jardim Gonçalves, de Oliveira e Costa e de João Rendeiro. E dos políticos, nem se fala!

Agradecimento

O editor do Alpendre da Lua manifesta o seu agradecimento à Abuelita Mamen, pela sua decisão de se inscrever como amiga deste blogue.

Segunda Guerra - [1 de 4] - Apocalipse - Documentário Completo

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Agradecimento


O editor do Alpendre da Lua manifesta o seu agradecimento ao Valmir Flor da Silva, pela sua decisão de se inscrever como amigo deste blogue.

Kadafi será enterrado no deserto líbio

O corpo de Muammar Kadafi será enterrado, esta terça-feira, num lugar secreto no deserto líbio. Segundo uma fonte do Conselho Nacional de Transição, será uma cerimónia simples, com a presença de clérigos muçulmanos.
Jornal de Notícias
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Quando se decide enterrar um homem num local secreto, é porque alguém tem medo que ele venha a ressuscitar. É que há homens que poderão ter mais força na sua sepultura do que durante toda a sua vida. Foi chocante, tal como já tinha acontecido com o enforcamento de Sadam Hussein, a impúdica exibição pública do cadáver mutilado de Kadafi. Regressa-se ao tempo da barbárie, em que os vencedores exibiam triunfalmente as cabeças decapitadas dos inimigos, espetadas nas pontas das espadas e de paus. O espectáculo foi obsceno e infame. Não houve aquela piedade generosa que enobrece os vencedores, porque, aqui, os vencedores eram ao mesmo tempo criminosos.
É preciso dizer que Kadafi não foi apeado pelo seu povo. Tratou-se de uma conspiração internacional, orquestrada pelo imperialismo americano e que contou com a colaboração dos países árabes do Golfo, cujos dirigentes odiavam Kadafi. Foi a França que, desta vez, sujou as mãos, na encenação da rebelião, utilizando soldados do Qatar, que misturados com a população da região da Líbia, onde Kadafi não era popular, e apoiados pelos violentos bombardeamentos da aviação dos países ocidentais envolvidos, rapidamente empunharam armas sofisticadas para combater em terra o exército líbio.
Kadafi teve o azar de desafiar o império, não cumprindo a ordem de apenas receber dólares para o pagamento das vendas de petróleo e de ter cometido a ousadia de introduzir no sistema financeiro do seu país o padrão-ouro. Por isso, foi considerado um ditador mau. Os ditadores bons, esses, podem continuar sossegados na cadeira do poder, e violentar os seus povos, que o império não os incomodará.

Agradecimento

O editor do Alpendre da Lua manifesta o seu agradecimento à Mónica Carvalho, pela sua decisão de se inscrever como amiga deste blogue.

Micro contos: S/Título

Guardava os olhos em duas covas profundas cavadas no rosto. Num outro buraco escuro, escondia um coração negro e pesado. Os seus passos eram como um permanente caminhar pelo corredor da morte. Arrastava os pés, sulcando no chão regos onde semeava sementes de solidão de onde viriam a brotar tristeza. Chama-se Alzira, mas quase todos a chamavam velha cigana. Apesar de todo o amor que tinha para dar, todos a rechaçaram e ninguém a amou como merecia
Autor(a): Odemira

Mais qualquer coisa

Anabela Fino
«Há medidas que nos tocam nas telhas da casa, no automóvel ou nas férias, mas estas entram-nos na casa e na cozinha. Entram-nos no estômago, na saúde». As palavras do bispo emérito de Setúbal, D. Manuel Martins, não podiam ser mais singelas e no entanto, ou precisamente por isso, exprimem de modo ímpar a tragédia que ameaça submergir o País caso se concretizem as medidas constantes no Orçamento do Estado para 2012.
Ouvir alguém como D. Manuel Martins – que sempre soube dar voz aos que não têm voz – dizer que as medidas anunciadas por Passos Coelho foram «um tiro no peito» e que «este tipo de democracia não serve, é uma farsa de democracia», devia ser motivo de reflexão para todos os católicos, tenham ou não responsabilidades governativas. Porque aquilo a que se assistiu esta semana foi não só ao anúncio do mais brutal ataque às condições de vida dos portugueses e à democracia – até Cavaco Silva reconhece que estão a ser postos em causa direitos constitucionais –, mas também ao maior embuste alguma vez desencadeado pelo regime dito democrático. Já é um logro colossal dizer que «não há alternativa», mas é ainda intrujice maior pretender convencer os trabalhadores e o povo português de que este é o Cabo das Tormentas que temos de atravessar para chegar ao Cabo da Boa Esperança. As explicações do ministro das Finanças não deixam margem para dúvidas: os cortes nos subsídios de férias e de Natal dos trabalhadores da Administração Pública e das empresas públicas, dos pensionistas e dos reformados, que atingem um total de 2 milhões e 600 mil pessoas, são a forma mais rápida de o Governo reduzir despesas do Estado. Mas não dão, de forma alguma, qualquer garantia de protecção do emprego. Pelo contrário, no horizonte perfila-se o espectro de dezenas de milhares de despedimentos, que o Governo tenta escamotear sob a capa da reforma do Estado.
O mesmo se pode dizer relativamente aos trabalhadores do sector privado para quem o Executivo «propõe» um aumento da carga horária de trabalho de 2,5 horas por semana. São mais de três milhões de pessoas que de uma penada vão sofrer um corte salarial de 6,25 por cento, sendo que a medida pode provocar a eliminação de mais 250 mil postos de trabalho. Em que é que isto contribuiu para as contas públicas? Em nada. O resultado vai para os accionistas e patrões, que por esta via podem arrecadar, num ano, mais de sete mil milhões de euros.
Não terá sido por acaso que no dia seguinte ao anúncio das medidas os juros da dívida soberana portuguesa subiram em todos os prazos. Como não terá sido por acidente que o bem informado presidente do ISEG, João Duque, disse que 2013 «vai ser isto e mais alguma coisa em cima».
Ao contrário de D. Manuel Martins, esta gente fala de números, não de pessoas. Nada sabem da comida que falta na mesa, do remédio que não se pode comprar, da casa expropriada pela banca, do desespero de não ter trabalho, da dignidade roubada. São bestas ao serviço do capitalismo. Por isso mesmo é que toda a coragem é necessária e toda a resistência é legítima. Esse é o «mais qualquer coisa» que temos para dar.
Anabela Fino
In ODiario.info

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Angela Merkel oferece urso de peluche a Sarkozy


A chanceler alemã Angela Merkel ofereceu hoje ao presidente francês um urso de peluche pelo nascimento da filha Giulia na quarta-feira passada.
Diário de Notícias
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Não foi um! Foram dois, os ursos de peluche que Angela Merkel mandou comprar numa loja de chineses, em Bruxelas. Um para a Giulia e o outro para o próprio Sarkozy.
http://www.dn.pt/inicio/pessoas/interior.aspx?content_id=2076760

Descubra as diferenças...

Se não conseguiu encontrar as diferenças, está de parabéns. É sinal que é inteligente.

domingo, 23 de outubro de 2011

Agradecimento


O editor do Alpendre da Lua manifesta o seu agradecimento à Lu Zat, pela sua decisão de se inscrever como amiga deste blogue.

Deus é amor e o capitalismo é o seu sistema...

Retirado do Rebelión
Só não se sabe em que partido político ele vota, ou se é do Benfica ou do Sporting...

Agradecimento


O editor do Alpendre da Lua manifesta o seu agradecimento à Angela Flores, pela sua decisão de se inscrever como amiga deste blogue.

Fábulas para as Nações Jovens: O BURRO E AS DUAS MARGENS - Fernando Pessoa

O BURRO E AS DUAS MARGENS
É costume contar-se às crianças, quando começam a estar em idade de começar a ser estúpidas, uma história a propósito de um burro que chega à margem de um rio e não consegue passar para a outra margem.
O rio não tem ponte, o burro não sabe nadar, não há barca que o transporte. O que faz o burro? Depois de algum tempo de pensar, a criança diz que desiste. E então a pessoa adulta, que lhe pôs a adivinha, diz: O mesmo fez o burro. O que devia dizer era: És como o burro, porque assim é que a graça tem graça, se é que a tem.
Mas a história não se passou assim, e foi o burro mesmo que m'a contou.
O burro chegou à margem do rio, e queria passar para a outra margem. Verificou, efectivamente, e nesse particular a história é verídica como se narra, que (a) não havia ponte, (b) não havia barco, (c) ele, burro, não sabia nadar.
Então o burro pensou: O que faria um homem no meu caso? E, depois de pensar, pensou: Desistia. Pois bem, decidiu: Sou como o homem.
Porque, nesta adivinha, ninguém pensou numa coisa: é que o homem desistia também.

Moralidade:
A política partidária é a arte de dizer a mesma coisa de duas maneiras diferentes. O melhor é dizer em segundo lugar, porque como é o homem que faz a adivinha, adiante vai o burro.

Moralidade:
Cuidado com o avesso.
Cuidado com os tecidos políticos que se podem virar do avesso.
Fernando Pessoa
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s.d.
Pessoa Inédito. Fernando Pessoa. (Orientação, coordenação e prefácio de Teresa Rita Lopes). Lisboa: Livros Horizonte, 1993.
- 270.
«Fábulas para as Nações Jovens».

Agradecimento


O editor do Alpendre da Lua manifesta o seu agradecimento ao António E. Pereira, pela sua decisão de se inscrever como amigo deste blogue.

Blogues de António E. Pereira:

Portugal deu contributo positivo para plano de recapitalização dos bancos, diz Passos


O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, esclareceu hoje que Portugal “não apresentou reservas” quanto ao plano para a recapitalização dos bancos, tendo até dado um “contributo bastante positivo” para a fórmula acordada em Bruxelas.
PÚBLICO
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Os bons alunos são assim. Fazem sempre o que o professor manda.
http://economia.publico.pt/Noticia/portugal-deu-contributo-positivo-para-plano-de-recapitalizacao-dos-bancos-diz-passos_1517840

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O editor do Alpendre da Lua manifesta o seu agradecimento ao somanogg, pela sua decisão de se inscrever como amigo deste blogue.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O Quarto Reich: A guerra pode ter já recomeçado

A inflamada declaração de Angela Merkel, numa entrevista à televisão pública alemã, ARD, em que sugere a perda de soberania para os países incumpridores das metas orçamentais, bem como a revelação sobre o papel da célebre família alemã Quandt, durante o Terceiro Reich, ligam-se, como peças de puzzle, a uma cadeia de coincidências inquietantes. Gunther Quandt foi, nos anos 40, o patriarca de uma família que ainda hoje controla a BMW e gere uma fortuna de 20 mil milhões de euros. Compagon de route de Hitler, filiado no partido Nazi, relacionado com Joseph Goebbels, Quandt beneficiou, como quase todos os barões da pesada indústria alemã, de mão-de-obra escrava, recrutada entre judeus, polacos, checos, húngaros, russos, mas também franceses e belgas. Depois da guerra, um seu filho, Herbert, também envolvido com Hitler, salvou a BMW da insolvência, tornando-se, no final dos anos 50, uma das grandes figuras do milagre económico alemão. Esta investigação, que iliba a BMW mas não o antigo chefe do clã Quandt, pode ser a abertura de uma verdadeira caixa de Pandora. Afinal, o poderio da indústria alemã assentaria diretamente num sistema bélico baseado na escravatura, na pilhagem e no massacre. E os seus beneficiários nunca teriam sido punidos, nem os seus empórios desmantelados. As discussões do pós-Guerra, incluíam, para alguns estrategas, a desindustrialização pura e simples da Alemanha - algo que o Plano Marshal, as necessidades da Guerra Fria e os fundadores da Comunidade Económica Europeia evitaram. Assim, o poderio teutónico manteve-se como motor da Europa. Gunther e Herbert Quandt foram protagonistas deste desfecho. Esta história invoca um romance recente de um jornalista e escritor de origem britânica, a viver na Hungria, intitulado "O protocolo Budapeste". No livro, Adam Lebor ficciona sobre um suposto diretório alemão, que teria como missão restabelecer o domínio da Alemanha, não pela força das armas, mas da economia. Um dos passos fulcrais seria o da criação de uma moeda única que obrigasse os países a submeterem-se a uma ditadura orçamental imposta desde Berlim. O outro, descapitalizar os Estados periféricos, provocar o seu endividamento, atacando-os, depois, pela asfixia dos juros da dívida, de forma a passar a controlar, por preços de saldo, empresas estatais estratégicas, através de privatizações forçadas. Para isso, o diretório faria eleger governos dóceis em toda a Europa, munindo-se de políticos-fantoche em cargos decisivos em Bruxelas - presidência da Comissão e, finalmente, presidência da União Europeia. Adam Lebor não é português - nem a narração da sua trama se desenvolve cá. Mas os pontos de contacto com a realidade, tão eloquentemente avivada pelas declarações de Merkel, são irresistíveis. Aliás, "não é muito inteligente imaginar que numa casa tão apinhada como a Europa, uma comunidade de povos seja capaz de manter diferentes sistemas legais e diferentes conceitos legais durante muito tempo." Quem disse isto foi Adolf Hitler. A pax germânica seria o destino de "um continente em paz, livre das suas barreiras e obstáculos, onde a história e a geografia se encontram, finalmente, reconciliadas" - palavras de Giscard d'Estaing, redator do projeto de Constituição europeia. É um facto que a Europa aparenta estar em paz. Mas a guerra pode ter já recomeçado.
Filipe Luís
Visão de 5 de Out de 2011
Amabilidade do João Grazina
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A ideia central deste texto coincide com aquilo que aqui tenho afirmado, várias vezes: Está a nascer uma nova forma de fascismo, o fascismo financeiro da Alemanha; Angela Merkel pretende fazer com o rolo compressor do euro o que Hitler não conseguiu com os tanques e os submarinos. Se a guerra é a política por outros meios, agora, a guerra está a fazer-se através da economia.

Agradecimento

O editor do Alpendre da Lua manifesta o seu agradecimento à Cristina Silva, pela sua decisão de se inscrever como amiga deste blogue.

Ministro recebe subsídio apesar de passar a semana em casa própria na capital

A assessoria de imprensa do Ministério da Administração Interna
afirma que o subsídio é legal (PÚBLICO/Nuno Ferreira Santos/Arquivo)
O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, recebe todos os meses cerca de 1400 euros por subsídio de alojamento apesar de ter um apartamento seu na área de Lisboa onde reside durante toda a semana. A assessoria de imprensa do Ministério da Administração Interna (MAI) afirma que o subsídio é legal, uma vez que o governante tem a sua residência permanente em Braga.
PÚBLICO
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Este homem também é um daqueles que vem à televisão dizer que todos têm de fazer sacrifícios...

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Agradecimento

O editor do Alpendre da Lua manifesta o seu agradecimento ao João Afonso, pela sua decisão de se inscrever como amigo deste blogue.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O dinheiro da Segurança Social não é do Estado. É dos pensionistas...


O Presidente da República teme que os sacrifícios pedidos aos pensionistas já ultrapassem o razoável. "Receio que possamos estar no limite dos sacrifícios. Receio que para os pensionistas, por exemplo, já possamos ter ultrapassado o limite", sublinhou Cavaco à margem do Congresso da Ordem dos Economistas.
Diário Económico
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As primeiras vítimas das medidas de austeridade, consignadas nos diversos PEC do governo de José Sócrates, foram os desempregados e os pensionistas da Segurança Social. A selecção destes dois segmentos populacionais não foi feita ao acaso. Trata-se de grupos de cidadãos muito vulneráveis e fragilizados, que já não têm capacidade de resposta. Não têm sindicatos próprios, que defendam os seus interesses específicos, nem podem fazer greves. A própria sociedade considera-os um desperdício. Por isso, exceptuando as posições assumidas pelo Partido Comunista Português e pelos dirigentes da Intersindical, ninguém de prestígio e com força mediática veio a terreiro denunciar a injustiça.
Agora, é o actual governo de Passos Coelho, que através do Orçamento de Estado, vem anunciar mais um esbulho a esses pensionistas, alinhando-os injustamente com o funcionários públicos, na suspensão dos subsídios de férias e de Natal.
No dia em que foi apresentado o orçamento do próximo ano, a vozearia dos meios de comunicação social apenas realçou a incidência dessa medida no funcionalismo público, deixando para segundo plano a situação dos reformados, que, ao contrário dos funcionários do Estado, já tinham sido barbaramente castigados por José Sócrates. Houve até a preocupação de fazer cálculos, para se perceber o impacto destas brutais medidas no seu poder de compra, preocupação que não foi extensiva à situação dos reformados da Segurança Social, cujas pensões não foram actualizadas em 2011, nem o serão nos próximos dois anos.
Mas existe uma outra dimensão do problema, de quem ninguém fala. O dinheiro dos reformados da Segurança Social não vem do Orçamento de Estado, nem dos impostos dos cidadãos. São o produto dos descontos dos trabalhadores e das suas empresas, ao longo das dezenas de anos da sua vida activa, o que retira o direito ao Estado de fazer uma qualquer apropriação ilícita, como é esta. O Estado poderá lançar impostos, sendo-lhe, no entanto, impedido fazê-los incidir sobre um grupo social em particular, a fim de respeitar a equidade fiscal, mas não pode cortar arbitrariamente os valores das pensões e suspender os subsídios aos pensionistas da Segurança Social. O que este governo está a fazer a estes pensionistas, que já se encontram no último ciclo das suas vidas, e, por isso mesmo, muito fragilizados e indefesos, é uma fraude nojenta, um inqualificável roubo e uma iníqua rapina. Este comportamento do governo de Passos Coelho não dignifica o Estado de Direito.

Nota do editor: Um leitor (ver comentários) manifestou, e com razão, o seu desagrado pelo facto deste texto apenas referir o Partido Comunista Português e a Intersindical, como as únicas forças políticas que condenaram as medidas de austeridade consignadas nos diversos PEC do governo socialista de José Sócrates. A fim de dar uma maior visibilidade à reposição da verdade, transcrevo para a página principal o o respectivo comentário da resposta:
"Tem razão o leitor, João Afonso. Por lapso, não referi o Bloco de Esquerda, que, no Parlamento, através das brilhantes intervenções do seu líder, Francisco Louçã, denunciou com firmeza as medidas de austeridade dos vários PEC do governo de José Sócrates. Teria havido, também, protestos de várias associações de cidadãos, mas cuja voz não chegou aos jornais nem às televisões. Peço, pois, desculpas aos leitores por esta lamentável omissão, que não foi intencional. Ao João Afonso, o meu agradecimento pelo seu oportuno reparo".

http://economico.sapo.pt/noticias/e-injusto-reter-subsidios-so-na-funcao-publica-diz-cavaco_129412.html  

"Vou vender um produto muito especial que é Cascais

Lili Caneças, a raínha do jet-set, em Portugal, quer
vender Cascais para pagar a dívida do país.
Fotografia do Diário de Notícias

Para seleccionar um produto português merecedor de destaque Lili Caneças não precisou de procurar muito: encontrou-o à porta de casa. "Vou vender um produto muito especial que é Cascais. Vivo em Cascais há 57 anos e se estivesse no poder acho que vender Cascais era tão fácil. Porque Cascais podia ser feito das pessoas mais interessantes do mundo", salienta.
Diário de Notícias 
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Inútil, Lili Caneças. Já se vendeu o Martin Moniz e o Intendente aos paquistaneses, e o único resultado que se obteve foi aumentar o número de putas, que não contam para a contabilidade nacional, porque não passam recibo verde.
http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=2066800

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Bem prega o Frei Tomás! Olha para o que ele diz, não olhes para o que ele faz...

Amabilidade de M. Jorge Neves
**
Aqui, nestes apontamentos discursivos, Passos Coelho ainda não sabia que iria ser primeiro-ministro. Se o tivessem avisado, ele teria ficado calado.
Nota: É obrigatório divulgar este vídeo.

Ginecologia com homens

Já não é a primeira vez que a falta de camas na
unidade hospitalar de Almada é denunciada.
Fotografia e legenda do Correio da Manhã
A falta de camas no Hospital Garcia de Orta (HGO), em Almada, obriga ao internamento de homens numa área partilhada pelo Serviço de Ginecologia. É um doente que, num agradecimento aos médicos do serviço de Neurocirurgia, por lhes terem salvo a vida, acaba por denunciar a falta de camas. "Agradeço às grandes profissionais do Serviço de Ginecologia que me acolheu na recuperação pós-cirúrgica, uma vez que não havia camas na Neurocirurgia" lê-se num anúncio ontem publicado.
A medida, explica fonte do HGO, prende-se com a necessidade de aproveitar a capacidade de internamento do hospital. O HGO "garante a privacidade dos utentes". "As dificuldades de internamento são comuns a todos os hospitais e as camas não pertencem a um serviço, estão à disposição das necessidades dos hospitais." A mesma fonte acrescenta que aos hospitais é colocado um novo desafio: funcionar com menos camas e em regime de ambulatório. O objectivo é que os doentes sejam reencaminhados para casa no menor tempo possível, uma vez que estar num hospital implica um maior risco de infecção.
Em Fevereiro, o CM já tinha noticiado a presença de três homens no Serviço de Ginecologia do HGO, uma situação que causou estranheza e controvérsia entre os profissionais de saúde.
Ana Carvalho Vacas
Correio da Manhã 
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Eu até nem me importo, desde que não ponham os homens a parir.

Viagens em executiva para membros do Governo só em voos com mais de quatro horas

Voos em classe turística/económica passam a ser
obrigatórios em viagens até quatro horas
Fotografia: Carlos Lopes/PÚBLICO
Membros do Governo, chefes e adjuntos dos gabinetes ou chefes de missão diplomática deixam de poder viajar em classe executiva em voos até quatro horas, estabelece a proposta de Orçamento do Estado para 2012 que o Governo apresentou esta segunda-feira.
PÚBLICO
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Com esta medida, apenas são abrangidos os voos entre Lisboa e as Berlengas (uns ilhéu rochoso, do tamanho de uma casca de noz, a 150Km da capital *). Para outros destinos, aquele limite de quatro horas envolve o tempo de viagem de ida e volta. Caso venha a ser contabilizado o tempo da viagem entre o hotel e o aeroporto, também os voos para o Porto ou para Faro ficam de fora daquela medida restritiva. Se isto não chegar, para ultrapassar aquele inoportuno limite das quatro horas, telefona-se para a polícia a informar que há uma bomba a bordo.
* Informação necessária para os leitores brasileiros, que são muitos.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O Silva das vacas... - por Luís Manuel Cunha

Na realidade, Cavaco Silva, nas tiradas líricas, aqui um
pouco eróticas, supera o Américo Tomaz.
*
Algumas das reminiscências da minha escola primária têm a ver com vacas. Porque a D.ª Albertina, a professora, uma mulher escalavrada e seca, mais mirrada que uva-passa, tinha um inexplicável fascínio por vacas. Primavera e vacas. De forma que, ora mandava fazer redacções sobre a primavera, ora se fixava na temática da vaca. A vaca era, assim, um assunto predilecto e de desenvolvimento obrigatório, o que, pela sua recorrência, se tornava insuportavelmente repetitivo. Um dia, o Zeca da Maria "gorda", farto de escrever que a vaca era um mamífero vertebrado, quadrúpede ruminante e muito amigo do homem a quem ajudava no trabalho e a quem fornecia leite e carne, blá, blá, blá, decidiu, num verdadeiro impulso de rebelião criativa, explicar a coisa de outra forma. E, se bem me lembro ainda, escreveu mais ou menos isto:
"A vaca, tal como alguns homens, tem quatro patas, duas à frente, duas atrás, duas à direita e duas à esquerda. A vaca é um animal cercado de pêlos por todos os lados, ao contrário da península que só não é cercada por um. O rabo da vaca não lhe serve para extrair o leite, mas para enxotar as moscas e espalhar a bosta. Na cabeça, a vaca tem dois cornos pequenos e lá dentro tem mioleira, que o meu pai diz que faz muito bem à inteligência e, por não comer mioleira, é que o padre é burro como um tamanco. Diz o meu pai e eu concordo, porque, na doutrina, me obriga a saber umas merdas de que não percebo nada como as bem-aventuranças. A vaca dá leite por fora e carne por dentro, embora agora as vacas já não façam tanta falta, porque foi descoberto o leite em pó. A vaca é um animal triste todo o ano, excepto no dia em que vai ao boi, disse-me o pai do Valdemar "pauzinho", que é dono do boi onde vão todas as vacas da freguesia. Um dia perguntei ao meu pai o que era isso da vaca ir ao boi e levei logo um estalo no focinho. O meu pai também diz que a mulher do regedor é uma vaca e eu também não entendi. Mas, escarmentado, já nem lhe perguntei se ela também ia ao boi."
Foi assim. Escusado será dizer que a D.ª Albertina, pouco dada a brincadeiras criativas, afinfou no pobre do Zeca um enxerto de porrada a sério. Mas acabou definitivamente com a vaca como tema de redacção. Recordei-me desta história da D.ª Albertina e da vaca do Zeca da Maria "gorda", ao ler que Cavaco Silva, presidente da República desta vacaria indígena, em visita oficial ao Açores, saiu-se a certa altura com esta pérola vacum: "Ontem eu reparava no sorriso das vacas, estavam satisfeitíssimas olhando o pasto que começava a ficar verdejante"! Este homem, que se deixou rodear, no governo, pelo que viria a ser a maior corja de gatunos que Portugal politicamente produziu; este homem, inculto e ignorante, cuja cabeça é comparada metaforicamente ao sexo dos anjos; este político manhoso que sentiu necessidade de afirmar publicamente que tem de nascer duas vezes quem seja mais honesto que ele; este "cagarola" que foi humilhado por João Jardim e ficou calado; este homem que, desgraçadamente, foi eleito presidente da República de Portugal, no momento em que a miséria e a fome grassam pelo país, em que o desemprego se torna incontrolável, em que os pobres são miseravelmente espoliados a cada dia que passa, este homem, dizia, não tem mais nada para nos mostrar senão o fascínio pelo "sorriso das vacas", satisfeitíssimas olhando o pasto que começava a ficar verdejante"! Satisfeitíssimas, as vacas?! Logo agora, em tempos de inseminação artificial, em que as desgraçadas já nem sequer dispõem da felicidade de "ir ao boi", ao menos uma vez cada ano!
Noticiava há dias o Expresso que, há mais ou menos um ano e aquando de uma visita a uma exploração agrícola no âmbito do Roteiro da Juventude, Cavaco se confessou "surpreendidíssimo por ver que as vacas, umas atrás das outras, se encostavam ao robô e se sentiam deliciadas enquanto ele, durante seis ou sete minutos, realizava a ordenha"! Como se fosse possível alguma vaca poder sentir-se deliciada ao passar seis ou sete minutos com um robô a espremer-lhe as tetas!! Não sei se o fascínio de Cavaco por vacas terá ou não uma explicação freudiana. É possível. Porque este homem deve julgar-se o capataz de uma imensa vacaria, metáfora de um país chamado Portugal, onde há meia-dúzia de "vacas sagradas", essas sim com direito a atendimento personalizado pelo "boi", enquanto as outras são inexoravelmente "ordenhadas"! Sugadas sem piedade, até que das tetas não escorra mais nada e delas não reste senão peles penduradas, mirradas e sem proveito.
A este "Américo Tomás do século XXI" chamou um dia João Jardim, o "sr. Silva". Depreciativamente, conforme entendimento generalizado. Creio que não. Porque este homem deveria ser simplesmente "o Silva". O Silva das vacas. Presidente da República de Portugal. Desgraçadamente.

Luís Manuel Cunha
in «Jornal de Barcelos», 5 de Outubro, 2011
Amabilidade do Diamantino Silva

Nota do editor: Ou é um recalcamento freudiano, o que afecta, de forma pronunciada, o pensamento obsessivo de Cavaco Silva, ou, então, ele está a tentar ensinar aos políticos, como se devem ordenhar as tetas do Orçamento de Estado.

domingo, 16 de outubro de 2011

Empresa da CP encomenda 13 carros de luxo para chefes

A EMEF, com resultados negativos de 2,2 milhões de euros e um passivo de 71,7 milhões de euros em 2010, gasta 237 120 euros em veículos para directores.
O "Correio da Manhã" escreve que numa altura de cortes dos subsídios de férias e de Natal dos funcionários públicos e pensionistas, a EMEF - Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário, cujo único accionista é a CP, vai gastar 237.120 euros na aquisição de 13 carros topo de gama para directores.
A EMEF apresentou um resultado líquido negativo de 2,2 milhões de euros no seu Relatório e Contas no que respeita a 2010. O mesmo documento refere que a empresa tem um passivo de 71,7 milhões de euros. O accionista único da EMEF, a CP, registou resultados líquidos negativos no ano passado de 195,197 milhões de euros. No total acumulado, a CP tem um prejuízo de cerca de 5,55 mil milhões de euros.
Diário de Notícias
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É o delírio febril do fim de um ciclo e a prova de que o Estado já não controla as empresas públicas, verdadeiras ilhotas soberanas, que se governam a si próprias e que caminham em roda livre. Cai por terra o argumento, exaustivamente utilizado, de que a austeridade é para todos. E são precisamente aqueles, que não estão a ser afectados por essas medidas, que, nas televisões e na imprensa, afirmam ser necessário fazer sacrifícios. Não eles, claro!

Portugal é um país cada vez mais pobre e desigual...

Fotografia do Diário de Notícias
Desde 1974 salário mínimo aumentou apenas 88 euros
O salário mínimo nacional teve um acréscimo de apenas 88 euros desde 1974, enquanto que as pensões mínimas de velhice e invalidez aumentaram apenas 38 euros nos últimos 36 anos, segundo dados da Pordata.
A propósito do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, que se assinala segunda-feira, a Pordata divulgou alguns dados estatísticos relativamente à situação económica e social do país.
Comparando a evolução do salário mínimo e das pensões mínimas de invalidez e velhice desde 1974 até 2010, e descontando o efeito da inflação, constata-se que hoje em dia os beneficiários desses apoios sociais auferem apenas mais 88 euros e 38 euros respetivamente.
Nesse mesmo ano (2010), correspondia a 15 por cento da população portuguesa o número de pensionistas de invalidez e velhice da Segurança Social com pensões inferiores ao salário mínimo, o que significa que perto de um milhão e meios de pessoas estavam nessa situação.
Além disso, existia mais de meio milhão de pessoas a receber o Rendimento Social de inserção, dos quais quase metade (47%) com menos de 25 anos.
A Pordata revela ainda que em 2009 (últimos dados disponíveis) Portugal era o quarto país da União Europeia (UE) com maiores desigualdades de rendimentos entre os mais ricos e os mais pobres, sendo que o rendimento dos mais ricos era 6 vezes superior ao dos mais pobres (a média europeia era de cinco).
Diário de Notícias
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Estes números deviam fazer corar de vergonha todos os primeiros-ministros dos governos constitucionais, desde Mário Soares a José Sócrates, e passando por Cavaco Silva, António Guterres, Durão Barroso, Santana Lopes, e, agora, Passos Coelho. Todos eles deveriam ser confrontados com esta amarga realidade, que não souberam nem quiseram alterar, tal foi o seu envolvimento com os interesses do grande capital, principalmente o capital financeiro. A eles se deve a má gestão dos dinheiros públicos, principalmente os oriundos dos fundos europeus. A eles se deve a actual crise, que vai atirar Portugal para os níveis de desenvolvimento, típicos do Terceiro Mundo. A eles se deve a morte prematura da esperança, que nasceu em Abril. Embora alguns tenham sido reeleitos para um segundo mandato, como primeiros-ministros, e dois deles tenham sido presidentes da República, também em dois mandatos, eles não deixaram saudades no povo português, que agora, lentamente, começa a descobrir o logro em que caiu. Um aumento, em valores reais, do salário mínimo nacional, de apenas 88 euros, entre 1974 e 2010, e um aumento de apenas 38 euros, também em valores reais e durante o mesmo período, das pensões mínimas de invalidez e de velhice, evidencia bem o desprezo que esses governantes votaram aos portugueses mais pobres. Quando o distanciamento temporal for maior, a História irá julgá-los, já que não é possível julgá-los agora em tribunais, enquanto estão vivos, mas não tenho dúvidas que todos eles serão considerados governantes medíocres, oportunistas, carreiristas, amigos das elites económicas, e, alguns, até venais e corruptos. Eles são o expoente máximo da vergonha nacional. 

sábado, 15 de outubro de 2011

Contra a destruição do Estado Social e dos direitos constituci​onais: COMUNICADO da COMISSÃO EXECUTIVA da FNAM

Contra a destruição do Estado Social e dos direitos constitucionais
Face às medidas que têm vindo a ser divulgadas pela comunicação social relativas ao conteúdo da Lei do Orçamento de Estado 2012 e às declarações públicas do Primeiro-Ministro em torno desta matéria, a FNAM vem transmitir as seguintes posições:

1- É claro que existe uma grave crise económica e financeira no plano nacional e internacional que exige medidas inadiáveis.
Mas é imperioso sublinhar que entidades que contribuíram para o inequívoco agravamento desta situação de crise estrutural em virtude de colossais buracos financeiros e de práticas de gestão danosa continuem impunes e sem qualquer responsabilização efectiva.
Só aqueles que vivem do seu trabalho e que pagam os seus impostos estão a ser vítimas de um processo violento de liquidação das suas condições de vida mais elementares e dos seus direitos sociais e laborais que significam um profundo retrocesso social e civilizacional de muitas e muitas décadas.

2- As medidas que estão a ser tomadas pelo Governo excedem largamente as imposições da chamada Troika.
Aquilo que começa a tornar-se cada vez mais claro é que a crise está a servir de pretexto ao Governo para proceder à liquidação dos direitos sociais e laborais e tornar o nosso país um exemplo dramático de escravização do trabalho.
A pobreza alarga-se, de forma assustadora, a sectores sociais nunca antes atingidos por ela e ameaça criar rupturas sociais de consequências imprevisíveis.

3- A nível específico da Saúde, o anúncio de medidas como a abolição dos limites legais do número de horas extraordinárias efectuadas nos serviços de urgência constitui uma enorme irresponsabilidade e uma atitude de claro desprezo pelo valor da vida humana.
Está hoje sobejamente demonstrado por múltiplos estudos científicos internacionais que o excesso de horas de trabalho a nível dos médicos é directamente proporcional ao aumento do número de erros que podem custar a perda de vidas humanas.
Simultaneamente, esses limites do número de horas estão salvaguardados em sede de contratação colectiva, o que torna insusceptível a sua eliminação unilateral por parte de qualquer governo.
A medida igualmente anunciada de proceder ao pagamento dessas horas extraordinárias por metade do seu valor actual representa uma afronta à penosidade deste tipo de trabalho.
O recurso às horas extraordinárias tem sido um imperativo incontornável para garantir o funcionamento de serviços tão sensíveis para as populações como são os serviços de urgência, devido à carência de efectivos médicos.
Não existem quaisquer dúvidas que sem o recurso a estas horas a maioria das urgências hospitalares já teria encerrado.
Acresce referir que as modalidades de pagamento deste tipo de trabalho também estão consagradas a nível da contratação colectiva.

4- Proceder à liquidação dos subsídios de férias e de Natal para todos os trabalhadores do sector público irá representar um brutal agravamento do poder de compra de várias centenas de milhares de portugueses e respectivas famílias, numa medida que não contribuirá, pelo contrário, para a tão necessária retoma da economia.
Com o poder de compra altamente debilitado não há qualquer possibilidade de proceder à recuperação da economia e à superação da crise em que nos encontramos.
Estamos, pois, numa situação em que o cenário em desenvolvimento pelo Governo é de proceder à liquidação dos serviços públicos em geral, com particular prioridade em relação aos de índole social mais marcada como é o caso da saúde.
Neste contexto de extrema gravidade política e social, onde a prática governamental revela uma profunda aversão às políticas sociais e uma perspectiva que roça já o terrorismo social, a FNAM reafirma a sua firme determinação em desenvolver todas as iniciativas legais e reivindicativas para combater as medidas governamentais e assegurar a defesa intransigente dos legítimos direitos laborais dos médicos e do direito constitucional à saúde corporizado pelo Serviço Nacional de Saúde.

Lisboa, 14/10/2011

A Comissão Executiva da FNAM
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Comentário: Todos o governos, desde o do segundo mandato de Cavaco Silva, como primeiro-ministro, dificultaram, por opções economicistas, o acesso de médicos ao Serviço Nacional de Saúde, com o argumento, nunca assumido, de que quantos mais médicos entrassem para o sistema, maior seria a despesa a suportar pelo Orçamento de Estado, não só através da rubrica dos salários, mas também pelo aumento de gastos induzido pela prescrição de medicamentos e de meios auxiliares de diagnóstico. Com esta política nociva, ao nível dos hospitais e dos centros de saúde, começou a criar-se um hiato geracional, prejudicial para a eficiência dos serviços, além de, por outro lado, ter sido interrompido o ciclo contínuo  da transmissão de saberes e de experiências institucionais para os médicos mais novos. Em alternativa, e numa visão de curto prazo, os governos optaram pelo recurso ao trabalho extraordinário nos serviços de urgência, e, mais recentemente, para colmatar falhas nos serviços de internamento, deitaram mão ao aluguer de médicos às empresas de trabalho temporário, com um preço/hora mais elevado, e  que normalmente revelavam grandes dificuldades de integração no contexto e nas dinâmicas das equipas, onde eram colocados. Ao nível económico, os resultados foram desastrosos. Gastou-se mais dinheiro e prejudicou-se a qualidade dos serviços prestados. É que sem ovos não se fazem omoletes.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Eu já estou a olear a guilhotina e não me importo de ir chamar o Robespierre

JSD quer “responsabilizar criminalmente” Sócrates pela situação do país
O líder da Juventude Social Democrata, Duarte Marques, defende que “é tempo de responsabilizar criminalmente quem levou o país a esta situação”, entendendo que “José Sócrates e os restantes membros do seu Governo devem ser julgados”.
PÚBLICO
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Não são só José Sócrates e os membros do seu governo que deverão responder criminalmente. O rol de arguidos deve estender-se a todo o Bloco Central. E os políticos do PSD, como pretende este jotinha, que descobriu que, em Portugal, a melhor profissão do mundo é ser político, não podem ficar de fora. A começar pelo inefável Cavaco Silva, que desbaratou os fundos da CEE, e que privatizou, a preço de saldo, empresas do Estado, que, depois, os capitalistas portugueses, que as adjudicaram, se apressaram a vender a capitalistas estrangeiros, por um preço muito mais elevado. Ou aquele ministro das Obras Públicas do PSD, de um dos governos cavaquistas, que, no contracto de concessão da construção e exploração da ponte Vasco da Gama, assinou sigilosamente uma ruinosa cláusula para o Estado Português, que prevê a concessão automática, sem concurso público,  de todas as travessias do Tejo, entre Vila Franca de Xira e Belém, que venham a ser planeadas. Esse ministro é hoje significativamente presidente da Lusoponte, seguindo o mesmo trajecto do seu antecessor do governo socialista, Jorge Coelho, que ocupa agora, não por acaso, idêntica função na Mota Engil, a empresa que mais empreitadas da construção civil arrematou, de obras lançadas pelo Estado. E isto, para não falar dos deputados dos dois partidos, que, sendo advogados, influenciaram a alteração de projectos de lei, para beneficiarem os seus poderosos clientes, ligados ao grande capital.
E se José Sócrates ainda terá de prestar esclarecimentos sobre o caso Freeport e sobre a Fundação para as Comunicações Móveis, também Durão Barroso e Paulo Portas não poderão escudar-se em qualquer imunidade legal para não esclarecerem cabalmente o caso dos submarinos.
Eu já estou a olear a guilhotina e não me importo de ir chamar o Robespierre. 

A lógica do rebanho nos partidos...


Pelo PSD, o líder da bancada Luís Montenegro manifestou a solidariedade de todo os 108 deputados do grupo parlamentar às “medidas corajosas”. E lembrou algumas das preocupações sociais da proposta do Orçamento do Estado como a manutenção da taxa reduzida do IVA em bens essenciais e o não agravamento da fiscalidade das IPSS, ao contrário do que estava previsto no memorando da troika.
PÚBLICO
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Os deputados do grupo parlamentar, do partido que ocupa o poder, acabam sempre por ficar amputados de uma qualquer capacidade crítica. Funcionam na lógica animalesca do rebanho, obedecendo à vara do pastor que ocupa o lugar de chefe de turno do palácio de S. Bento. É deprimente ouvi-los perorar, naquela jogo canhestro de tentarem dar uma imagem actuante e vigilante de si próprios. Este Luís Montenegro, à falta de melhores argumentos, acabou por dizer, por outras palavras, o seguinte: "Os portugueses não irão morrer enforcados, como para aí malevolamente se dizia, mas irão morrer fuzilados, o que é menos penoso". É um desperdício para a economia nacional, o que este homem está a ganhar como deputado.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Publicidad​e da LG num muro de Berlim...


Amabilidade do José Camelo

Agradecimento

O editor do Alpendre da Lua manifesta o seu agradecimento ao João Gonçalves, pela sua decisão de se inscrever como amigo deste blogue.

Trecho - Documentário "Let's make money" - Ex-assassino econômico John Perkins


Amabilidade do Campos de Sousa
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Trata-se de uma repetição, pois este vídeo já foi publicado neste blogue. Mas resolvi reditá-lo, devido à sua oportunidade nos tempos actuais, em que as pessoas já começam a compreender melhor os perversos mecanismos do imperialismo americano, sustentado pelo grande capital financeiro internacional. Por dedução, também se fica a compreender o que se passou recentemente na Líbia. Tal como Hussein Sadam, do Iraque, Kafadi também desafiou os EUA, aceitando euros e outras moedas em troca das vendas do petróleo líbio. Para irritar mais os imperialistas, Kadafi adoptou o padrão ouro para a moeda do seu país, o que constituia um mau exemplo para outros países. Falhados os objectivo do "assassino económico" e com o fracasso dos "chacais", o seu destino ficou traçado. Desta vez coube à França fazer o papel sujo, assumindo o comando militar da invasão da Líbia, depois de se ter encenado a revolta popular, enviando para a zona, onde Kadafi não era bem tolerado, militares do Katar, que se fizeram passar por rebeldes líbios. Foi a estreia da França neste tipo de intervenções, o que nunca teria sido posssível acontecer, durante a vigência dos mandatos dos anteriores presidentes da república francesa, que faziam gala em mostrar ao mundo que a França não era um capacho dos EUA. 

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Eu preferia que estivesse aqui o Sócrates...

Vídeo sugerido pelo amigo M. Jorge Neves
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O puto até tem razão. Tinham-lhe dito que o circo era de primeira categoria.

Agradecimento

O editor do Alpendre da Lua manifesta o seu agradecimento ao Carlos Ferraria, pela sua decisão de se inscrever como amigo deste blogue.

Agradecimento

O editor do Alpendre da Lua manifesta o seu agradecimento ao scribe scribe, pela sua decisão de se inscrever como amigo deste blogue.

domingo, 9 de outubro de 2011

Jardim: transporte de eleitores para votar é "normal"




O presidente do PSD-M, Alberto João Jardim, desvalorizou a polémica e considerou "normal" a disponibilização de transporte para que os eleitores madeirenses possam exercer o seu direito de voto.
Diário de Notícias
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Para Alberto João Jardm é normal ocultar as dívidas da Região da Madeira. Também é normal transportar eleitores em carrinhas até às mesas de voto, à custa do erário culto. Ele, contudo, é que não é normal!