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quinta-feira, 31 de maio de 2012

Notas do meu rodapé: Lei das Rendas... Lei dos Despejos... A barbárie anda à solta...

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CONCENTRAÇÃO NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
DIA 1 DE JUNHO 12 HORAS (hora da votação)
VOTAÇÃO NA ESPECIALIDADE DAS PROPOSTAS DO GOVERNO SOBRE:
O REGIME DA REABILITAÇÃO URBANA
O REGIME DO ARRENDAMENTO URBANO (LEI DAS RENDAS)
O REGIME DAS OBRAS EM PRÉDIOS ARRENDADOS
O PSD e o CDS, ontem, dia 29 de Maio, votaram favoravelmente, e com alterações insignificantes, as propostas do Governo sobre as matérias indicadas. Insensível ao fundamental das propostas da oposição, da AIL e dos movimentos sociais, a maioria PSD/CDS aprovou um autêntico cataclismo social. Para culminar todo este indigno processo, a votação final pelo Plenário da Assembleia da República será no dia 1 de Junho.
Como todos sabemos, estas propostas trarão consequências arrasadoras para a maioria dos inquilinos com contratos celebrados antes de 1990. Esperam-nos aumentos imediatos das rendas actuais para valores incomportáveis para a maioria dos inquilinos, e os consequentes despejos. Esperam-nos despejos por alegada reabilitação ou por obras.
Lá estaremos, na AR. Nas galerias ou na rua.
Lá estaremos! ÀS 12 HORAS!
A Direcção
***
Os dois partidos de direita, do arco da traição, preparam-se para, amanhã, consumarem mais um atentado contra os direitos sociais e contra a Constituição da República, fazendo aprovar uma nova Lei das Rendas, mais conhecida por Lei dos Despejos, pois é essencialmente da facilitação dos despejos que se trata, tal como os detentores dos Fundos Imobiliários e os senhorios pretendem. O PSD, por uma qualquer razão, que não é necessariamente o interesse nacional nem a defesa do direito à habitação, consagrado constitucionalmente, tem sido permeável (um dia se saberá por que motivos) à influência lobista do setor imobiliário, que, como é do conhecimento público, tem atrás de si uma história muito negra, ligada à corrupção de ministros e de presidentes de câmaras municipais.
A nova lei é uma barbaridade jurídica, já que a sua parcialidade a favor dos senhorios é notoriamente descarada. Consagra-se como princípio a livre negociação entre as partes, para, mais frente, numa manobra manhosa e suja, criar mecanismos complexos que anulam totalmente aquele princípio. A contemplação de alguma mitigadas exceções, a conceder aos inquilinos deficientes e aos que se encontram em carência económica, apenas são válidas durante cinco anos, ao fim dos quais os deficientes deixam, por uma qualquer intervenção divina, de ser deficientes e os que se encontram em carência económica serão declarados ricos.
O Balcão das Rendas, uma outra monstruosidade jurídica, vem substituir-se aos tribunais comuns, que, até aqui, devido à natureza delicada dos direitos ligados à habitação, têm sido as entidades competentes para julgar os respetivos conflitos nesta área. O Balcão das Rendas não passa de um tribunal governamentalizado, mais permeável à influência lobista.
Este governo da traição tem em marcha uma cruel política terrorista, obedecendo servilmente às ordens da senhora Merkel, a Hitler de saias, Agora, prepara-se para desencadear um cataclismo social, com os milhares de despejos, que irão ser executados. A maioria dos inquilinos, com contrato anteriores a 1990, é composta por idosos, e, entre estes, a maioria tem reformas muito pequenas, que progressivamente se irão desvalorizar nos próximos anos. Nesta ótica, a nova Lei do Arrendamento Urbano é uma lei selvagem, bárbara e assassina, pois vai acentuar ainda mais as gritantes desigualdade sociais, já existentes, e infernizar a vida a um segmento populacional, os idosos, que já nem sequer vão poder morrer em paz.
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Ordenado Mínimo..........€ 485,00 - Para governar a vida;

G.N.R............................€ 800,00 - Para arriscar a vida;

Professor......................€ 930,00 - Para preparar para a vida;

Bombeiro......................€ 960,00 - Para salvar vidas;

Médico.......................€ 2.260,00 - Para manter a vida;

Deputado.................. € 6.700,00 - Para nos lixar a vida ...
free zone
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E aqui ainda falta anotar os escandalosos vencimentos dos dirigentes das empresas públicas. Quando se invoca o desalinhamento dos salários dos portugueses em relação à produtividade da economia, como justificação para agravar as assassinas políticas de austeridade, certamente não está a falar-se dos trabalhadores com o Ordenado Mínimo, dos soldados da GNR, dos bombeiros, dos médicos do SNS e dos salários da grande maioria dos trabalhadores e pensionistas.   
http://www.freezone.pt/sociedade/403-vencimentos-para-a-vida.html

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Agradecimento

O editor do Alpendre da Lua manifesta o seu agradecimento ao LEPAMERK e ao Paulo Serôdio, pela sua decisão de se inscreverem como amigos/seguidores deste blogue.

Técnica com êxito garantido...

Amabilidade do João Fráguas e do Joaquim Pereira da Silva
Ninguém gosta de confrontar-se com a sua imagem no lugar errado. O melhor, é descarregar a consciência, não venha aquilo, um dia, a ser verdade. 

terça-feira, 29 de maio de 2012

O dilema da esquerda e o pragmatismo da direita

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Imagem retirada do Facebook, da página de Lara Raquel Caldeira Ferraz

Os números negros da vergonha!...


Portugal tem das crianças mais pobres da Europa
Um terço das crianças portuguesas passa sérias privações na sua vida, pode ler-se no relatório “Medir a Pobreza Infantil”. As conclusões são da UNICEF, que ontem libertou o estudo que analisa um conjunto de 35 países, 29 dos quais na Europa. Só a Leste encontramos pior do que Portugal, que ocupa a 25ª posição. Os dados respeitam a 2009, no arranque da crise, e os responsáveis da UNICEF temem que no contexto atual sejam tomadas decisões com consequências ainda mais negativas para os mais novos.
De acordo com o estudo do Gabinete de Investigação da UNICEF sobre a Pobreza e Privação Infantis no mundo industrializado, 30 milhões de crianças vivem na pobreza em 35 países economicamente desenvolvidos. O estudo - que abordou 35 países - coloca Portugal na cauda dos países europeus incluídos no relatório, apenas à frente da Hungria, Letónia, Roménia e Bulgária, em relação a 14 variáveis analisadas pelos investigadores.
RTP
***#***
Um país, que não sabe tratar das suas crianças nem dos seus idosos, é um país monstruosamente bárbaro e hipócrata, que não merece existir.
http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=557911&tm=7&layout=121&visual=49

Três bilhetes postais para Christine Lagarde...

Esta criança grega passa fome, porque o seu pai não paga impostos.
Está desempregado...

O que se dizia ser uma ajuda, afinal, agora, chama-se ajustamento,
e para o Estado grego vai uma pequena quantia do FMI-BCE-UE.
Por isso, o sistema de saúde e o sistema educativo estão a
degradar-se inexoravelmente.

Desde que começou a ser aplicado o memorando da troika, o desemprego
mais do que duplicou. Está demonstrada a razão por que os gregos não
pagam impostos. 
Imagens do blogue Ladrões de Bicicletas
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Se a Grécia sair do euro, o grande perdedor será a União Europeia, pois a tranche que cada estado membro terá de desembolsar é muito superior às que estão previstas para o programa de ajustamento em curso. É uma vantagem competitiva para o povo grego, e que deve estar presente no espírito de cada eleitor, no dia das próximas eleições. 
A política de austeridade falhou redondamente. Os políticos e os economistas não previram (ou fingiram não saber prever) o aumento galopante do desemprego para níveis insuportáveis, numa sociedade organizada, nem a queda das receitas fiscais, o que paralisou o Estado. Por incompetência ou má fé, esses economistas e esses políticos, que evidenciaram uma insensibilidade chocante, perante o sofrimento humano, contrairam uma pesada dívida, que só poderá ser redimida pelo braço da justiça.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Alegada investigação a Balsemão é “atentado gravíssimo” à democracia - diz bastonário


O bastonário da Ordem dos Advogados considera que a alegada investigação da vida privada de Francisco Pinto Balsemão, presidente da Impresa, por Jorge Silva Carvalho é “um atentado gravíssimo” à democracia, que deve ser “investigado até às últimas consequências”. Contactado pela agência Lusa, Marinho Pinto, afirmou que, a confirmar-se o caso, é “um atentado gravíssimo aos direitos pessoais do visado, mas também um atentado ao próprio Estado de Direito, aos valores fundamentais do Estado de Direito”. Para o bastonário, este caso “tem de ser investigado até às últimas consequências”, para “apurar todas as circunstâncias que envolvem a feitura desse relatório”, nomeadamente “que tipo de devassas foram feitas, quem as fez, a mando de quem, utilizando que meios (...) e que fins visava servir”. “É gravíssimo que uma pessoa que deteve responsabilidades públicas tão elevadas como ele [Jorge Silva Carvalho] na hierarquia do Estado, chefiando o serviço de informações estratégico para a República, saia e vá utilizar os mesmos meios e os mesmos métodos ao serviço de empresas privadas, visando dirigentes de empresas concorrentes”, disse ainda Marinho Pinto
PÚBLICO
***
Já não bastava o terrorismo social praticado pelo governo, que ameaça arrasar a economia do país, surge agora a ameaça letal do gangsterismo das polícias secretas portuguesas, dirigidas em tempos por um Al Capone de terceira categoria, com quem um ministro do atual governo evidenciou uma perigosa conivência.
Os factos que constam no processo de investigação judicial são muito preocupantes. Eles mostram o grau de degenerescência a que chegou o sistema democrático. Se este escabroso caso não tiver consequências judiciais e políticas, então, o melhor, é encerrar o país para obras.
 http://www.publico.pt/Política/secretas-alegada-investigacao-a-balsemao-e-atentado-gravissimo-a-democracia-diz--marinho-pinto--1547843

Resgate do Bankia vai ser feito com recurso a dívida pública espanhola

A gigantesca injecção de capital que o Estado espanhol se dispõe a realizar no Bankia não vai ser feita com dinheiro fresco.
Os 19 mil milhões de euros que irão salvar a instituição da bancarrota entrarão no banco na forma de títulos de dívida pública de Espanha, avançou ontem o jornal El País.
O recurso a este expediente fará com que a Espanha evite ter que financiar-se no mercado, que lhe exigiria uma elevada taxa de juro no contexto actual de crise e dado o risco da operação, e acaba por atirar para o BCE, embora de forma indirecta, a tarefa de financiar o Bankia, que utilizará os títulos de dívida para os apresentar como garantia em empréstimos a solicitar ao banco central.
PÚBLICO
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Mais um exemplo da contabilidade criativa, este, que o governo de Rajoy está a engendrar, e que não ilude a realidade crua dos factos. É uma estranha triangulação, ao nível institucional,  que apenas visa transferir dívida soberana para a dívida do Bankia, mas que acaba por ter de ser paga pelos contribuintes espanhóis, pois trata-se de um esquema, já utilizado por clientes particulares, titulares de vários cartões de crédito, em que se paga um crédito, contraindo uma nova dívida. Aqui e sempre, e mais uma vez, assiste-se com uma naturalidade espantosa à socialização dos prejuízos de um banco, quando os seus lucros, no passado, eram exclusivamente privados.  
http://economia.publico.pt/Noticia/resgate-do-bankia-vai-ser-feito-com-recurso-a-divida-publica-espanhola-1547883

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Carta Aberta: Na Grécia, o povo é quem mais ordena


Carta aberta aos Presidentes do Parlamento Europeu, da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional
O povo grego está a ser violentamente massacrado por uma guerra financeira, que, na Europa, tem o epicentro em Berlim. O que está a passar-se em Portugal é uma reprise, com um ano de atraso, do trágico filme grego. Perante a estrondosa derrota dos partidos gregos do arco da traição, os principais dirigentes europeus, com a Hitler de saias à cabeça, iniciaram uma intensiva manobra chantagista para inverter o sentido  do voto dos gregos, nas próximas eleições de 17 de Junho, cujo desfecho poderá alterar o quadro político da União Europeia. A vitória dos partidos que exigem a suspensão do memorando da troika e a renegociação da dívida terá consequências políticas nos países do sul da Europa, cujos povos, para além de lutarem pela salvaguarda dos seus interesses, da sua dignidade e da sua independência, devem, nesta hora dramática, manifestar a sua militante solidariedade ao povo grego. Assinar esta Carta aberta é abraçar uma causa, que é comum a todos aqueles cidadãos  para quem a democracia económica é um pilar importante da democracia política, e que não pode ser gerida pelos mercados (os bancos). Assinar esta Carta aberta é também expressar um grito de protesto contra as criminosas políticas de austeridade impostas pelo braço político do capital financeiro. Assinar esta Carta aberta é um dever de cidadania e um acto patriótico.
O editor do Alpendre da Lua

Assinar aqui, através da hiperligação, e clicando no campo que se encontra no topo, por baixo da bandeira grega. No campo ao lado, poderá consultar todos os subscritores até ao momento. E, a seguir ao texto da Carta Aberta, os seus promotores:
http://nagreciaopovoequemaisordena.com/index.html
http://www.nagreciaopovoequemaisordena.com/
ww.nagreciaopovoequemaisordena.com
Será desnecessário dizer que é importante a divulgação deste documento por todos os amigos. É o mínimo que cada um dos leitores pode dar a esta nobre causa.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Deutsche Bank propõe moeda paralela para a Grécia: o geuro

 
O Deutsche Bank, maior banco privado alemão, propôs nesta terça-feira a introdução de uma moeda paralela ao euro na Grécia, caso os adversários das medidas de austeridade ganhem as eleições legislativas de 17 de Junho.
A medida garantiria a continuação dos apoios financeiros internacionais, para que a Grécia possa pagar as suas dívidas, afirma-se num estudo dos economistas do Deutsche Bank, publicado nesta terça-feira.
“A Grécia poderia assim desvalorizar a sua própria moeda, sem sair formalmente do euro”, explicam os mesmos especialistas, que sugerem também o nome de geuro para a moeda paralela grega.
PÚBLICO
***#***
Para Portugal, a designação da nova moeda será peuro ou poeuro. Eu, por mim, até preferia a designação de porreiro, em homenagem à célebre frase de Durão Barroso: Porreiro, pá!.
Não enjeito esta solução, desde que fosse também consagrada a possibilidade de uma renegociação dos memorandos da troika (na Grécia e também em Portugal), no sentido de aliviar a austeridade, de aumentar a procura interna, para promover maior crescimento económico, com oferta de mais emprego, e de favorecer a preservação das políticas sociais, aspetos que os especialistas do  Deutsche Bank contrariam, quando se referem à implementação de novas reformas estruturais (leia-se, mais cortes nos rendimentos de trabalho e nos serviços públicos).
Uma moeda desvalorizada, que iria sendo valorizada à medida que a taxa de produtividade crescesse, permitiria aumentar a competitividade externa e diminuir as importações, o que não iria favorecer as exportações da Alemanha e dos outros países ricos da Europa (não nos esqueçamos que setenta por cento das exportações da Alemanha são para o mercado interno europeu). Por outro lado, a desvalorização da nova moeda racionalizava os sacrifícios, distribuindo-os equitativamente por todas as classes sociais.
Venha lá o geuro e o porreiro.
Deutsche Bank propõe moeda paralela para a Grécia: o geuro - Economia - PUBLICO.PT

terça-feira, 22 de maio de 2012

Notas do meu rodapé: Federar a Europa é uma utopia...

Transcrevo aqui um comentário que deixei no excelente blogue Ladrões de Bicicletas, a propósito de um texto em que se defendia uma solução federalista para a Europa:
"Concordo com os pressupostos e com a análise do autor. No entanto, julgo que a solução não poderá ser encontrada no aprofundamento do federalismo europeu, que é um mero artifício intelectual e uma autêntica falácia. Pretender federar a Europa é a mesma coisa que tentar promover a integração plena, nas sociedades ocidentais, dos cidadãos da etnia cigana, levando-os a aceitar a trabalhar por conta de outrém, que não seja do seu grupo familiar. E este desiderato, cujos benefícios adivinhados preenchem os critérios da racionalidade económica, nunca irá ser alcançado. Para além dos obstáculos de ordem económica e financeira, que são enormes e complexos, a razão terá de ser encontrada no lastro da História e da Cultura, de origem remota e arreigadamente entranhada, e que mergulha na escuridão da época tribal.
As fronteiras políticas da Europa nunca resistiram por muito tempo ao ímpeto das manifestações idiossincráticas dos seus diferentes povos, que, devido à amenidade do clima e à relativa fertilidade dos solos, se diversificaram e desenvolveram pelo território, construindo cada um deles identidades próprias, embora, a ligá-los,  existissem várias afinidades e denominadores comuns. Somos descendentes diretos daqueles povos bárbaros do centro e do leste da Europa, que tiveram o seu momento de glória, no século V, com a capitulação de Roma e a consequente destruição de todo o império. Bárbaros como eram, destruiram tudo aquilo a que não sabiam dar uso, e começaram, a partir daí, a dar forma e conteúdo ao mosaico colorido dos futuros estados europeus. Nem os césares, nem os papas, nem Carlos Magno, nem Napoleão nem Hitler conseguiram atar o nó que o ímpeto dos nacionalismos (os sucedâneos do tribalismo primitivo) sempre conseguiu desatar.
E os próximos tempos, que serão dramáticos, tal como o foram os das duas guerras mundiais do século passado, irão mostrar, com toda a evidência, que a Europa não passa, na realidade, de um conjunto civilizado de povos bárbaros. Entre eles, a mortífera guerra financeira já começou. Só não sabemos  como vai acabar.
Para já, um aspeto alarmante ganha evidência significativa e que, ao mesmo tempo, é chocante: o da ausência de qualquer manifestação de solidariedade efetiva dos cidadãos europeus para com o povo da Grécia, situação que, amanhã, se repetirá para com os povos português, espanhol e italiano".
***
Acrescentei um segundo comentário, com uma citação:

"Em defesa da minha tese, que explicitei em comentário enviado anteriormente, deixo aqui a opinião do intelectual francês, Emmanuel Todd:
"En mi libro La invención de Europa, yo preconizaba ya en 1990, que quince o veinte años más tarde, Europa sería una jungla. Mi investigación antropológica me había convencido que la diversidad de sistemas familiares, de temperamentos políticos y sociales [europeos] haría que la moneda única [es decir el euro] fuese por decir, algo casi imposible [de administrar]".
http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2012/05/um-europeismo-realista.html

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Médico que espiava WC não vai a tribunal

O neurocirurgião luso-brasileiro Guilherme Machado, de 36 anos, que confessou ter colocado uma microcâmara no WC do serviço de Neurocirurgia do Hospital de Viseu, vai sair impune.
O caso remonta a julho do ano passado, quando a câmara de pequenas dimensões foi apreendida por agentes da PSP que se deslocaram ao hospital na sequência de uma chamada de um funcionário que alertou para o que julgou tratar-se de um engenho explosivo, no interior do autoclismo. O médico acabou por confessar a colocação da câmara e foi constituído arguido a 31 de agosto.
Agora, o MP mandou arquivar o processo porque, de acordo com os exames efetuados pela Unidade de Telecomunicações e Informática ( UTI) da PJ "não se apurou que o arguido tenha captado ou gravado imagens de qualquer pessoa ou do espaço intimo onde foi encontrado o equipamento apreendido", lê-se no despacho.
Jornal de Notícias
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O médico de Viseu teve sorte. No dia em que proferiu o despacho, o magistrado do Ministério Público tinha acordado de barriga para o ar.
Na realidade, as subtilezas da justiça portuguesa são um admirável exercício de contorcionismo intelectual, que ultrapassa a compreensão de um simples mortal. Há dias, tive de desistir da leitura de um acordão do Tribunal Constitucional, tal era a sinuosidade do texto, que, por mais voltas que lhe tivesse dado, cada vez ficava mais retorcido e incompreensível. A única conclusão, a que cheguei, não me deixou tranquilo, pois atravessou-se-me a ideia de que os doutos juízes estavam apenas a tentar justificar o injustificável. E eu já não sei se o estado lamacento da justiça portuguesa, que manda para a prisão quem rouba um pão e isenta de culpa quem rouba milhões, se fica a dever à venalidade dos agentes da justiça, ao compradio por afinidades políticas e ideológicas ou se à imperfeição das leis, que foram elaboradas, e disso não tenho dúvidas, para proteger os poderosos e castigar severamente os mais fracos. 
http://www.jn.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Viseu&Concelho=Viseu&Option=Interior&content_id=2526996

terça-feira, 15 de maio de 2012

Hollande: França e Alemanha "querem trabalhar em conjunto pelo bem da Europa"

Alemanha e França têm o dever de trabalhar em conjunto. Esta foi uma das mensagens deixadas por François Hollande e por Angela Merkel no primeiro encontro. A Grécia e o crescimento económico estiveram no centro das declarações.
Angela Merkel sublinhou esta noite que França e Alemanha têm o dever de trabalhar em conjunto e garantiu que ela e François Hollande têm consciência da responsabilidade que têm perante toda a Europa. A França e a Alemanha “querem trabalhar em conjunto pelo bem da Europa” e vão fazê-lo, assegurou o novo presidente de França, no dia em que tomou posse enquanto líder do país.
Jornal de Negócios
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Mais uma vez, a palhaçada do costume. Os discursos eleitorais não são para levar a sério. Hollande e Merkel estão de acordo sobre tudo aquilo que ontem os dividia E tão entusiasmados ficaram, neste seu primero encontro a dois, que até resolveram iniciar em Berlim a próxima campanha eleitoral da Grécia.
Durante os próximos dias vamos deixar de ouvir falar da dívida e do défice para dar lugar a um vazio discurso sobre o crescimento, que ninguém sabe, nas condições atuais, como se vai obter, embora a chanceler alemã, há dias, já tivesse apresentado a sua receita milagrosa, que consistiria, ao nível de cada Estado com poblemas de crescimento, em proceder-se a mais privatizações, a acrescentar às que já estão previstas para pagar a dívida e o seu serviço, a fim de investir as receitas resultantes nas respetivas economias.
Por sua vez, os gregos vão ser intoxicados, ora por promessas redentoras, ora por apocalípticas ameaças.
Espera-se que os gregos não se deixem enganar nem amedrontar e que, na hora de depositarem o seu voto, se lembrem da vultuosa dívida de guerra que a Alemanha não lhes pagou. 

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Chefe do Bundesbank pede que Hollande não toque no pacto fiscal da UE

O presidente do Banco Central Alemão (Bundesbank), Jens Weidman, lançou uma advertência neste sábado ao presidente eleito francês François Hollande, ao recomendar que não se meta com o pacto fiscal europeu e que não toque no status do Banco Central Europeu (BCE).
Agência Frace Press
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A República de França não pode permitir, sob pena de ter de admitir a desonra, que um funcionário alemão de segunda classe venha fazer advertências e ameaças veladas ao seu futuro Presidente. Depois das ameaças proferidas por Angela Merkel e pelos ministros das Finanças e dos Negócios Estrangeiros do governo alemão, vem agora o presidente do Banco Central Alemão (Bundesbank), numa clara falta de respeito pela hierarquia institucionalizada, dizer a François Hollande o que não deve fazer. E que se saiba, François Hollande ainda não reagiu a este enxovalho, atitude que enfraquece a sua imagem, junto da opinião pública francesa e mundial.
Se algumas dúvidas subsistissem sobre a natureza das instituições da União Europeia, às quais falta dimensão democrática e independência política, sendo remetidas, agora sem qualquer disfarce, para o lugar de meras agências administrativas e burocráticas, basta ver o registo das intervenções de Angela Merkel e dos seus ministros, que se assumem cada vez mais como verdadeiros donos do destino da Europa, sem tomar em linha de conta a opinião dos lideres dos outros países membros.
http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5jJAieirVoHK4bSSiReBizcwuGeFw?docId=CNG.ddca8af840f0890092bf4bddbd6dec06.01

Vitória de Hollande não muda políticas de Passos e Rajoy

Passos Coelho e  Mariano Rajoy
A vitória nas eleições presidenciais francesas de François Hollande não muda as políticas dos dois primeiros-ministros de Portugal e Espanha.
Na conferência de imprensa com que hoje terminou na Alfândega do Porto a 25ª cimeira luso-espanhola, Pedro Passos Coelho e Mariano Rajoy sublinharam a plena actualidade das suas políticas de austeridade e de combate ao défice.
PÚBLICO
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O discurso da austeridade já cheira a ranço. A fidelidade canina destes dois homens à ortodoxia financeira imposta por Angela Merkel vai remetê-los para o lixo da História. Em Portugal, mesmo nos períodos mais críticos, nunca houve um governo que fizesse tantas malfeitorias como este, o de Passos Coelho. Rajov, que já leu a cartilha da chancelaria alemã, vai pelo mesmo caminho. Os sinais emitidos pela Grécia, nas eleições do último fim de semana, em que o sistema partidário grego foi pulverizado pelos eleitores, trouxe o pânico aos governos bem alinhados da Europa. Na França, Hollande poderá não constituir um perigo, mas vai criar algumas dores de cabeça. Por isso, tem sido tratado como um mentecapto, que não sabe pensar pela sua própria cabeça, necessitando dos conselhos dos insignificantes primeiros.ministros dos dois países ibéricos.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Os ideais dos mártires de Chicago continuam a ser a matriz inspiradora dos trabalhadores de todo o mundo...


Vídeo enviado pelo Diamantino Silva e por Ribeiro de Castro
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Por este abanão na nossa por vezes já embutida memória colectiva. Se não temos cuidado, de degrau em degrau, de relativização em relativização, corremos o risco de não ter nada como certo, de esquecermos que, sob outras formas (mais sofisticadas), a luta de classes, se bem que diferente daquela que historicamente inspirou Marx e Engels no famoso “Manifesto”, está aí, com as ditas classes médias a proletarizarem-se sob a acção, agora do capitalismo financeiro, variante inovadora … ou decrépita do sistema que, como todos os sistema, não tem vocação suicidária nem benemérita, só largando mão daquilo que lhe é tirado â força, muitas vezes com o preço de muitas vidas.De certeza que alguém anda fora do tempo quando nos querem roubar tanta coisa que à humanidade, e a nós, em partícula, tanto nos custou a ganhar.
Diamantino Gertrudes Silva
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Momento da história dos EUA: No dia 1 de Maio de 1886, em Chicago, principal centro industrial dos EUA naquela época, milhares de trabalhadores saíram à rua para protestar contra as desumanas condições de trabalho a que erem submetidos e exigir a redução da jornada de trabalho das 13, e que podia ir até às 17, para as 8 horas diárias. Mas a repressão policial desse movimento foi muito dura: houve prisões, feridos e mortos entre os operários e a polícia. Os líderes deste movimento foram presos e imediatamente julgados. cinco foram condenados à morte na forca, dois a prisão perpétua e um a 15 anos de prisão. Dos condenados à morte, na prisão, um suicidou-se e quatro foram enforcados.
Em memória dos mártires de Chicago, como ficaram conhecidos as vítimas das reivindicações operárias que ocorreram em Chicago em 1886 e por tudo o que esse dia significou na luta dos trabalhadores pelos seus direitos, servindo de exemplo para o Mundo inteiro, o 1º.de Maio foi instituído, em Paris, em 1889, como o Dia Mundial do Trabalho, no ano em que se comemorou o 1º.centenário da Revolução Francesa.
Ribeiro de Castro

domingo, 6 de maio de 2012

Agradecimento

O editor do Alpendre da Lua manifesta o seu agradecimento ao Luís Filipe, pela sua decisão de se inscrever como amigo/seguidor deste blogue.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

PR para o Governo: 'Faria tudo para manter consenso político'

O Presidente da República Cavaco Silva disse hoje (27 de Abril) que o consenso político e social em redor da implementação do acordo de assistência financeira é dos activos mais importantes que Portugal tem.
SOL
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Oa ativos podem ser importantes. Os passivos é que são péssimos...
Este homem deixou de falar como presidente de todos os portugueses. É a caixa de ressonância da voz do governo. É o chefe de uma fação, que também sujou as mãos no BPN. O seu péssimo discurso na sessão solene do 25 de Abril, na Assembleia da República, mostrou como ele acumula rancores e ódios de estimação. Ao elencar várias personalidades das artes e das letras que, nos últimos anos, projetaram Portugal no mundo, esqueceu-se de incluir José Saramago, que lhe está atravessado na garganta, tal como lhe está atravessado o bolo rei.    

Pacto orçamental permite a Portugal “declarar independência dos mercados”, diz Viviane Reding

A vice-presidente da Comissão Europeia Viviane Reding considerou hoje que a ratificação do pacto orçamental é uma forma de Portugal “declarar independência dos mercados” e dar o primeiro passo na “vida após a crise da dívida”.
PÚBLICO
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Esta mulher julga que está a falar para mentecaptos. Portugal vai "declarar a independência" em relação aos mercados, apenas pela simples razão de que a vai perder em relação às tentaculares instituições da União Europeia (UE). E como aquelas instituições estão ao serviço do grande capital financeiro (os tais mercados), o grande negócio acaba por ficar nas mesmas mãos. Trata-se de mais uma perda de uma parcela da soberania nacional. Fixar por via legislativa um limite ao défice orçamental dos estados membros significa limitar a ação dos respetivos governos em situações de emergência. A medida, imposta pela Alemanha, não considera as particularidades e especificidades da economia de cada um dos país da zona euro, nem, dentro de cada país, as variações macro-económicas, que jvenham a justificar intervenções nas políticas orçamentais, próprias e independentes.   
http://economia.publico.pt/Noticia/pacto-orcamental-permite-a-portugal-declarar-independencia-dos-mercados-diz-viviane-reding-1544712#

Notas do meu rodapé: Empobrecer alegremente se não houver uma nova política

Portugal vai ficar “mais atractivo” ao investimento após 2013
Paulo Portas termina hoje visita ao Brasil, onde foi captar investimento estrangeiro, nomeadamente para as privatizações.
O ministro de Estados e dos Negócios Estrangeiros terminou ontem a visita de três dias ao Brasil, onde contactou com empresários locais para tentar atrair investimento brasileiro, nomeadamente para as privatizações que terão lugar em Portugal. Em declarações ao Diário Económico, Paulo Portas disse que as reformas que estão a ser feitas em Portugal a vários níveis vão tornar o país "ainda mais interessante para o investimento estrangeiro a partir de 2013" e revelou que esta foi uma das mensagens que deixou aos empresários brasileiros nesta visita oficial.
Económico
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Há uma diferença fundamental entre o bom e o mau investimento, e que, quando se trata de investimento estrangeiro, assume uma grande importância estratégica. O bom investimento é aquele que promove emprego e acrescenta mais valor, contribuindo para o aumento da taxa de produtividade. É o caso da Auto Europa. O mau investimento, principalmente quando se trata de investimento estrangeiro para concorrer às privatizações, é aquele que se destina a comprar capacidades já instaladas no país, o que não vem acrescentar mais valor à economia, se não vier acompanhado de um projeto inovador que aumente esse mesmo valor (com reflexos no PIB), o que é o caso do investimento estrangeiro que Paulo Portas anda a tentar captar.
Vender empresas nacionais, do património do Estado, para pagar dívida pública, não é a solução de que o país necessita. As privatizações efetuadas na década de noventa do século passado, com o mesmo fim, demonstraram isso mesmo, pois, nos anos subsequentes, o crescimento da economia portuguesa não acompanhou o crescimento do conjunto dos países da UE. Só com uma outra política - que os partidos do arco da traição (PSD-CDS-PS) já mostraram ser incapazes de aplicar, tal é a sua subserviente dependência, através de correntes de transmissão bem oleadas, em relação ao capitalismo financeiro internacional - será possível superar a crise. E essa outra política, a ser aplicada por políticos honestos, apostados em desenvolver uma economia para o bem comum, tem necessariamente de promover todo o potencial económico do país, para aumentar a produção nacional, que substitua as importações e aumente o emprego e o consumo interno, ao mesmo tempo que terá de optar pelas seguintes medidas estruturais de fundo: sair do euro e adotar um valor da nova moeda de acordo com a atual taxa de produtividade, para ganhar competitividade; renegociar a dívida externa e criar as condições para que o banco do Estado seja o principal aglutinador da poupança nacional e o principal promotor do crédito à economia.     
O país continua a ser enganado, pois, a longo prazo, a estratégia seguida pelo atual governo conduzirá a um irreversível empobrecimento. 
http://economico.sapo.pt/noticias/portugal-vai-ficar-mais-atractivo-ao-investimento-apos-2013_143822.html

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Dia do Trabalhador



A execução dos cinco anarquistas, em Chicago, no ano de 1887, na sequência da luta pelas oito horas de trabalho diárias, deve excitar, de forma orgástica, o dono da cadeia de supermercados Pingo Doce, Alexandre Soares, que, num ato de inqualificável provocação, ao ordenar a abertura ao público daqueles espaços comerciais, tentou emporcalhar as manifestações do 1º de Maio. Da parte do (des)governo não se ouviu uma voz de condenação por este atentado à dignidade de todos aqueles trabalhadores que saíram à rua para festejar o seu dia.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Donos de Portugal - Filme de Jorge Costa

Não será necessário deixar aqui o apelo mobilizador para a participação maciça na grande manifestação do 1º de Maio, organizada pela CGTP-Intersindical, a única central sindical que, ao longo do tempo, tem assumido com determinação e coerência a defesa intransigente dos trabalhadores portugueses. Preferi optar pelo visionamento deste filme de Jorge Costa, que me chegou ontem às mãos, através da cumplicidade política do meu amigo João Fráguas, numa edição de um só bloco, o que facilita a sua publicação aqui, no Alpendre da Lua
Donos de Portugal é um filme notável. O virtuosismo da sua realização permite, através da reprodução criteriosa de imagens do passado e da explanação de um texto marcado por um grande rigor, na análise histórica a que procede, evidenciar a íntima promiscuidade entre os diferentes poderes políticos dos últimos 150 anos e a meia dúzia de famílias, com as suas respetivas ramificações, que, na realidade, se apoderaram das alavancas da economia e das finanças, comportando-se como verdadeiros donos de Portugal. E, nos dias de hoje, marcados por uma crise profunda e perdurável, tal como há muito tempo aqui foi previsto, recordar o passado, contado como o filme propõe, é de premente importância, já que não se pode lutar com eficácia e coerência sem se identificarem com precisão os verdadeiros inimigos do povo trabalhador. Essa fauna, que levou um grande abanão com a revolução de Abril, regressou novamente pelas mãos cúmplices daqueles que, uma vez no poder, começaram a atraiçoar os ideais de Abril, e, durante os últimos anos, teve tempo de organizar-se, agora devidamente articulada, através do processo da globalização, com o capitalismo financeiro internacional, perseguindo o único objetivo que orienta a sua ação: promover a transfarência da riqueza dos países das periferias económicas (os mais pobres e os menos ricos) para os centros financeiros dos países mais ricos e poderosos, e, dentro de cada país, promover a transferência dos rendimentos do trabalho para os rendimentos do capital. O que se está a passar na Grécia e em Portugal, e que também mimeticamente começa a reproduzir-se em Espanha, evidencia bem aquela perversa estratégia, que está a atingir os limites da ignomía. 
O 1º de Maio é a única manifestação global dos trabalhadores de todo o mundo. Daí que a data seja odiada pelo grande capital. Em Portugal, este ano, assistiu-se ao paroxismo da provocação, com as grandes superfícies comerciais abertas ao público, sonegando este feriado aos seus trabalhadores, e oferecendo grandes campanhas de descontos para atrair os consumidores. É um sinal ameaçador do grande capital, que pretende ter efeitos desmobilizadores, perante a luta dos trabalhadores que, brevemente, numa onda crescente, vai alastrar. 

http://www.donosdeportugal.net/