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sexta-feira, 4 de maio de 2012

Notas do meu rodapé: Empobrecer alegremente se não houver uma nova política

Portugal vai ficar “mais atractivo” ao investimento após 2013
Paulo Portas termina hoje visita ao Brasil, onde foi captar investimento estrangeiro, nomeadamente para as privatizações.
O ministro de Estados e dos Negócios Estrangeiros terminou ontem a visita de três dias ao Brasil, onde contactou com empresários locais para tentar atrair investimento brasileiro, nomeadamente para as privatizações que terão lugar em Portugal. Em declarações ao Diário Económico, Paulo Portas disse que as reformas que estão a ser feitas em Portugal a vários níveis vão tornar o país "ainda mais interessante para o investimento estrangeiro a partir de 2013" e revelou que esta foi uma das mensagens que deixou aos empresários brasileiros nesta visita oficial.
Económico
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Há uma diferença fundamental entre o bom e o mau investimento, e que, quando se trata de investimento estrangeiro, assume uma grande importância estratégica. O bom investimento é aquele que promove emprego e acrescenta mais valor, contribuindo para o aumento da taxa de produtividade. É o caso da Auto Europa. O mau investimento, principalmente quando se trata de investimento estrangeiro para concorrer às privatizações, é aquele que se destina a comprar capacidades já instaladas no país, o que não vem acrescentar mais valor à economia, se não vier acompanhado de um projeto inovador que aumente esse mesmo valor (com reflexos no PIB), o que é o caso do investimento estrangeiro que Paulo Portas anda a tentar captar.
Vender empresas nacionais, do património do Estado, para pagar dívida pública, não é a solução de que o país necessita. As privatizações efetuadas na década de noventa do século passado, com o mesmo fim, demonstraram isso mesmo, pois, nos anos subsequentes, o crescimento da economia portuguesa não acompanhou o crescimento do conjunto dos países da UE. Só com uma outra política - que os partidos do arco da traição (PSD-CDS-PS) já mostraram ser incapazes de aplicar, tal é a sua subserviente dependência, através de correntes de transmissão bem oleadas, em relação ao capitalismo financeiro internacional - será possível superar a crise. E essa outra política, a ser aplicada por políticos honestos, apostados em desenvolver uma economia para o bem comum, tem necessariamente de promover todo o potencial económico do país, para aumentar a produção nacional, que substitua as importações e aumente o emprego e o consumo interno, ao mesmo tempo que terá de optar pelas seguintes medidas estruturais de fundo: sair do euro e adotar um valor da nova moeda de acordo com a atual taxa de produtividade, para ganhar competitividade; renegociar a dívida externa e criar as condições para que o banco do Estado seja o principal aglutinador da poupança nacional e o principal promotor do crédito à economia.     
O país continua a ser enganado, pois, a longo prazo, a estratégia seguida pelo atual governo conduzirá a um irreversível empobrecimento. 
http://economico.sapo.pt/noticias/portugal-vai-ficar-mais-atractivo-ao-investimento-apos-2013_143822.html

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