Páginas

Mostrar mensagens com a etiqueta Saúde enfermeiros. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Saúde enfermeiros. Mostrar todas as mensagens

sábado, 11 de março de 2017

Fórum Médico _ COMUNICADO



COMUNICADO

Fórum Médico

Os médicos e os doentes portugueses estão indignados com a situação que se vive actualmente na Saúde.
A pressão excessiva e a interferência, por parte da tutela, nas boas práticas médicas e, consequentemente, na qualidade da medicina, ultrapassou o limite do aceitável.
O acesso aos cuidados de saúde continua a agravar-se, existindo uma gritante injustiça e desigualdade entre os grandes centros urbanos e as regiões mais periféricas, mais carenciadas e mais desfavorecidas.
As condições de trabalho continuam a agravar-se. O contexto laboral e salarial mantém-se em níveis de deterioração elevados. A capacidade formativa está amputada devido à escassez de capital humano e requisitos no SNS. A interferência incompreensível na formação médica e na investigação clínica no sector público é mais um contributo negativo para a qualidade da formação. A política deliberada de tentar espartilhar a autonomia técnico-científica e os actos médicos, em nome da sustentabilidade, não defende nem respeita os doentes nem os profissionais de saúde.
A violação sistemática da legislação laboral por parte dos profissionais da gestão e das administrações nomeadas, a legislação inadequada que impede o funcionamento e flexibilidade necessária para responder aos desafios do presente e do futuro, contribuem também para agravar a indignação que cresce no seio dos médicos que, apesar de todas as adversidades, têm mantido o SNS a funcionar, com milhares de horas de trabalho que ultrapassam largamente os limites da própria legislação.
Os exemplos são muitos, não foram resolvidos, e irão ser em breve divulgados num diagnóstico da situação, que será entregue ao Ministro da Saúde e ao Presidente da República Portuguesa.
Se as promessas ministeriais se transformassem em atos concretos e em medidas de solução dos problemas existentes, hoje não estaríamos aqui reunidos. Chegamos a uma situação que já não permite qualquer atitude expectante.

Face ao exposto, as organizações médicas hoje reunidas no Fórum Médico entendem:
1 – Defender um SNS de qualidade que respeite os preceitos Constitucionais, com o orçamento público adequado.
2 – Congratular-se com a união e convergência de todas as organizações médicas e de todos os médicos na defesa dos doentes e da qualidade da medicina.
3 – Estimular as organizações médicas para que, no âmbito das suas competências legais, apresentem um programa de negociações, dotado de um curto calendário negocial e onde todos os problemas que afectam a medicina e os médicos sejam objecto de análise e resolução.
4 – Tal programa global de negociações deve contemplar aspectos fundamentais vertidos nos cadernos negociais dos sindicatos médicos já reiteradamente entregues ao Ministério.
5 – A questão da reposição do valor remuneratório do trabalho suplementar a que os médicos são obrigados, não sendo matéria isolada é de imperiosa resolução a muito curto prazo.
6 – Caso as negociações não se traduzam a curto prazo em resultados inequivocamente positivos, as organizações sindicais médicas estão preparadas para desencadearem os adequados mecanismos legais de convocação de uma greve nacional dos médicos.
7 – O Fórum Médico decide ainda constituir-se em estrutura informal dotada de um regular funcionamento e como um espaço privilegiado de diálogo, articulação e convergência entre as várias organizações médicas.

APROVADO por unanimidade e aclamação

Lisboa, 10 de Março de 2017

Secretariado do CN
Ordem dos Médicos

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Deixem-se de guerras inúteis. Exijam mais camas de cuidados paliativos…


Eutanásia: Ministro não acredita que profissionais de saúde não cumpram a lei

Bastonária dos Enfermeiros afirmou este sábado que há médicos que sugerem a eutanásia a alguns doentes.
O ministro da Saúde disse hoje não acreditar que os profissionais de saúde não cumpram a lei no caso da eutanásia e sublinhou que a bastonária da Ordem dos Enfermeiros terá oportunidade de explicar melhor as suas palavras.
"Solicitei Inspetora-geral das Atividades em Saúde que tomasse uma primeira iniciativa para esclarecer eventuais dúvidas que possam existir. Não acreditamos que os profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) não façam aquilo que a lei determina, que a sua consciência exige e que os princípios da ética e rigor profissional exigem, por isso vamos ter serenidade", disse.

***«»***
Deixem-se de guerras inúteis! A Ordem dos Enfermeiros e a Ordem dos Médicos faziam melhor em juntar esforços para denunciarem o facto de, no país, existirem apenas 250 camas de cuidados paliativos, o que é um escândalo. 
O direito de optar pela morte assistida, a fim de evitar um prolongado e inútil sofrimento, quando manifestada, previamente, na posse do pleno uso de todas as faculdades mentais, deve ser concedido a todo o cidadão, devendo também vincular deontologicamente, como agentes activos, todos os médicos e enfermeiros. Os argumentos de cariz religioso não podem, nesta matéria, violar a vontade livre de qualquer cidadão. A mim, pouco me importa que o Papa, o bispo, o padre e a catequista considerem a eutanásia um crime. Pelo contrário, o verdadeiro crime consiste em, por omissão, submeter à mais brutal tortura um doente crónico em fase terminal.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Enfermeiros querem poder receitar alguns medicamentos e exames

Bastonária da OE Maria Augusta Sousa

A Ordem dos Enfermeiros (OE) vai propor ao poder político que os profissionais de enfermagem possam receitar medicamentos, exames complementares de diagnóstico e ajudas técnicas em determinadas circunstâncias, à semelhança do que já acontece em vários países, como Espanha, Estados Unidos e Inglaterra.
PÚBLICO
***
Que me desculpem os meus amigos enfermeiros, que são muitos, mas eu discordo em absoluto com a proposta da Bastonária da O.E, que aponta para a possibilidade de se outorgar capacidade de prescrição de medicamentos aos enfermeiros . A não ser que se pretenda transformar estes profissionais em médicos de 2ª classe, o que seria pouco dignificante.
Os enfermeiros são hoje profissionais altamente qualificados, cujo trabalho é imprescindível na área da prestação de cuidados de saúde. A sua profissão tem especificidades próprias, que as outras profissões da área da saúde não possuem, e são estas especificidades que devem ser valorizadas e dignificadas, para que esta nobre profissão obtenha o reconhecimento público que merece. Fazer diagnósticos clínicos e prescrever medicamentos são competências que se adquirem nos cursos de Medicina e nos internatos médicos das diversas especialidades médicas, e que se revestem de uma grande complexidade técnica e de uma grande responsabilidade deontológica, que não pode ser banalizada. Partilhar as competências de decidir sobre a "necessidade de reavaliação do diagnóstico", como afirma a Bastonária, e de prescrever medicamentos, significa promover a diluição das responsabilidades deontológicas e provocar o desencadeamento de um desnecessário conflito de interesses profissionais.
Afirmou a Bastonária, "Se o enfermeiro verifica que a terapêutica de um doente crónico está de acordo com a prescrição médica e não há necessidade de reavaliação do diagnóstico, faz sentido que [o paciente] tenha que ir de novo a uma consulta?", pergunta à qual eu respondo com outra pergunta: O que está lá a fazer o médico?
Espero que, no futuro, os auxiliares de enfermagem não venham reivindicar o exercício de algumas funções, que pertencem em exclusivo ao múnus da enfermagem.
Presumo que as grandes preocupações profissionais dos enfermeiros não sejam as de pretender prescrever medicamentos.
http://publico.pt/Sociedade/enfermeiros-querem-poder-receitar-alguns-medicamentos-e-exames_1497118