Bastonária da OE Maria Augusta Sousa |
A Ordem dos Enfermeiros (OE) vai propor ao poder político que os profissionais de enfermagem possam receitar medicamentos, exames complementares de diagnóstico e ajudas técnicas em determinadas circunstâncias, à semelhança do que já acontece em vários países, como Espanha, Estados Unidos e Inglaterra.
PÚBLICO
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Que me desculpem os meus amigos enfermeiros, que são muitos, mas eu discordo em absoluto com a proposta da Bastonária da O.E, que aponta para a possibilidade de se outorgar capacidade de prescrição de medicamentos aos enfermeiros . A não ser que se pretenda transformar estes profissionais em médicos de 2ª classe, o que seria pouco dignificante.
Os enfermeiros são hoje profissionais altamente qualificados, cujo trabalho é imprescindível na área da prestação de cuidados de saúde. A sua profissão tem especificidades próprias, que as outras profissões da área da saúde não possuem, e são estas especificidades que devem ser valorizadas e dignificadas, para que esta nobre profissão obtenha o reconhecimento público que merece. Fazer diagnósticos clínicos e prescrever medicamentos são competências que se adquirem nos cursos de Medicina e nos internatos médicos das diversas especialidades médicas, e que se revestem de uma grande complexidade técnica e de uma grande responsabilidade deontológica, que não pode ser banalizada. Partilhar as competências de decidir sobre a "necessidade de reavaliação do diagnóstico", como afirma a Bastonária, e de prescrever medicamentos, significa promover a diluição das responsabilidades deontológicas e provocar o desencadeamento de um desnecessário conflito de interesses profissionais.
Afirmou a Bastonária, "Se o enfermeiro verifica que a terapêutica de um doente crónico está de acordo com a prescrição médica e não há necessidade de reavaliação do diagnóstico, faz sentido que [o paciente] tenha que ir de novo a uma consulta?", pergunta à qual eu respondo com outra pergunta: O que está lá a fazer o médico?
Espero que, no futuro, os auxiliares de enfermagem não venham reivindicar o exercício de algumas funções, que pertencem em exclusivo ao múnus da enfermagem.
Presumo que as grandes preocupações profissionais dos enfermeiros não sejam as de pretender prescrever medicamentos.
http://publico.pt/Sociedade/enfermeiros-querem-poder-receitar-alguns-medicamentos-e-exames_1497118
Afirmou a Bastonária, "Se o enfermeiro verifica que a terapêutica de um doente crónico está de acordo com a prescrição médica e não há necessidade de reavaliação do diagnóstico, faz sentido que [o paciente] tenha que ir de novo a uma consulta?", pergunta à qual eu respondo com outra pergunta: O que está lá a fazer o médico?
Espero que, no futuro, os auxiliares de enfermagem não venham reivindicar o exercício de algumas funções, que pertencem em exclusivo ao múnus da enfermagem.
Presumo que as grandes preocupações profissionais dos enfermeiros não sejam as de pretender prescrever medicamentos.
http://publico.pt/Sociedade/enfermeiros-querem-poder-receitar-alguns-medicamentos-e-exames_1497118
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