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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Com medo das escutas!...


Este alentejano, para evitar as escutas telefónicas e outros meios secretos de vigilância electrónica, resolveu sair de casa e ir dar um agradável passeio pelo campo.!...

Até a República do Peru dá lições a Portugal!...


Fujimori condenado a mais seis anos de prisão

O ex-Presidente Fujimori foi condenado a seis anos de prisão por corrupção.
Alberto Fujimori já tinha sido condenado a 25 anos de prisão por violações de direitos humanos.
Desta vez, foi condenado pelos crimes de corrupção e escutas ilegais
Do Jornal de Notícias online

Pergunta de todo inocente: Qual será o próximo líder político a ser condenado pelos mesmos crimes?

Desmantelan Radio Globo y Canal 36 de Honduras despues de tres meses del Golpe de Estado


Nas noites das Honduras não brilham as estrelas. Só as luzes das patrulhas e o sangue dos que caem nas mãos da matilha uniformizada. Botas e mais botas nas ruas, nas costas, nos rostos dos hondurenhos. E apesar do terror, que a cada noite semeia a ditadura, não há medo. A resistência continua.
Angel Palacios

Do Comité de Familiares de Detenidos Desaparecidos en Honduras (COFADEH)
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Começam a chegar notícias aterradoras das Honduras. Deliberadamente, a polícia e o Exército, ao serviço e a mando dos golpistas, que derrubaram o presidente eleito, não conseguindo deter a vaga de protestos dos hondurenhos, que se manifestam diariamente nas ruas, iniciaram uma nova estratégia de intimidação, lançando, a coberto da noite, o pânico entre a população, principalmente a que reside nos subúrbios das grandes cidades. Disparam sobre os prédios, assaltam casas de activistas, prendem pessoas, que agridem selvaticamente, abandonando-as depois. Outros cidadãos desaparecem misteriosamente, depois de serem presos, ressuscitando, assim, o espectro da ditadura de Pinochet e as dos sanguinários generais argentinos e brasileiros, todos eles apoiados pelos Estados Unidos, no derrube de regimes democráticos e na implantação de regimes fascistas, nos seus respectivos países.
Aos jornalistas, que aparecem para cobrir esses acontecimentos, as forças policiais hondurenhas confiscam-lhes todo o material de gravação, para que as imagens da violência desabrida, exercida sobre os cidadãos, não possam alimentar os noticiários das televisões internacionais. Para não manchar o estado de graça de Barack Obama, que apenas timidamente condenou o derrube do presidente eleito, e não comprometer a CIA, que inspirou e apoiou o golpe, o presidente usurpador, Micheletti, procura esconder dos olhos do mundo a violência sanguinária, que despoletou sobre o povo hondurenho.
E Angel Palacios, que citámos no preâmbulo deste comentário, deixa, no seu relato sobre o terror que se abateu sobre o povo das Honduras, o seu dramático apelo à solidariedade militante de todos os povos, tal como se transcreve:
" As organizações de direitos humanos e advogados solidários fazem um trabalho incansável para atender as vítimas, para acompanhar as denúncias, para efectuar registos. Mas não têm recursos. Não contam com o mínimo. Não têm como encher o reservatório de gasolina para se deslocarem aos lugares, não têm saldo nos telefones para efectuar as chamadas necessárias. E ainda assim fazem magia para defender os direitos dos seus compatriotas. Levam 90 dias fazendo magia e é muito o que conseguem. A sede da COFADEH está a toda hora cheia de gente que vai denunciar os atropelos vividos, e cheia também de gente que vai apoiar o seu trabalho. Muitos e muitas dirigentes destas organizações de direitos humanos foram perseguidos, encarcerados para tentar calá-los. Apesar das dificuldades continuam a ser o único lugar aonde acudir para buscar refúgio diante da repressão. É urgente a solidariedade povo a povo, que os organismos de direitos humanos de outros países, que os comités de solidariedade de outros países se ponham em contacto com eles e os apoiem, divulguem as suas denúncias, enviem apoio a essas organizações que em Honduras lutam contra o Terror da Ditadura".

Honduras: um menino contra o golpe

Cortesia de Pedro Frias, seguidor deste blogue
Este pequeno filme mostra uma menino de 10 anos, Oscar David Montesinos, que é já considerado um dos símbolos da resistência hondurenha contra o golpe de estado infligido por Micheletti.
Pedro Frias

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Notas do meu rodapé: Manifesto Anti-Dantas, uma abordadgem crítica...

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O Manifesto Anti-Dantas e por Extenso é a expressão mais radical das polémicas literárias, ocorridas em Portugal, e excedeu em virulência a da Questão Coimbrã, já de si muito violenta, em termos de linguagem, e que o atormentado e errático Antero Quental desencadeou com o seu texto Bom Gosto e Bom Senso, dirigido ao patriarca das letras lusas, Feliciano de Castilho, um ultra-romântico que era acusado por Antero de ser o responsável pelo estiolamento degradante da literatura portuguesa. Antero reagia assim, com o seu texto, à crítica feita por Castilho ao seu livro de poemas Odes Modernas, que surpreendeu a crítica e a intelectualidade, pela inovação estilística e lírica, que desbravava novos caminhos. O país erudito dividiu-se pelos dois campos extremados, e Antero até chegou a travar um duelo, no Porto, com Ramalho Ortigão, que se colocou ao lado de Castilho.
Almada Negreiros não chegou a travar nenhum duelo com o seu arqui-inimigo, Júlio Dantas, também ele promovido pela burguesia decadente do início do século seguinte a um verdadeiro patriarca das letras nacionais, mas não se coibiu, depois de ter publicado o polémico manifesto, em provocá-lo na rua Ivens, onde Dantas residia, pondo-se, à sua passagem, na marcial posição de sentido, e fazendo-lhe um grande manguito, ao mesmo tempo que fazia ouvir por todo o Chiado o seu brado guerreiro "Às Armas!...".
Tal como Antero, também Almada reagira a uma crítica azeda de Júlio Dantas, feita a propósito da publicação do primeiro número da revista Orpheu, onde se propunham novos caminhos para as letras e para as artes, adoptando a corrente futurista, inaugurada pelo poeta italiano Emílio Marinetti, em 1910, e que estava a galvanizar a Europa civilizada. Dantas chamou paranóicos aos autores da nova revista.
No entanto, o texto de Almada, apresentado em forma de poema, ultrapassa em sarcasmo, em ironia e na sua linguagem iconoclasta o texto de Antero. Almada zurze, sem dó nem piedade, o mais prestigiado escritor da época, um escritor prolixo, mas a quem faltava aquele nervo literário, que opera a diferença para se alcançar a estatura do génio. Dantas deixou-nos uma excelente peça de teatro, A Ceia dos Cardeais, mas, o resto da sua obra literária só se destacava no panorama nacional, porque foi uma época de escritores e poetas medíocres. A literatura tinha parado em 1900, com a morte de Eça de Queirós. A seguir veio o marasmo de uma burguesia abúlica e boçal, em questões literárias e artísticas, que não favoreceu o florescimento das artes e da literatura.
É certo que Almada veio à praça pública defender a honra ferida dos seus correligionários, Fernando Pessoa, Luís Montalvor e Mário Sá-Carneiro, mas há quem diga que, no seu gesto, havia muito oportunismo e ambição pessoal. Almada sabia que o escândalo público era o caminho mais curto para alcançar facilmente a fama. Essa tendência de um exibicionismo exuberante, havia de se repetir na apresentação, no Teatro de S. Luís, do seu Manifesto às Gerações Futurista do Século XX, com que se inicia oficialmente o movimento futurista em Portugal, e onde ele apareceu vestido com um fato-macaco.
Almada, no seu brilhante poema, não ataca apenas Júlio Dantas, ataca também tudo aquilo que ele representava na sociedade portuguesa, onde ainda se ruminavam, em lenta digestão, os romances de Garrett, Camilo e Eça. Não é pois de admirar que um qualquer Dantas tivesse sucesso. Num ataque implacável e truculento, Almada é fulminante, quando afirma: "Uma geração que consente deixar-se representar por um Dantas, é uma geração que nunca o foi".
A geração do Orpheu ganhou a batalha, pois Dantas percebeu a tempo que qualquer resposta iria desencadear mais virulentos ataques do irrequieto Almada.
As novas correntes literárias tiveram em Portugal expressões notáveis, não só na obra de Almada Negreiros e de Amadeu Sousa Cardoso, este último, exclusivamente na pintura, mas também, e, principalmente, na obra poética de Pessoa e de Sá-Carneiro. Todos eles ousaram conquistar a liberdade da linguagem poética e desbravar a tradução das expressões dos estados psíquicos da natureza humana.

MANIFESTO ANTI-SOCRATES, a propósito da ressaca eleitoral...


Explicação...

Ontem, no post onde se publicavam as fotografias dos deputados da Assembleia da República, para a nova legislatura, remetia-se o leitor para um link, que conduzia para a página do Jornal de Notícias, onde se anunciava a seriação dos resultados das eleições legislativas de domingo, por freguesias. Clicando nos vários concelhos e nas várias freguesias, verificou-se que, na sua maioria, os resultados não estavam disponíveis, admitindo-se, no entanto, que a anomalia seria passageira e, que, por isso mesmo, se justificaria a publicação daqueles resultados no Alpendre da Lua.
Ao longo do dia, a anomalia persistia, e a sua irreversiblidade levou os responsáveis do jornal a retirar o respectivo quadro de acesso, embora permanecesse a sua titulação na primeira página.
Embora alheios a qualquer responsabilidade pelo ocorrido, o editor do "Alpendre da Lua" pede desculpa aos leitores, pelo incómodo causado.

domingo, 27 de setembro de 2009

O PS tem de comprar muito queijo limiano para poder governar...

Resultados eleitorais totais
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No último texto deste blogue, dedicado às eleições legislativas, colocou-se a questão da mudança estrutural do quadro parlamentar, com o reforço significativo das franjas partidárias e uma diminuição da influência dos clássicos partidos do centro, o que, a verificar-se, constituiria uma novidade importante na história recente da democracia portuguesa, e cuja dimensão alteraria o comportamento do próximo governo, caso o eleitorado rejeitasse uma maioria absoluta de um só partido.
A previsão concretizou-se. O Partido Socialista perdeu a maioria absoluta, o que representa uma derrota, embora tenha travado a hecatombe, o que poderá ser considerado como uma meia vitória, não tendo por isso motivos para muitas euforias. Os votos do descontentamento deslocaram-se, por inteiro, para o Bloco de Esquerda, que passa, a partir de agora, a ter mais responsabilidades políticas.
A franja da direita também se reforçou, embora aí a deslocação de votos para o CDS constitua a expressão do descontentamento em relação ao PSD e, em particular, em relação à frágil liderança de Manuela Ferreira Leite.
Se, no passado, as eleições eram marcadas pelas oscilações de um eleitorado flutuante, que se repartia, alternadamente, pelos dois partidos do centro, agora, essa deslocação de votos operou-se para os pequenos partidos das franjas, o que vai introduzir mudanças importantes no processo político, entre elas a criação de maiores consensos entre o partido do governo e a oposição.
A CDU, que continua a fixar com segurança o seu eleitorado tradicional, conseguiu subir em número de votos e de deputados, o que garante uma maior solidez à esquerda parlamentar.
No cômputo geral, é de saudar a vitória da esquerda, no seu conjunto, e a perda da maioria absoluta do PS, partido este que tem de corrigir o comportamento autoritário e arrogante de José Sócrates e de rever as políticas desastradas de direita que aplicou na actual legislatura.
Uma nota final, apenas para salientar que a vitória inequívoca do BE e do CDS, nestas eleições, começou a ser laboriosamente trabalhada no hemiciclo da Assembleia da República, onde os seus respectivos líderes se destacaram num persistente e incisivo combate, e sem tréguas, à verborreia de José Sócrates, o que lhes deu uma enorme visibilidade junto do eleitorado.

Citação de Bertolt Brecht, dramaturgo alemão...


«Crime, não é roubar um banco. É fundá-lo».

Jeová ficou fulo, quando viu este vídeo!...

Cortesia do João Fráguas e do Diamantino Silva

Agora comprendo por que razão a Eva mordeu a maçã. Aquele Adão nunca me enganou!!!

sábado, 26 de setembro de 2009

Há sempre os oportunistas, que se aproveitam da criatividade dos mais imaginativos...

Cortesia do João Fráguas, seguidor deste blogue

Ter azar na vida é uma coisa que acontece com frequência. Agora, acabar entalado no cu de uma vaca é que é demais!...

Ontem, tal como hoje, o poder manipula a informação


"...sob certas condições, os capitalistas privados inevitavelmente controlam, directa ou indirectamente, as principais fontes de informação (imprensa, rádio, educação). É então extremamente difícil, e na maior parte dos casos na verdade quase impossível, para o cidadão individual chegar a conclusões objectivas".

Albert Einstein, no seu ensaio de 1949

É nesta pose, onde eles melhor exibem a sua fotogenia, que eu gostaria de os ver sempre!...





Pela primeira vez, não consegui encontrar uma etiqueta para marcar um post, o que me alarmou. Por isso, este ficará assinalado com a designação "Sem legenda".

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

As eleições poderão provocar o aparecimento de um novo ciclo político

Do Inimigo Público de 25.09.09. Retirada do abnoxio
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A campanha eleitoral chegou ao fim. É muito possível que os portugueses acordem na segunda feira e encontrem um país politicamente diferente, com uma nova arrumação das forças partidárias e tenham de se confrontar com a perda da tradicional hegemonia dos partidos do centro e com o crescimento significativo dos partidos das franjas, principalmente à esquerda, o que, a verificar-se, vai provocar alterações importantes no processo político. Entrar-se-á num novo ciclo político-parlamentar, que sucederá ao que se iniciou com o primeiro governo constitucional, dominado pelos dois partidos do centro.
As duas grandes questões, que se colocavam à partida, no início desta campanha eleitoral, e que, surpreendentemente, vieram a ser as mais renhidas dos últimos vinte anos, era saber se seria possível reeditar a maioria absoluta de um só partido e para onde seriam canalizados os votos do descontentamento pela agressiva governação do PS.
À primeira questão, apenas poderemos obter a resposta no final da contabilização dos votos. Quanto à segunda questão, caso não se verifique uma maioria absoluta de um só partido, poder-se-á já adiantar que a direita vai sair derrotada, pois mostrou-se incapaz, durante a campanha, de atrair os descontentes, cujos votos vão alimentar o crescimento dos partidos mais à esquerda. Nunca se poderá falar na vitória de uma maioria de esquerda, com o somatório dos votos do PS, da CDU e do BE, pois ela não irá ter, como consequência, nenhuma possibilidade de expressão governativa, quer pela impossibilidade de ultrapassar as divergências ideológicas e tácticas dos três partidos, quer porque não é sustentada por uma maioria sociológica.
Neste complexo quadro, as negociações para formar o próximo governo, caso não exista a maioria de um só partido, vão ser muito difíceis de gerir pelo partido mais votado, que irá ser, provavelmente, o PS.
No caso de ocorrer uma maioria absoluta do PS, as coisas simplificam-se para José Sócrates, mas irão complicar-se para a sociedade portuguesa, que irá ser submetida ao recrudescimento do autoritarismo do regime, questão esta que será abordada num próximo artigo.

Se Ehud Olmert fosse engenheiro, safava-se!...




O antigo primeiro ministro de Israel, Ehud Olmert, acusado pelos crimes de corrupção, fraude, abuso de confiança, falsificação de documentos e evasão fiscal, e que foi obrigado a demitir-se do seu cargo, começou hoje a ser julgado num tribunal de Jesuralém, arriscando-se a ser condenado a pena de prisão. Ele já se declarou inocente e diz-se vítima de uma campanha de difamação. O costume!
Se Ehud Olmert fosse engenheiro e com uma boa classificação na disciplina de Inglês Técnico ou, pelo menos, se tivesse tirado o curso, mesmo que por correspondência, na Universidade Independente, que Deus haja, certamente não seria pronunciado. Como nasceu no país errado, ou seja, como não nasceu em Portugal, tem de responder em tribunal, como um vulgar cidadão. O que é chatérrimo!...

Os eleitores deveriam também julgar o perfil moral dos políticos

José Lello, o homem que afrontou a dignidade de Manuel Alegre

António Braga, o obscuro secretário de Estado das Comunidades

O aparelho de Estado está a ser corroído pela corrupção, pelo nepotismo e pelo favoritismo, tendo por agentes os dirigentes do Partido Socialista e do PSD. Há dias apareceu uma denúncia de compra de votos para as eleições da distrital de Lisboa do PSD, em que, eventualmente, se encontram envolvidos António Preto e Maria Helena Costa, ambos a contas com a justiça por outros ilícitos praticados anteriormente, e ambos admitidos na lista de candidatos à Assembleia da República, por aquele partido.
Esquecendo-se que tem telhados de vidro, o PS utilizou este incidente como arma de arremesso, mal sabendo que no fim da campanha lhe iria rebentar nas mãos um caso de contornos semelhantes, mas de maior gravidade, já que aparecem envolvidos um alto dirigente do partido, José Lello, o mesmo que afrontou a dignidade do seu camarada Manuel Alegre, e o obscuro secretário de Estado do governo de José Sócrates, António Braga. Ambos negociaram lugares remunerados pelo Estado em troca de avultados financiamentos ao Partido Socialista, com Licínio Santos, um empresário envolvido na Máfia dos Bingos, que chegou a estar detido no Brasil e que, actualmente, aguarda julgamento em liberdade. Em causa estavam os lugares de cônsul honorário em Cabo Frio, no Brasil, um lugar na administração da empresa de telecomunicações Vivo e o controlo da Águas de Portugal naquela cidade brasileira.
Se o PSD traficou votos, o PS traficou lugares de Estado e lugares de empresas em que tem participações.
O ruído da campanha eleitoral atirou este escândalo do PS para o segundo plano das notícias. E é pena que seja assim, pois, além dos perfis políticos dos candidatos, os portugueses também deveriam avaliar o seu perfil moral, que está de rastos, como se vê.

Notas do meu rodapé: São sempre os mesmos, os que irão pagar a correcção do défice orçamental

Jerónimo de Sousa levantou, neste final de campanha, o problema do défice orçamental, que este ano e nos próximos se vai agravar, devido à crise económica e financeira, ultrapassando o limite de três por cento do PIB, permitido por Bruxelas, por força do Pacto de Estabilidade.
Quer o PS, quer o PSD omitiram o premente assunto dos seus programas eleitorais e dos seus discursos de campanha, optando antes pelas grandes tiradas retóricas, sem substância e sem conteúdo, ou então, derivando o discurso para o TGV, para a asfixia democrática ou para a culpabilização mútua de políticas passadas.
Neste quadro, onde as campanhas se sustentam da mera propaganda e onde falta a informação concreta sobre as políticas a aplicar, os portugueses vão votar sem saberem o que aqueles dois partidos pensam sobre o combate ao défice, situação, intencionalmente criada, para depois, uma vez no poder, invocarem a ausência de um qualquer compromisso pré-eleitoral, que os tenha vinculado.
Em 2005, José Sócrates também nada disse na campanha eleitoral sobre as políticas que veio a aplicar para reduzir o défice deixado por Guterres, Durão Barroso e Santana Lopes. Não informou os portugueses que iria aumentar o IVA, não informou os portugueses que iria congelar o aumento de salários aos funcionários públicos e as pensões aos reformados, não informou os portugueses de que iria cortar despesas na saúde e na educação, prejudicando o desenvolvimento destes dois pilares importantes em qualquer sociedade civilizada, não informou os portugueses de que iria aumentar as taxas moderadoras, principalmente a dos internamentos, que foram gravosas. Além de ter omitido todas estas premeditadas medidas, que recaíram principalmente na classe média e na população mais desfavorecida, José Sócrates ainda se deu ao luxo de encetar um sem número de reformas, cujo objectivo consistiu numa forçada redução da despesa. Esta visão economicista e redutora conduziu a uma desarticulação de alguns serviços públicos, principalmente aqueles, cuja degradação não foi imediatamente percepcionada pela opinião pública. Foi o que aconteceu, para dar um exemplo, nos hospitais, onde o governo travou o ingresso nos quadros daqueles médicos que terminaram a sua especialização, socorrendo-se de médicos tarefeiros, alugados a empresas, e criando, deste modo, um hiato temporal na continuidade da renovação geracional daquelas unidades de saúde, o que, a longo prazo, vai irreversivelmente prejudicar a eficiência dos serviços.
É certo e sabido que este cenário vai reproduzir-se, com mais ou menos variações, na próxima legislatura, quer seja com Sócrates, que já provou ser socialista nos períodos eleitorais e neoliberal no resto do mandato, quer seja com Manuela Ferreira, que sonha ressuscitar o cavaquismo puro e duro.
Os próximos anos vão ser muito duros para os portugueses, melhor, para os portugueses da classe média e para os mais desfavorecidos. Não havendo margem na economia para aumentar impostos (não há coragem de acabar com o privilégio dos bancos, que só pagam 14 por cento de IRC), o futuro governo irá procurar reduzir o défice pelo lado da despesa. E, pela experiência anterior, já se sabe o que vai acontecer.

Mais um golpe baixo do governo de Sócrates contra os jornalistas


Legislar sobre assuntos importantes em fim de legislatura e, para mais, em plena campanha eleitoral, é uma habilidade conhecida do Partido Socialista, que, deste modo, consegue furtar-se ao escrutínio público, não dando tempo aos mais directamente interessados para exprimir as suas opiniões e contrapor as suas propostas.
Foi o que aconteceu agora, em relação aos estágios dos jornalistas, como no passado já acontecera com a aprovação precipitada do licenciamento do Freepot numa área protegida, na última reunião do conselho de ministros do governo Guterres.
O governo, através dos ministros dos Assuntos Parlamentares e o do Trabalho e Solidariedade Social, propôs a alteração da portaria que regulamenta o estágio de início de profissão dos jornalistas, mesmo em cima da data limite para ser aprovada ainda nesta legislatura, não dando tempo para que esta sensível matéria, importantíssima pela sua repercussão na qualificação profissional e na dignificação do trabalho dos estagiários, fosse serenamente discutida. Ignorando as sucessivas propostas do Sindicato dos Jornalistas, a proposta do governo continua a meter no mesmo saco e a não clarificar a diferença entre os estágios curriculares de fim de curso e os estágios de início de profissão, o que vai continuar a proporcionar às empresas a utilização abusiva daqueles estagiários. Aos primeiros, colocando-os a fazer trabalhos jornalísticos, como de jornalistas se tratassem, mas sem qualquer remuneração. Aos segundos, negando-lhes o direito a um contrato de trabalho, que é obrigatório por lei.
Com esta precipitada decisão, o governo presta mais um serviço aos patrões da comunicação social e dá mais um dos seus contributos para a desejada degradação de uma profissão.

É importante o teste democrático...

Todos os candidatos a deputados à Assembleia da República deveriam fazer um RX ao tórax, não vá algum passar disfarçado de democrata.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Manuela Ferreira Leite no seu melhor (3)

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Se esta senhora ganhar as eleições, entro logo na clandestinidade, no dia seguinte!...

Manuela Ferreira Leite no seu melhor (2)

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O programa eleitoral do PSD é complexo, não é simples, e não tem nada, para depois dar para tudo. Não foi escrito em chinês e não foi lido a gaguejar. A senhora já está farta de se ouvir a si própria e eu também já não a posso ouvir. Mas, confesso,tenho pena dela!

Manuela Ferreira Leite no seu melhor (1)

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O discurso é deprimente, os argumentos estão viciados e a conclusão é hilariante. Nem o neoliberal mais empedernido se atreveria, nos dias de hoje, a defender publicamente a tosca tese de Manuela Ferreira Leite.

Quem tem medo dos jornalistas?

É conhecida a aversão endémica que José Sócrates tem pelos jornalistas. Compreende-se por quê! Eles atravessaram-se implacavelmente no seu caminho, perturbando-lhe a cavalgada triunfal no poder e expondo perante a opinião pública o lado obscuro de um passado, marcado por situações confusas e pouco transparentes. O caso dos prédios da Covilhã, o conturbado processo da obtenção da sua licenciatura numa universidade medíocre e sem qualquer credibilidade e, acima de tudo, o caso Freeport arrasaram-lhe o prestígio. E tudo isso foi desencadeado por jornalistas, que com o seu laborioso trabalho de investigação, carrearam as provas suficientes para, no mínimo, dar uma sustentação fundamentada à tese da suspeição, e que José Sócrates rapidamente transformou em tese de conspiração.
Nunca houve em Portugal, a partir do 25 de Abril, um primeiro ministro envolvido em tantas trapalhadas, assim como nunca houve um primeiro ministro, que incriminasse tantos jornalistas. Que me recorde, a nível mundial, e exceptuando os ditadores, poucos são os dirigentes políticos que tivessem apresentado tamanho currículo.
O facto de José Sócrates requerer a reabertura de um processo, contra o jornalista João Miguel Tavares, que já tinha sido arquivado pelo Ministério Público, por falta de fundamentação jurídica, revela bem a sanha persecutória que o anima. Além de todos os epítetos que já lhe atribuíram, pode acrescentar-se-lhe mais um. O de vingativo. E nestas eleições, o lado da moral da política também vai ser avaliado pelos eleitores.

Poderá o PS entender-se com o Bloco de Esquerda?...

Hoje, no programa Opinião Pública, da SIC Notícias, ouvi um clarividente testemunho de um emigrante português na Grã-Bretanha, a destoar, pelo seu rigor de análise e pela clareza de pensamento e de linguagem, da maioria dos comentários ali normalmente surgidos.
Desculpando-se previamente, e com humildade, do factor ausência, que poderia, eventualmente, obscurecer ou adulterar a sua percepção sobre a sociedade portuguesa actual, este cidadão, que teve de abandonar Portugal para, segundo disse, proporcionar uma vida mais digna à sua família, apontou, de uma forma certeira e objectiva, a principal razão impeditiva de uma eventual coligação pós-eleitoral, ou até de um entendimento com incidência parlamentar, entre o Partido Socialista e o Bloco de Esquerda, no caso dos bloquistas continuarem a pugnar por tudo aquilo que têm vindo a defender e a rejeitar tudo aquilo que têm vindo a denunciar.
Uma posição de integridade e de intransigência em relação ao seu ideário, por parte do BE, por mais que pudesse ser ultrapassada pela cúpula do PS, por uma questão de sobrevivência política e de conveniência táctica, iria, contudo, incendiar aquela parte do aparelhismo partidário socialista, cuja única militância que se lhe conhece é a do exercício de altos cargos, milionariamente remunerados, em departamentos autónomos do aparelho de Estado e em empresas ou em instituições, onde esse Estado tem preponderência, cargos esses que, harmoniosamente, vão sendo repartidos, na mesma legislatura, entre os barões do PS e do PSD, através de um espúrio e secreto entendimento, que sustenta a existência do chamado Bloco Central de interesses, e que, pelo seu estatuto social e pelo seu significativo número, constituem o verdadeiro sustentáculo dos dois partidos, ou, se quisermos, a grande guarda avançada do núcleo duro.
Se essa coligação ou esse acordo com incidência parlamentar vier a consumar-se, a fim de viabilizar um governo minoritário do PS, os holofotes passarão a estar centrados, não nas contradições do PS, já habituais no seu comportamento, que é sempre diferente, enquanto está na oposição e enquanto está no governo, mas nas eventuais e hipotéticas tergirversões de Francisco Louçã e do seu BE.
Este cidadão emigrante tem toda a razão.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Esta mulher devia andar em campanha eleitoral, nas arruadas. Há talentos que se desperdiçam!...

A mocinha da SIC, que segura no microfone, não entendeu a anedota. Ou então fingiu que estava envergonhada.

P.S. Este vídeo não faz parte da campanha eleitoral de José Sócrates, embora pareça, já que a mulherzinha do boné, aliás, muito atrevidota, fala com entusiasmo do aumento do subsídio aos "velhinhos", dos subsídios às criancinhas e da descida dos impostos. Isso de apertar as mamas, em política, é uma outra história.

Tudo é possível neste país, onde até os porcos já andam de bicicleta...

Imagem do blogue Revolução da Alma
Não é levianamente que o director do PÚBLICO anuncia, no seu editorial de hoje (ver post anterior), que "o caso das suspeitas de Belém não acabou ontem".
Também não foi levianamente que o mesmo director, em declarações às televisões, declarou, com alguma convicção, que a captura cirúrgica do email - apenas conhecido por três pessoas da redacção daquele jornal, e que o Diário de Notícias, violando todas as regras deontológicas, divulgou, identificando uma fonte, que pretendia o anonimato - só poderia ter sido obra das secretas, acusação esta de uma enorme gravidade e que apenas foi timidamente desmentida por um dos seus representantes, quando, o que se exigiria, se ela não correspondesse à verdade, seria o accionamento dos mecanismos judiciais, através do Ministério Público, já que o país não pode viver sob a suspeita de possuir uma polícia secreta, dependente totalmente do primeiro ministro, e que poderá, eventualmente, dedicar-se a estes actos de pirataria.
Também não foi levianamente que o dono da Sonay, que detém o título daquele jornal, veio pela primeira vez falar de um dos seus conteúdos, estimulando a direcção, e cito de memória, a não ter medo do poder.
Perante este quadro, e sem reclamar qualquer poder oculto no domínio da premonição, adivinho, no entanto, que as próximas edições do PÚBLICO irão trazer revelações bombásticas sobre esta matéria, e que irão marcar decisivamente as eleições do próximo domingo, se é que não estão já marcadas, com tudo aquilo que ocorreu até hoje.
Espero, pois, até à próxima semana, a oportunidade de me debruçar sobre este caso, declarando, desde já, não ter nenhuma relutância em também admitir a tese da cabala, urdida no palácio de Belém, num quadro de um perigoso jogo da guerrilha institucional.
Tudo é possível neste país, onde até os porcos já andam de bicicleta!...

Editorial do PÚBLICO de hoje


O caso das suspeitas de Belém não acabou ontem

José Manuel Fernandes


Uma vez que este editorial – sobre o afastamento de Fernando Lima da chefia do gabinete de assessoria para a comunicação social do Palácio de Belém – será lido com mil lupas e, se se mantiver o registo dos últimos dias, facilmente treslido, comecemos por relembrar os factos essenciais.

Primeiro facto: há 17 meses um editor do PÚBLICO enviou uma mensagem a um jornalista pedindo-lhe para apurar um conjunto de factos. Esse jornalista não apurou nenhum elemento que fosse susceptível de ser noticiado, e nada foi noticiado. Dados fornecidos por uma só fonte que se quer manter anónima não são notícia no PÚBLICO.

Segundo facto: a 18 de Agosto o PÚBLICO editou uma notícia, baseada numa fonte identificada como “membro da Casa Civil do Presidente da República” em que esta assumia que esta se interrogava: “Será que em Belém passámos à condição de vigiados?” Uma tal suspeição, assumida por uma fonte do Palácio de Belém, é notícia em qualquer parte do mundo. No dia seguinte essa notícia não só não foi desmentida, como foi confirmada por outros órgãos de informação. Escrevi então em editorial: “Se a Presidência da República quis que se soubesse das suas suspeitas sobre o não cumprimento das regras do jogo por alguns actores políticos é porque sente que pode ficar no olho da tempestade depois das eleições de 27 de Setembro”.

Terceiro facto: quase um mês depois desta notícia, parte do conteúdo de uma troca de mensagens entre a direcção editorial do PÚBLICO, um editor e um jornalista, trocadas exclusivamente no interior do jornal, é entregue a um jornalista da secção política do Expresso. Essa entrega, feita em papel, não foi realizada por ninguém do PÚBLICO, como já explicou o director daquele semanário. O mesmo material terá sido poucas horas depois encaminhado para o Diário de Notícias, uma vez que o Expresso informou a sua fonte que primeiro teria de investigar o significado dessas mensagens. Já o Diário de Notícias optou por revelar correspondência privada com o objectivo de expor a fonte da notícia de 18 de Agosto. Não se sabe como esse conjunto de mensagens saiu para fora do PÚBLICO nem o DN esclareceu como as recebeu.

Estes são os factos essenciais. Sobre o comportamento dos vários órgãos de informação envolvidos já muito foi escrito. É matéria de opinião que envolve directamente o PÚBLICO sobre a qual não nos pronunciaremos nem hoje, nem aqui. Relevante é analisar os factos políticos, não os factos mediáticos.

A primeira questão que se coloca é a de saber se o afastamento de Fernando Lima corresponde ao assumir pela Presidência da República de que as notícias sobre as suas suspeitas de estar a ser vigiada eram falsas ou, então, exageradas. As declarações feitas ainda em Agosto pelo Presidente, assim como o que disse na sexta-feira passada, já depois das notícias sobre Fernando Lima, não permitem concluir que essas suspeitas não existem. Mais: se o Presidente as quisesse por fim desmentir teria ontem podido fazê-lo ao afastar o seu assessor das suas anteriores responsabilidades. De novo isso não aconteceu. Só aconteceu o que não podia deixar de acontecer: Fernando Lima deixou de ter condições pessoais e políticas para falar aos jornalistas, logo foi afastado das relações com a comunicação social.

A segunda questão a discutir, e a mais importante, é o comportamento da Presidência da República. Na verdade, ao permitir que esta questão assumisse a dimensão que assumiu, Cavaco Silva, que já iria estar no olho da tempestade depois das eleições, colocou-se no olho de outra tempestade antes delas. Por isso, das duas, uma: ou a seguir a 27 de Setembro fundamenta as suas suspeitas, e age em conformidade, ou se se limitar a iniciativas pífias terá enfraquecido a sua autoridade como Chefe de Estado, porventura de forma irremediável. Sendo que este processo não se resolve com uma simples queixa à Procuradoria-Geral da República ou o rastreamento do Palácio de Belém para descobrir eventuais aparelhos de escuta. E ninguém perdoará se se perceber que as suspeitas ou não existiam, ou não tinham fundamento, ou eram simplesmente paranóicas.

Há porém uma terceira questão que não pode ser esquecida: a forma como este tema “rebentou” num jornal, isto é, as condições em que correspondência interna do PÚBLICO saiu deste jornal e quem a levou a um jornal que não quis fazer investigação própria, ao contrário do Expresso.

PS. Este jornal deve um esclarecimento de facto aos seus leitores: ao contrário do que afirmou o Provedor do Leitor, ninguém nesta empresa lhe “vasculhou” a correspondência electrónica. O PÚBLICO continua sim a ser o espaço de liberdade que lhe permitiu fazer as críticas que fez.

Os estatutos do homem - Poema de Thiago de Mello

Thiago de Mello

OS ESTATUTOS DO HOMEM

Os Estatutos do Homem, texto escrito em Santiago do Chile em Abril de 1964 pelo poeta brasileiro Thiago de Mello, constituem um autêntico hino aos Direitos Humanos. Façamos votos para que, dos corações dos homens e das mulheres deste nosso planeta e deste nosso tempo, brotem rosas sem espinhos - que a beleza, a arte, a poesia, a sabedoria triunfem perante todas as ignorâncias, todos os dogmas, todos os fanatismos...Paz a todos os Seres!


Acto Institucional Permanente

Artigo I Fica decretado que agora vale a verdade. agora vale a vida, e de mãos dadas, marcharemos todos pela vida verdadeira.

Artigo II Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive as terças-feiras mais cinzentas, têm direito a converter-se em manhãs de domingo.

Artigo III Fica decretado que, a partir deste instante, haverá girassóis em todas as janelas, que os girassóis terão direito a abrir-se dentro da sombra; e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro, abertas para o verde onde cresce a esperança.

Artigo IV Fica decretado que o homem não precisará nunca mais duvidar do homem. Que o homem confiará no homem como a palmeira confia no vento, como o vento confia no ar, como o ar confia no campo azul do céu.

Parágrafo único: O homem, confiará no homem como um menino confia em outro menino.

Artigo V Fica decretado que os homens estão livres do jugo da mentira. Nunca mais será preciso usar a couraça do silêncio nem a armadura de palavras. O homem se sentará à mesa com seu olhar limpo porque a verdade passará a ser servida antes da sobremesa.

Artigo VI Fica estabelecida, durante dez séculos, a prática sonhada pelo profeta Isaías, e o lobo e o cordeiro pastarão juntos e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.

Artigo VII Por decreto irrevogável fica estabelecido o reinado permanente da justiça e da claridade, e a alegria será uma bandeira generosa para sempre desfraldada na alma do povo.

Artigo VIII Fica decretado que a maior dor sempre foi e será sempre não poder dar-se amor a quem se ama e saber que é a água que dá à planta o milagre da flor.

Artigo IX Fica permitido que o pão de cada dia tenha no homem o sinal de seu suor. Mas que sobretudo tenha sempre o quente sabor da ternura.

Artigo X Fica permitido a qualquer pessoa, qualquer hora da vida, uso do traje branco.

Artigo XI Fica decretado, por definição, que o homem é um animal que ama e que por isso é belo, muito mais belo que a estrela da manhã.

Artigo XII Decreta-se que nada será obrigado nem proibido, tudo será permitido, inclusive brincar com os rinocerontes e caminhar pelas tardes com uma imensa begônia na lapela.

Parágrafo único: Só uma coisa fica proibida: amar sem amor.

Artigo XIII Fica decretado que o dinheiro não poderá nunca mais comprar o sol das manhãs vindouras. Expulso do grande baú do medo, o dinheiro se transformará em uma espada fraternal para defender o direito de cantar e a festa do dia que chegou.

Artigo Final.Fica proibido o uso da palavra liberdade, a qual será suprimida dos dicionários e do pântano enganoso das bocas. A partir deste instante a liberdade será algo vivo e transparente como um fogo ou um rio, e a sua morada será sempre o coração do homem.

Thiago de Mello
Santiago do Chile, abril de 1964

Cortesia do Diamantino Silva, que enviou este poema e esta fotografia.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Petição Manifesto sobre política de saúde a propósito das eleições legislativas 2009

Em apenas três dias, e até às 21 horas de hoje, "A Petição Manifesto sobre política de saúde a propósito das eleições legislativas 2009" já recebeu 462 assinaturas, o que já pode ser considerado um êxito. Ainda irão chegar mais adesões, nos próximos dias, incluindo a sua, que também é muito importante, a fim de engrossar a voz deste alerta, para que ele chegue, claro e sonante, aos ouvidos do poder político, seja ele de que partido for.
O Serviço Nacional de Saúde é uma conquista social de capital importância, que não pode sucumbir à gula dos lobies, já formados, interessados na sua progressiva degradação para que os agentes privados da saúde ocupem o seu lugar nos seus sectores mais rentáveis, afastando, assim, grande parte da população do acesso a uma medicina de qualidade, como é aquela que é hoje praticada nos hospitais públicos e nos centros de saúde.

A falta de solidariedade para com os deficientes!...


O silencioso mundo da deficiência em Portugal, vivido dramaticamente por milhares de famílias, tem sido sistematicamente esquecido pelos sucessivos governos. E os partidos políticos do arco governamental não o referem nos seus programas eleitorais nem nas suas declarações públicas, porque não conta para a contabilidade dos votos; porque não encontra eco numa sociedade que não desenvolveu uma cultura de solidariedade, a não ser aquela que, precariamente, brota pela lágrima do olho, quando um trágico acontecimento, bem enquadrado mediaticamente, mobiliza e emociona electricamente o país.
Apenas a CDU abordou criticamente este grave problema, desprezado pelo Estado e mal compreendido pelos portugueses: um Estado que não assume por inteiro as suas responsabilidades, não proporcionando uma vida minimamente digna aos cidadãos deficientes, com poucos ou nenhuns rendimentos, nem promovendo uma política eficaz e séria de apoio às respectivas famílias; uma sociedade pouco exigente na partilha das responsabilidades, onde cada grupo, apenas reclama o que directamente lhe convém e beneficia, ignorando todos os outros, principalmente os que mais precisam.
A qualidade de uma sociedade e a performance de um governo devem também ser aferidas pela forma como lidam e tratam das suas crianças, dos seus idosos e dos seus deficientes. Portugal não fica bem neste retrato, tirado a preto e branco, com esta objectiva de grande angular.

domingo, 20 de setembro de 2009

Offshore socialista!...

Estado do Sítio

Offshore socialista

A última novidade do Governo socialista do senhor presidente do Conselho é uma coisa chamada Fundação para as Comunicações Móveis. Esta entidade, cozinhada no gabinete do ministro Lino ex-TGV eex-aeroportos da Ota e Alcochete, foi a contrapartida exigida pelo Governo a três operadores para obterem as licenças dos telemóveis de terceira geração. É privada, tem um conselho geral com três membros nomeados pelo Executivo e um conselho de administração com três elementos, presidido por um ex-membro do gabinete do impagável Lino, devidamente remunerado, e dois assessores do senhor que está cansado de aturar o senhor presidente do Conselho e já não tem idade para ser ministro.
Chegados aqui vamos à massa. Os três operadores meteram até agora na querida fundação 400 milhões de euros, uma parte do preço a pagar pelas tais licenças. O Estado, por sua vez, desviou para esta verdadeira offshore socialista 61 milhões de euros. E pronto. De uma penada temos uma entidade privada, que até agora sacou 461 milhões de euros, gerida por três fiéis do ministro Lino, isto é, três fiéis do senhor presidente do Conselho. É evidente que esta querida fundação não é controlada por nenhuma autoridade e movimenta a massa como quer e lhe apetece, isto é, como apetece ao senhor presidente do Conselho.
Chegados aqui tudo é possível. Chegados aqui é legítimo considerar que as Fátimas, Isaltinos, Valentins, Avelinos e comandita deste sítio manhoso, pobre, deprimido, cheio de larápios e obviamente cada vez mais mal frequentado não passam de uns meros aprendizes de feiticeiro ao pé da equipa dirigida com mão de ferro e rédea curta pelo senhor presidente do Conselho.
Chegados aqui é legítimo dar largas à imaginação e pensar que a querida fundação, para além de ter comprado a uma empresa uma batelada de computadores Magalhães sem qualquer concurso, pode pagar o que bem lhe apetecer, como campanhas eleitorais do PS e dos seus candidatos a autarquias, e fazer muita gente feliz com os milhões que o Estado generosamente lhe colocou nos cofres.
Chegados aqui é natural que se abra a boca de espanto com o silêncio das autoridades, particularmente do senhor procurador-geral da República, justiceiro que tem toda a gente sob suspeita. Chegados aqui é legítimo pensar que a fundação privada criada pelo senhor presidente do Conselho é um enorme paraíso fiscal, uma enorme lavandaria democrática.
António Ribeiro Ferreira, Jornalista
***
Comentário do editor: Este dinheiro, que é público, pois resultou de uma concessão do Estado a entidades privadas, não pode ser desviado para uma qualquer instituição particular (mesmo invocando a bondade do disfarce de tratar-se de uma Fundação), titulada pelos governantes que a patrocinaram. É um verdadeiro golpe de baú, que prefigura uma situação tipicamente mafiosa, e que exige a intervenção do Tribunal de Contas e do Ministério Público.
Este governo, cuja desfaçatez está a atingir o intolerável, já não se contenta com os disfarçados favoritismos às suas clientelas e aos grandes lobies financeiros e empresariais, como aconteceu com a concessão, sem concurso público, do Terminal de Alcântara à Mota- Engil, empresa liderada pelo antigo dirigente socialista, Jorge Coelho. Agora, já não tem qualquer pudor em proceder ao esbulho directo dos dinheiros do Estado, esbulho este que o argumento falacioso da compra dos computadores Magalhães não consegue encobrir.
Custa-me a entender, perante estes evidentes e inquietantes sinais de desonestidade, como ainda existem cerca de 33 por cento de portugueses a manifestarem a intenção de votar no Partido Socialista.
AC

sábado, 19 de setembro de 2009

Defender o Serviço Nacional de Saúde


"O Manifesto sobre política de saúde a propósito das eleições legislativas 2009", em forma de petição, e que está a circular na internet, para recolher assinaturas, é subscrito por personalidades ligadas à saúde, onde sobressai o nome do Professor Constantino Sakellarides, personalidade conhecida pelo seu contributo à dinamização do Serviço Nacional da Saúde (SNS), e que já ocupou altos cargos no respectivo ministério.

Os subscritores do Manifesto, preocupados com a intencional indefinição sobre a política da saúde nos programas eleitorais dos dois principais partidos, e relembrando políticas passadas, que, de certa maneira, desfiguraram a matriz original do SNS, lançam um veemente alerta ao país, denunciando as principais ameaças que se perfilam no horizonte, sendo a principal a que se refere à eventual tentação de privatizar os seus sectores mais rentáveis, com o argumento falacioso e cínico de pretender proporcionar aos utentes maior rapidez no acesso e melhor condições de assistência, além de se acenar com a promessa enganadora de uma aparente e sedutora vantagem de consagrar o direito de opção, na escolha do médico e da instituição de saúde.

Como deixei escrito no comentário anexo à minha subscrição da petição, considero que defender a existência e o aprofundamento do Serviço Nacional de Saúde é um dever de cidadania e um imperativo na luta empenhada contra as desigualdades sociais, que se aprofundariam, caso a privatização se consumasse.

Devemos reter as experiências negativas dos Estados Unidos, onde a saúde é um negócio. Mais de metade da população não tem seguro de saúde, sendo obrigada a recorrer aos precários e insuficientes serviços do Estado, normalmente de má qualidade. O panorama da saúde é de tal maneira grave e preocupante que o presidente Obama apresentou um projecto ao Congresso, que prevê a institucionalização de um sistema de saúde universal e gratuito. Recorde-se que, na classificação da Organização Mundial da Saúde, os Estados Unidos, o país mais rico do mundo, aparece numa humilhante posição, a meio da tabela, ao lado de países pouco desenvolvidos. Em contrapartida, Portugal, e devido à existência de um estruturado Serviço Nacional de Saúde, ocupa o honroso 12º lugar.

O PSD já manifestou a sua intenção de envolver os privados na partilha do SNS. O PS, através das experiências negativas da gestão de Correia de Campos no Ministério da Saúde, provou que pretende caminhar, através das enganosas parcerias público-privadas, ou até por outras formas inconfessáveis, para uma paulatina, indolor e disfarçada privatização, o que irá dar ao mesmo.

Compete-nos defender o Serviço Nacional de Saúde, na sua forma e essência, tal como está estruturado, exigindo ao mesmo tempo o seu constante aperfeiçoamento e enriquecimento.
Por isso, convido os leitores a assinarem esta importante petição.

Alexandre de Castro
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Eu sou a Manuela Moura Guedes... PUM !!!!

Imagem do blogue Pitecos
Na vertigem mediática, mesmo os acontecimentos mais recentes são engolidos pela voracidade do tempo. Já ninguém se lembra do saneamento de Manuela Moura Guedes, na TVI, uma jornalista medíocre, que, ostensivamente, e com o exibicionismo exuberante, só consentido pela privilegiada relação marital com o director da estação, confundia espaço noticioso com espaço de opinião, mas que estava à frente de um programa noticioso acutilante, servido por uma excelente equipa de jornalistas, que, ao praticarem um exemplar e rigoroso jornalismo de investigação, conseguiram provocar um insuportável incómodo ao actual poder político, que tudo fez para os silenciar.
A gravidade desta promíscua intromissão, operada por um silencioso recurso à chantagem indirecta sobre a estrutura accionista, depois de gorada a tentativa de compra da estação por parte da Portugal Telecom, ultrapassa o triste episódio em si mesmo, ganhando expressão pelo que representa, como séria tentativa de exercer um controlo sobre os meios de comunicação social, ameaçando, assim, seriamente, a liberdade de imprensa. E essa ameaça não é de agora. Ela já marcou forte presença na revisão do Estatuto do Jornalista, através das limitações impostas ao sigilo das fontes, e, também, através da partidarização da Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC).


Mortalidade infantil: Uma vitória de Portugal!...

Raras vezes, é possível soltar, orgulhosamente, o brado de vitória de Portugal, no que ao bem estar dos portugueses diz respeito, tal já é o hábito da humilhação de vermos a sua posição remetida para os últimos lugares da Europa, nos vários indicadores económicos e sociais.
A posição que Portugal ocupa hoje, em relação à mortalidade infantil, não nos pode deixar indiferentes, e constitui um bom exemplo da nossa capacidade empreendedora, quando se actua com inteligência e recrutando as pessoas mais competentes e imbuídas do espírito de entrega ao serviço público.
Segundo o Anuário de 2009, do Eurostat, o gabinete de estatística da UE, Portugal viu reduzida a sua taxa de mortalidade infantil de 64,9 mortes por mil nascimentos, em 1965, para 3,4 em 2007. Para o mesmo período, a permilagem para a UE era de 28,6, em 1965, e de 4,7 em 2009, o que, actualmente, coloca Portugal num lugar confortável em relação à média europeia.
Estes números, que nos orgulham, devem-se à cobertura sanitária, assegurada pelo Serviço Nacional de Saúde e ao incremento, na década de oitenta, dos cuidados materno-infantis, impulsionados pelo médico Albino Aroso, secretário de Estado da Saúde no XI Governo Constitucional, que instituiu e estruturou as consultas de planeamento familiar.

As companhias de Manuela Ferreira Leite...


sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Este agricultor prepara-se para gozar o seu dia de folga...


Até as crianças já conhecem o melhor método para subir na vida!...

Imagem do abnoxio
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As crianças seguem sempre os maus exemplos do adultos. E se em Portugal se fizesse esta pergunta às crianças das escolas? O país afundava-se, e seria motivo suficiente para Sócrates anunciar a Reforma da Educação, proibindo a formulação de perguntas estranhas aos alunos do ensino básico!
Para não os traumatizar!...

Mary Travers morreu ontem!...




Cerca de quarenta anos separam estas duas fotografias. São de Mary Travers, a cantora norte-americana, do grupo "Peter, Paul and Mary". Morreu ontem, vítima de leucemia, aos 72 anos.
Sempre que leio notícias destas, estremeço e sou arrastado para a reflexão sobre o efémero e sobre a volatilidade da vida. Ouvi muitas canções desta mulher, enquanto ela brilhou no universo do estrelato, também ele efémero e ingrato. Depois, esquecia-a, como dela se esqueceram todos os que lhe aproveitaram o talento. Nunca mais me lembrei dela. Até ontem, quando li a notícia da sua morte.
Invade-me um sentimento de estranheza, quando olho para estas duas fotografias, uma ao lado da outra, e é doloroso pensar que ambas pertenceram à vida da mesma mulher! Desta mulher que morreu ontem, e desta mulher, jovem e bela, que eu, distraidamente, ouvia cantar há quarenta anos. E eu que julgava que as estrelas não envelheciam nem morriam!

Mary Travers - And When I Die


Um texto de Pedro Frias sobre a jornada de luta dos enfermeiros, a ocorrer hoje...


A necessária e justa luta dos Enfermeiros Portugueses vai continuar

Hoje, dia 18 de Setembro, os enfermeiros portugueses escreverão mais uma página no capítulo da sua luta. Estaremos em luta, não por questões balofas e de mero oportunismo político, uma vez que se aproximam as eleições legislativas, mas sim porque exigimos que este Ministério da Saúde trate os enfermeiros com a dignidade que eles merecem.
Depois das várias lutas que desenvolvemos no primeiro processo negocial da carreira de enfermagem, que congregou a força de milhares de enfermeiros e obrigou o Ministério da Saúde a recuar, a ceder e a reconhecer a justiça das nossas reivindicações, tudo fazia crer que o Ministério da Saúde, nesta segunda fase do processo negocial, evoluísse na sua posição, relativamente às questões salariais e reconhecesse o aumento das competências e da responsabilidade que os enfermeiros têm vindo a assumir no Serviço Nacional de Saúde.
Contudo, ao contrário do que seria de esperar, o Ministério da Saúde, enraizado nas suas concepções retrógradas da profissão de Enfermagem e no conceito medicocêntrico da saúde em Portugal, teima em tratar os enfermeiros de forma diferente, para pior, de outros sectores profissionais, mesmo daqueles que connosco constituem as equipas multidisciplinares nos serviços onde exercemos funções.
Esta atitude por parte do Ministério da Saúde não poderia ter outra resposta por parte dos enfermeiros que não fosse a luta. Hoje os enfermeiros portugueses demonstrarão mais uma vez que não aceitam ser desrespeitados pelo Ministério da Saúde e que, tal como aconteceu noutras situações, usarão a sua força para lutar pelas suas justas reivindicações, pela melhoria das condições de trabalho e pela dignificação da profissão de Enfermagem.
Bem sabemos que nunca nada foi dado aos enfermeiros ao abrigo de um qualquer lobbie e, por isso mesmo, porque tudo o que a Enfermagem Portuguesa tem conseguido tem sido baseado na luta de milhares e milhares de enfermeiros de diferentes gerações, estamos conscientes da necessidade de irmos à luta… irmos à luta não só por nós mas também pela defesa da qualidade e segurança dos cuidados de enfermagem que todos os dias e de forma contínua prestamos aos utentes.

Pedro Frias
Enfermeiro
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Nota do Editor: O Serviço Nacional de Saúde (SNS) não poderá alcançar os níveis de excelência desejados, se os seus profissionais não estiverem empenhados e motivados para a causa do serviço público. Para isso, é necessário que o Estado lhes proporcione as condições de dignidade, que satisfaçam, tanto quanto possível, as suas expectativas.
Nos dias de hoje, a enfermagem exige a aquisição de elevadas competências técnicas, que só o ensino superior pode garantir. Todos os enfermeiros a trabalhar no SNS possuem o grau académico da licenciatura ou do bacharelato. É razoável que as respectivas remunerações reflictam estas qualificações, alinhando o seu valor pelo de outros profissionais equiparados da Função Pública.
Por outro lado, é necessário reconhecer a especificidade da profissão, muito desgastante, física e psicologicamente. Quem conhece a realidade dos hospitais sabe que são os enfermeiros a garantir o seu ininterrupto funcionamento, durante as 24 horas do dia, o que requer um grande esforço.
A jornada de luta de hoje, assenta nestes pressupostos, demasiadamente justos e correctos para não serem atendidos pelo Ministério da Saúde.
Agradeço ao Pedro Frias, seguidor deste blogue, desde a primeira hora, a sua disponibilidade para escrever este texto que, com prazer, se publica, contribuindo-se assim para a divulgação e a compreensão daquela iniciativa sindical.
AC

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Presidente dos EUA nega que ataques à sua presidência sejam uma questão de raça

A primeira medida de Obama quando entrou na Casa Branca.
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A propósito de uma grande manifestação, realizada em Washington, no sábado passado, em que milhares de manifestantes contestaram o projecto de da reforma da saúde, corajosamente proposto pelo presidente Barak Obama, o ex-presidente democrata, Jimmy Carter, considerou que "aquela vaga de contestação exprimia um sentimento racista". No entanto, na Casa Branca, esta teoria não teve acolhimento.
É muito difícil, neste momento, avaliar se o sentimento racista contra o presidente está a ganhar algum terreno. Os meios de comunicação social, atentos a todos os movimentos de opinião, não registaram nenhum sinal significativo nesse sentido. Apesar de a imagem do presidente ter descido nas sondagens, o magnético efeito Obama continua a galvanizar transversalmente a sociedade americana, o que desencorajará as bolsas residuais(?) de segregacionistas empedernidos. No entanto, nada garante que, no futuro, se a frustração começar a minar as expectativas dos seus apoiantes, caso as suas decisões políticas contrariem as mensagens explícitas e implícitas dos seus vibrantes discursos da campanha, o argumento racista seja aproveitado oportunisticamente.

A barbárie em nome de Alá!...

Imagens do Diário Ateísta


É nas sociedades tribais, reduzidas ao obscurantismo e à miséria, que o Islão assume a sua matriz primária, dogmática, fanática, fundamentalista e violenta, impondo princípios e condutas medievais aos seus crentes e não crentes. As mulheres vêem-se reduzidas à função da cópula e da reprodução, sendo obrigadas a obedecer aos maridos, verdadeiros soberanos das suas vidas. Em nome de Alá, Maomé, com a sua misoginia, deixou no Corão as vergonhosas e humilhantes suras que escravizam as mulheres e ofendem a sua dignidade, além de as sujeitar, perante qualquer rebeldia ou desobediência, ao bárbaro castigo das chicotadas e das lapidações, em cerimónia pública.
As três religiões do Livro (monoteístas) sempre tiveram grandes dificuldades em aceitar os avanços civilizacionais da Humanidade, mas o islamismo, beneficiando de uma sábia descentralização funcional e de um feroz centralismo doutrinário, conseguiu sempre esmagar qualquer tentativa de reforma, que o actualizasse em relação à vida e ao pensamento dos tempos modernos. A única concessão ao desvio do seu monolitismo religioso, apenas se verifica nas comunidades muçulmanas, inseridas minoritariamente noutra sociedades não islamizadas, mas sempre alimentando a esperança de Alá vir um dia a impor a sua fé a todos os descrentes, até que converta totalitariamente a Humanidade inteira .

"Homens da Luta" agredidos em comício de José Sócrates...

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Decididamente, Sócrates não domina o improviso, quando alguém lhe altera a formatação do guião ou lhe avaria o teleponto. Foi assim no Seixal, onde se deslocou em ruidosa e encenada campanha, acompanhado pelos capangas da sua segurança pessoal, em maior número do que o de militantes activos e empenhados. A dupla do Vai Tudo Abaixo acabou por impedir que ele anunciasse, naquele estilo de vendedor de feira, que lhe é peculiar, a terceira travessia do Tejo e a construção de um novo hospital naquela localidade da margem sul. A única resposta dada aos artistas humoristas, Nuno e Vasco Duarte (Neto e Falâncio), "que, entusiasticamente, vitoriavam o PS", a propósito do encerramento de fábricas e do aumento do desemprego, reduziu-se a uns empurrões e a uns pontapés, a comprovar que a tolerância e a civilidade acabam no umbigo do ainda primeiro ministro.