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sábado, 5 de setembro de 2009

Sócrates ataca TVI e Manuela Moura Guedes [Entrevista 21-04-2009 @ RTP1]





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Portugal não pode ter um primeiro ministro que, deliberadamente, confunde uma crítica ou uma "suspeição fundamentada" com um insulto e que, da liberdade de imprensa, tem um conceito redutor, típico de um aprendiz a ditador. O condicionamento da liberdade de imprensa, invocando os mais variados pretextos, desde o da ameaça à segurança do Estado, como fez Salazar, até à necessidade de defender a honaribilidade de pessoas e das instituições, como defende José Sócrates, é sempre um recurso daqueles políticos obcecados com o pensamento único e com a necessidade de um Estado musculado, que limite as liberdades individuais.
José Sócrates, na sua cruzada de tentar abafar o seu envolvimento no caso Freeport e de desviar as atenções da opinião pública, assume o cínico papel de dama ofendida e acusa os jornalistas, que, através das suas investigações, referiram factos, que a justiça está a averiguar. É estranho que nunca lhe tenha ocorrido processar o Serious Fraud Office do Reino Unido, que foi a primeira entidade policial a considerá-lo suspeito do crime de corrupção passiva, num relatório enviado às autoridades judiciais portuguesas, e que, verdadeiramente, deu origem às posteriores investigações dos jornalistas, que, entretanto, num trabalho meritório, foram recolhendo novos factos comprometedores.
Se o lesse, José Sócrates iria considerar este pequeno apontamento como um insulto à sua pessoa, quando, na realidade, é apenas a expressão do exercício da liberdade crítica de um cidadão, que tem todo o direito, baseado na interpretação dos factos do seu conhecimento, de desconfiar da presuntiva inocência do actual primeiro ministro.

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