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quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Quando a obra não sobrevive ao seu autor...

A dança é um gesto efémero e evanescente, que o bailarino vive no momento. O coreógrafo enfrenta a ameaça de o seu processo criativo não ficar registado para a memória futura, pois para o manifestar bastam-lhe as tábuas do palco, como suporte. O recurso às novas tecnologias de captação da imagem é recente, e, mesmo que utilizadas para arquivo, não conseguem traduzir a potencialidade do acto criador, quando apresentado ao vivo. O drama dos coreógrafos centra-se na incapacidade de serem postumamente estudados, o que não acontece aos escritores, pintores e escultores, cujos livros, pinturas e esculturas lhes sobrevivem, materialmente.
A propósito da morte, este ano, de dois grandes vultos da dança e da coreografia, e que o Alpendre da Lua oportunamente registou, e da relativa incapacidade de podermos ver materializada a reprodução original das suas composições, remeto o leitor para para um artigo do jornal PÚBLICO, da autoria de Vanessa Rato.

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