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sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Os eleitores deveriam também julgar o perfil moral dos políticos

José Lello, o homem que afrontou a dignidade de Manuel Alegre

António Braga, o obscuro secretário de Estado das Comunidades

O aparelho de Estado está a ser corroído pela corrupção, pelo nepotismo e pelo favoritismo, tendo por agentes os dirigentes do Partido Socialista e do PSD. Há dias apareceu uma denúncia de compra de votos para as eleições da distrital de Lisboa do PSD, em que, eventualmente, se encontram envolvidos António Preto e Maria Helena Costa, ambos a contas com a justiça por outros ilícitos praticados anteriormente, e ambos admitidos na lista de candidatos à Assembleia da República, por aquele partido.
Esquecendo-se que tem telhados de vidro, o PS utilizou este incidente como arma de arremesso, mal sabendo que no fim da campanha lhe iria rebentar nas mãos um caso de contornos semelhantes, mas de maior gravidade, já que aparecem envolvidos um alto dirigente do partido, José Lello, o mesmo que afrontou a dignidade do seu camarada Manuel Alegre, e o obscuro secretário de Estado do governo de José Sócrates, António Braga. Ambos negociaram lugares remunerados pelo Estado em troca de avultados financiamentos ao Partido Socialista, com Licínio Santos, um empresário envolvido na Máfia dos Bingos, que chegou a estar detido no Brasil e que, actualmente, aguarda julgamento em liberdade. Em causa estavam os lugares de cônsul honorário em Cabo Frio, no Brasil, um lugar na administração da empresa de telecomunicações Vivo e o controlo da Águas de Portugal naquela cidade brasileira.
Se o PSD traficou votos, o PS traficou lugares de Estado e lugares de empresas em que tem participações.
O ruído da campanha eleitoral atirou este escândalo do PS para o segundo plano das notícias. E é pena que seja assim, pois, além dos perfis políticos dos candidatos, os portugueses também deveriam avaliar o seu perfil moral, que está de rastos, como se vê.

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