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quarta-feira, 2 de setembro de 2009

A avaliação dos professores marcou decisivamente, pela negativa, o mandato de Maria Lurdes Rodrigues

Negar o óbvio, por estupidez ou por ignorância, já é dramático. Negá-lo por conveniência, além de dramático, é desonesto. E quando essa negação vem de um responsável ministerial, a atitude é abjecta. Maria de Lurdes Rodrigues sabe muito bem que, durante o seu mandato, como ministra da Educação do governo de José Sócrates, pouco fez para que a qualidade do ensino melhorasse. Nos últimos tempos, passou o tempo entrincheirada para salvar o seu absurdo modelo de avaliação dos professores, que se resumia unicamente a um vasto e confuso questionário, e a tentar defender-se dos ataques certeiros dos sindicatos, que também já demonstraram não estar interessados em nenhum modelo de avaliação.

Maria de Lurdes Rodrigues, no futuro, apenas irá ser recordadda como a ministra da avaliação. Nada mais.Se não houve alterações estruturais ao nível da política de ensino, e, as que se fizeram, (como aquela que visou, perseguindo o duvidoso conceito da escola inclusa, a integração de alunos com deficiência nas turmas com currículo normal) foram mal concebidas e mal executadas, como seria possível apresentar uma melhoria de resultados ao nível das retenções e do abandono escolar, no ensino básico e no secundário? Só por milagre! E Maria de Lurdes Rodrigues já não acredita em milagres, a não ser nos que ela própria promove para efeitos de pura propaganda.

O facilitismo foi, sem dúvida, o método escolhido para embelezar as estatísticas, tentando passar a ideia do acerto e da eficácia da política do PS na Educação. Os enunciados dos exames de Português e de Matemática apresentam-se cada vez mais fáceis. O grau de dificuldade de alguns problemas de matemática do 9º ano aproximava-se do grau de dificuldade de uma prova do 6º ano. Nas entrevistas televisivas, os alunos não escondiam o seu contentamento perante a facilidade evidenciada.

Quando as instituições internacionais vierem confirmar a diminuição da qualidade do ensino, nestes últimos anos, já ninguém se vai lembrar das declarações da actual ministra, que fez dopping para melhorar a performance da sua política educacional.

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