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domingo, 22 de dezembro de 2013

Notas do meu rodapé: Portugal é isto!... Um país imperfeito, mal acabado, falhado e permanentemente adiado.


Oito milhões gastos pela Parque Escolar deixaram escola de Alverca pior do que estava

Edifícios e equipamentos a 
degradarem-se, um processo 
em tribunal por incumprimento 
de contrato, alertas da Protecção
Civil por falta de segurança. 
A ampliação da Escola Secundária 
Gago Coutinho está parada por 
"razões orçamentais" e não tem 
data para recomeçar.

A empresa pública Parque Escolar gastou cerca de oito milhões de euros num projecto de modernização e ampliação da Escola Secundária Gago Coutinho de Alverca, mas a obra parou em 2011, quando ainda estava a meio e, desde então, nunca mais recomeçou, deixando o espaço escolar reduzido a pouco mais de metade.
Alunos e professores nunca tiveram acesso a parte das novas instalações (já concluídas) e o Ministério da Educação, por “razões orçamentais”, não prevê qualquer data para retomar os trabalhos – estimados num total de 14 milhões de euros. O empreiteiro da obra, a firma Alves Ribeiro, colocou a Parque Escolar em tribunal por incumprimento do contrato. E uma avaliação da Protecção Civil local já alertou para a falta de saídas de emergência em dois dos antigos blocos de salas em funcionamento, porque as que existiam estão tapadas por taipais colocados pela Parque Escolar.
Jorge Talixa
PÚBLICO, 21.12.2013

***«»***
Portugal é isto!... Um país imperfeito, mal acabado, falhado e permanentemente adiado. E eu não entendo porquê!...
Dizem-me que é do clima.
Dizem-me que é da sua situação periférica, com grandes dificuldades de acessibilidade ao centro da Europa, o que, secularmente, lhe ditou um crónico atraso, no âmbito do livre trânsito das ideias, na aceleração do progresso e também no desencadeamento das revoluções, que, quando as fez, já estavam ultrapassadas no seu tempo histórico de vida útil.
Dizem-me que é um problema socialmente genético, que a História foi moldando, numa lenta e silenciosa gestação.
Dizem-me que ainda não nos libertámos totalmente de uma certa mentalidade feudal, a assomar antigos vínculos entre os senhores e os servos da gleba e que foi incutida subliminarmente pelos sucessivos herdeiros da bárbara e ignorante aristocracia visigótica e por um astuto e dominante clero, que continua ativo e vigilante.
Dizem-me que é da alma sebastianista, que anda à solta por aí, alojada no subconsciente de cada português, e que o leva a acreditar no milagre das manhãs de nevoeiro.
Dizem-me que é por os portugueses terem apenas uma altura média de um metro e sessenta e oito centímetros e por gostarem de fado e de pataniscas de bacalhau com arroz de feijão.
Dizem-me que estamos condenados a ser pobres, por nunca termos sabido gerir a riqueza, ao mesmo tempo que, dos ricos, apenas lhes imitávamos os seus vícios e a sua ostentação.
Dizem-me, por fim, que somos ignorantes, corruptos, permissivos e oportunistas, incluindo os letrados, por causa de um défice cognitivo, herdado dos Neandertais. 
Eu não sei qual destas razões devo aceitar, se todas elas ou apenas algumas. O que eu sei é que a roda não anda, e que agora até começa a desandar.
AC 

sábado, 28 de maio de 2011

Ministério da Educação paga em duplicado à Parque Escolar



Para além das escolas, também os serviços centrais do ME estão a pagar rendas à empresa.
O Ministério da Educação está a pagar rendas à empresa pública Parque Escolar pela ocupação dos edifícios da Avenida de 24 de Julho, em Lisboa, que há três anos eram sua propriedade. A Parque Escolar é uma empresa tutelada pelo ME, que foi criada em 2007 para gerir um programa de modernização das escolas secundárias. Este ano, o ministério vai pagar-lhe também cerca de 50 milhões de euros em rendas pelas 103 escolas que já foram objecto de remodelação.
PÚBLICO
***
Confesso que não consigo entender esta triangulação negocial entre o Ministério da Educação, a Estamo, uma empresa pública destinada a vender a privados edifícios do Estado, e a Parque Escolar, uma empresa também de capitais públicos, constituída para requalificar e reconstruir as escolas secundárias, mas que agora aparece também como proprietária dos edifícios do Ministério da Educação, na avenida 24 de Julho. Não entendo, sobretudo, a necessidade de o Ministério da Educação alienar património à Estamo, e esta, por sua vez, fazer a mesma operação a favor da empresa Parque Escolar, passando o Estado a pagar rendas por aqueles mesmos espaços, ao mesmo tempo que vai investindo as verbas do Orçamento de Estado e da União Europeia, estas ultimas consignadas em finais de 2008, para ajudar as economias dos estados europeus a prevenir o contágio da crise dos bancos americanos. 
No entanto, já se começa a saber que a adjudicação destas obras tem apresentado muitas irregularidades, beneficiando-se certas construtoras, certos gabinetes de arquitectura e certos fornecedores. Algumas obras são faraónicas e luxuosas e de manutenção caríssima, como se pode concluir, através dos depoimentos insertos no vídeo.
Ou eu me engano muito, ou estamos perante uma complexa e bem disfarçada operação, de contornos ainda pouco claros, e que se destina a promover no futuro a privatização das escolas intervencionadas. Já agora, privatizem também o Ministério da Educação e o próprio governo. Mas despeçam o primeiro ministro e o ministro das Finanças com justa causa.