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domingo, 31 de janeiro de 2010

Lisboa debaixo de terra: O Teatro Romano (5)

PS escapa a multa por não contabilizar gastos avultados com campanha eleitoral no Brasil

Tribunal Constitucional considera que
socialistas não reflectiram despesas
e receitas nas contas apresentadas, mas
entende que partido já foi sancionado.
O Tribunal Constitucional não contesta
que o PS fez gastos avultados na sua
campanha para as legislativas de
Fevereiro de 2005, no Brasil, com o
objectivo de conquistar os lugares de
deputados do Círculo Fora da Europa,
como alega o Ministério Público (MP),
que recolheu uma vasta documentação
sobre a propaganda política feita naquele
período. E também não põe em causa
que os socialistas não identificaram as
receitas, nem as despesas, nas contas
apresentadas ao tribunal, como estavam
obrigados. Mas acaba por não aplicar
uma nova multa ao PS, dando razão
a um dos argumentos invocados pelo
partido, já que considera que a coima
de 21.358 euros aplicada aos socialistas
em Julho de 2007 já cobre este tipo de
infracção.
Isto apesar de reconhecer que esta situação
em concreto ainda não era conhecida e não
foi, por isso, considerada na altura. "Com
o sancionamento do Partido Socialista
pela "ausência ou insuficiência de
discriminação e comprovação das receitas
e despesas da campanha eleitoral das eleições
legislativas de Fevereiro de 2005", através
do acórdão n.º 417/07, extinguiu-se, por
força da excepção de caso julgado,
o poder sancionatório do Estado relativamente
à possibilidade de um segundo julgamento
(...), ainda que com base agora na violação
em diferentes termos de um dos deveres
contabilísticos já considerados", lê-se no
acórdão de 26 de Janeiro.
PÚBLICO
.
Este acórdão do Tribunal Constitucional (TC) é, pelo menos, bizarro. E é necessário recorrer a todas as teorias do absurdo, que eu não domino, para o compreender. Se a mesma doutrina se tornar extensiva a todo o âmbito da justiça, com a aplicação do intrincado conceito da "excepcionalidade de caso julgado", os reincidentes na prática de vários crimes da mesma natureza poderão ficar descansados, caso já tenham sido julgados pelo primeiro crime cometido, desde que à data ainda não tenham sido descobertos os crimes cometidos posteriormente.
Somente ficou a pairar uma dúvida. Se o Partido Socialista voltar a reincidir, em outras eleições realizadas ou a realizar, na prática da ocultação das receitas e das despesas da campanha eleitoral, o TC irá dar, certamente, o assunto por encerrado, já que existiu uma condenação anterior pelo mesmo tipo de infracção.
Absolutamente genial, senhores juízes!..

As aventuras e desventuras de um pénis!...


Sugerido pelo João Fráguas, seguidoe deste blogue, e pelo Diamantino Silva


Reconhecidamente, um filme criativamente didáctico...

sábado, 30 de janeiro de 2010

QUE RAIO DE FIXAÇÃO!... por Diamantino Silva

O defeito deve ser meu, quase de certeza, com esta minha mórbida fixação, que há uns tempos me anda para aqui a atormentar.
Há muito tempo que venho para aqui matutando numa hipotética linha que vem unindo criaturas como Bill Clinton, Tony Blair e Lionel Jospin, a que depois se juntou o nosso mais comezinho Toni (de Matos) Guterres, um quarteto de sócios fundadores de uma coisa que nunca se chegou a saber verdadeiramente o que era, mas que registaram com o nome de 3ª Via, à saída dos escombros da Grande Implosão. Uma linha que manteve o Velho Continente, a tal "Velha Europa" ligado ao Novo Mundo, a tal América (do Norte, não haja confusão), isto apesar da saída do Clinton e da emergência de J.W.Bush, tudo dentro do princípio de que já não haveria nenhuma razão para distinções de esquerda e direita, de progressistas e conservadores. Cá por casa, o Barroso foi um acidente só para servir os cafés aos dois líderes que resolveram tomar em mãos as rédeas do mundo.
Do lado de cá, ao "veterano" destas coisas que era o Tony Blair, vieram depois a associar-se, não como sócios, mais como simpatizantes, os companheiros Zapatero e o nosso Sócrates, todos eles modelos de uma nova vaga de dirigentes, rapazes bem apessoados, escrupulosamente cuidados e maquiados e... determinados e, como o figurino estava a dar, foi sem surpresas que aqui se vieram juntar outras mais sinistras criaturas de que os melhores exemplos ainda serão Sarkozy e Berlusconi.
E agora digam-me se não estou mesmo a ficar maluco quando hoje, (30Jan), ao ler a peça do jornal "Público" (pag.13) com o título "Foi uma enorme oportunidade perdida" a propósito das audições do Tony Blair sobre a Guerra do Iraque, logo anotei ao lado, como legenda: "Sócrates a papel químico". Só com uma pequena diferença de pormenor: onde está a Margarida, que se ponha Cavaco Silva.

Entrada de Isabel dos Santos na Zon aprovada por unanimidade...


A venda de acções próprias da
Zon a Isabel dos Santos foi
aprovada por 100% do capital
presente na assembleia-geral
da tecnológica.
Jornal de Negócios
.
Como é que esta senhora arranjou tanto dinheiro para este vultuoso negócio?!...

Orçamento do Estado: F. Louçã: "é sobre manigâncias orçamentais que lhe quero falar"

Orçamento de Estado: PCP - Jorge Machado - 22.1.010

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Notas o meu rodapé: Desculpas de mau pagador...

Pressuroso, Vitor Constâncio, abusando da nossa complacência, vem mostrar-se muito surpreendido com a dimensão do défice das contas públicas, em 2009, aproveitando, também, a oportunidade para envolver o ministro das Finanças na mesma cândida ignorância. Decididamente, o palco da política portuguesa começa a ser uma farsa. A admitir que aquela surpresa e aquela ignorância tivessem sido sinceras e convictas, só se poderia concluir que Portugal estava a ser governado por gente incompetente e irresponsável, já que, como toda a gente sabe, os meios informáticos disponíveis permitem calcular ao minuto as receitas e as despesas do Estado.
Existe, pois, neste triste enredo, uma encenada manobra par enganar os portugueses. Ou a verdadeira dimensão do défice orçamental acumulado do terceiro trimestre foi ocultada, por razões eleitorais, como diz a oposição, ou, como dizem alguns comentadores, o governo, seguindo aquela lógica do "perdido por cem, perdido por mil", empolou o seu valor, para, criando uma almofada de rerserva, poder mais facilmente, no próximo ano, ano de eleições presidenciais, exibir triunfalmente o mérito de o reduzir para além do objectivo fixado.
Em qualquer das situações consideradas, identifica-se a imbatível estratégia socretina da manipulação, sempre utilizada quando a realidade se desvia do discurso político propagandístico.
Pode-se dizer que nunca, como agora, se assistiu a tanta demagogia e a tanto folclore na governação, em que todos os métodos trapaceiros são utilizados intensivamente para ocultar a verdade e para promover a mentira.
Desgraçado povo que é governado por governantes deste calibre.
http://www.jornaldenegocios.pt/index.php?template=SHOWNEWS&id=407531

Grandes empresas recusam assinar código de boa gestão


O Instituto Português de Corporate
Governance (IPCG) está em guerra.
Um grupo de grandes empresas
portuguesas, que integram o PSI 20,
o Banco Espírito Santo, o Banco
Comercial Português, a EDP, a
Portugal Telecom (PT), a Mota
Engil, a Brisa, a Zon e a Jerónimo
Martins, recusaram-se a assinar a
versão final do Código de Bom
Governo das Sociedades e
auto-excluíram-se do IPCG,
não comparecendo à reunião
magna que hoje se realizou para
aprovar o documento.
... A discórdia rebentou dois dias
antes da data prevista para a
realização da AG do IPCG agendada
para hoje de manhã, para votar a
versão final do Código de Bom
Governo das Sociedades, que entre
os seus objectivos visa criar condições
para que as empresas garantam
uma maior protecção aos accionistas
minoritários, assim como contribuir
para uma maior simplificação dos
modelos de governação das
sociedades. Esperava-se o novo
documento constituísse uma alternativa
às recomendações da CMVM.
O grupo dissidente alegou existirem
discordâncias quanto ao conceito,
metodologia e conteúdo do documento
final, que é complexo demais,
inexequível, pouco transparente,
tem custos elevados para as empresas,
não está concebido de molde a cumprir
os objectivos e não inclui muitos dos
contributos dados pelas instituições
que representava.
PÚBLICO
.
Em Portugal, quando se trata de aplicar as boas práticas de governação, todos se baldam. Aconselho vivamente ao Instituto Português de Corporate Governance que adapte aquele código e o envie a todos os membros do governo, que bem precisam, neste momento de grande aperto.

Incompetência e irresponsabilidade...


465 milhões de euros

foi quanto o Estado gastou
a mais no ano passado com
o desemprego do que
estava orçamentado. Os
1578,29 milhões inicialmente
previstos (uma subida de 3,6
por cento face a 2008) ficaram
muito aquém dos 2044,28
milhões gastos (mais 34 por
cento que em 2008).
PÚBLICO
.
O anterior governo do PS subavaliou o verdadeiro impacto da crise na economia portuguesa, o que leva a afirmar que José Sócrates e o seu ministro das Finanças acreditaram nas suas próprias mentiras e na sua demagogia eleiçoeira.
Cronicamente, todas as previsões optimistas do governo acabam por ser desmentidas pela realidade. Não acertam uma. A isto chama-se incompetência e irresponsabilidade.

Dia Europeu da Protecção de Dados


O presidente do observatório da
criminalidade afirmou hoje que
a segurança não é um direito
menor do que a privacidade,
justificando assim a necessidade
de se manterem medidas de
protecção que possam representar
uma intromissão na vida privada.
... Segundo a CNPD (Comissão
Nacional de Protecção de Dados),
a “profusão” de sistemas biométricos,
de videovigilância e de geolocalização,
bem como o registo “em larga escala”
da actividade dos internautas, a
realização de perfis individuais
“detalhados” - e a “consequente
rotulagem discriminatória de
pessoas” - e as numerosas listas
negras e de índex “são sintomas
de uma sociedade vigiada”.
PÚBLICO
.
Sempre que me defronto com algumas questões da economia, ou, como esta, a da segurança versus privacidade, salta-me à frente a metáfora da manta. Se puxo a manta para tapar a cabeça, destapo os pés, e, se tapo os pés, descubro a cabeça. Em qualquer dos casos, concluo sempre que a manta é sempre curta. E o mais grave ainda, é que ela é cada vez mais curta.

Naquele tempo, a linguagem era muito púdica!...

Clicar na imagem para a ampliarEnviado por João Fráguas, seguidor deste blogue

***
Foi a leitura desta notícia que levou Francisco Louçã a aderir às causas fracturantes da sociedade portuguesa.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

A evolução do ensino da Matemática!...


Na semana passada comprei um produto que custou 1,58€. Dei à funcionária da caixa 2,00€ e 8 cêntimos, para evitar receber ainda mais moedas. A rapariga pegou no dinheiro e ficou a olhar para a máquina registradora, aparentemente sem saber o que fazer.Tentei explicar-lhe que tinha que me dar 50 cêntimos de troco, mas ela não se convenceu e chamou o gerente para a ajudar. Ficou com lágrimas nos olhos, enquanto o gerente tentava explicar-lhe aquilo que aparentemente continuava sem entender.
Porque estou a contar isto? Porque dei conta da evolução do ensino de matemática desde 1956, altura em que entrei para a escola primária. Parece-me que foi assim:
1. Ensino de matemática em 1956:
Um lenhador vende um carro de lenha por 100$00. O custo de produção desse carro de lenha é igual a 4/5 do preço de venda . Qual é o lucro?
2. Ensino de matemática em 1970:
Um lenhador vende um carro de lenha por 100$00. O custo de produção desse carro de lenha é igual a 4/5 do preço de venda ou seja, 80$00. Qual é o lucro?

3. Ensino de matemática em 1980:
Um lenhador vende um carro de lenha por 100$00. O custo de produção desse carro de lenha é 80$00. Qual é o lucro?
4. Ensino de matemática em 1990:
Um lenhador vende um carro de lenha por 100$00. O custo de produção desse carro de lenha é 80$00. Escolha a resposta certa, que indica o lucro:( )20$00 ( )40$00 ( )60$00 ( )80$00 ( )100$00.

5. Ensino de matemática em 2000:
Um lenhador vende um carro de lenha por 100$00. O custo de produção desse carro de lenha é 80$00. O lucro é de 20$00. Está certo? ( )SIM - ( ) NÃO.

6. Ensino de matemática em 2009:
Um lenhador vende um carro de lenha por 100,00€. O custo de produção é 80,00€. Se você souber ler coloque um X no 20,00€.
( )20,00€ ( )40,00€ ( )60,00€ ( )80,00€ ( )100,00€
Enviado pelo João Fráguas, seguidor deste blogue

Badalo para ritmar os exercícios físicos no ginásio...

Enviado por M.J. Neves

Não sei se as mocinhas ficaram impressionadas com a cor ou com o tamanho!

Notas do meu rodapé: O caos da Justiça...



Anualmente, na sessão solene da Abertura do Ano Judicial, o ritual repete-se. É o dia em que a própria Justiça se senta no banco dos réus. É condenada, mas com pena suspensa. Ninguém se atreve a absolvê-la, mas todos a acusam dos "crimes", em que os próprios não são co-autores, apenas sobrelevando os que outros praticam.
O Presidente da República, ao apontar o dedo acusador à intencionalidade ideológica de muitas leis, como causa do aumento da litigiosidade ou da litigância, invoca um exemplo, a nova lei do divórcio, em que ele próprio procurou intervir com a sua magistratura de influência, com argumentos da sua matriz cultural conservadora, que reflectiam a posição da igreja católica, o que não deixou de ser uma posição marcadamente ideológica.
Registe-se, porém, como positiva, a denúncia expressa à má qualidade de muitas leis, albardadas ao gosto das clientelas dominantes.
O bastonário da Ordem dos Advogados, que, correctamente, referiu a existência de sinais evidentes da politização da Justiça, omitiu, no entanto, a influência da sua corporação no inflacionamento das garantias jurídicas, a que os advogados de arguidos endinheirados recorrem abusivamente, agravando a morosidade dos processos.
O Procurador Geral da República, que, com acerto, exigiu uma clara definição de competências do Ministério Público e a eliminação da burocracia inútil e paralisante, causadora das dificuldades de cumprir objectivos em tempo útil, não referiu as suas próprias responsabilidades nos atrasos do processo Freeport e no caso das escutas ao primeiro ministro.
Todos têm razão, mas, também, todos têm culpas no cartório. É muito difícil erradicar a redutora "visão de capelinha", que os diferentes actores da justiça exibem, sempre que se faz uma reforma. Juízes, procuradores, advogados e o próprio governo de turno procuram, à vez, e numa manifestação tribal, afeiçoar as leis aos seus interesses corporativos.
No actual momento, em que o ministro da Justiça, Alberto Martins, está empenhado, em sede do Conselho Consultivo da Justiça, em remendar os enormes buracos legislativos da última reforma do Código do Processo Penal e do Código Penal, seria interessante repescar um estudo sobre a Justiça, elaborado por uma Faculdade de Economia, em 2007.
Nesse estudo, apontam-se como principais causas do entupimento dos processos judiciais nos tribunais portugueses, a complexidade da legislação processual, a enorme burocracia de tramitação, o litígio de massas, alimentado pelos bancos e pelas companhias de electricidade, gás, água e telefones, e a ausência de especializações de juízes e procuradores. Ao mesmo tempo, essse estudo propõe uma revisão dos sistema remuneratório e de promoção dos magistrados, bem como o de avaliação, que actualmente anda pelas ruas da amargura, com 98 por cento dos juízes a obter cronicamente a classificação de excelente, classificação esta, que, a ser rigorosa, deveria proporcionar ao país a existência da melhor Justiça do mundo.
O estudo também aponta que não é por falta de tribunais e de juízes que não atingimos aquele desiderato, já que Portugal é o terceiro país da Europa com um maior número de juízes per capita. Por cada 100 mil habitantes, Portugal tem quinze juízes, enquanto a Espanha tem dez. Em relação aos tribunais, por cada milhão de habitantes, Portugal tem trinta e quatro, enquanto a paupérrima Alemanha se fica pelos treze.
Com a Justiça neste estado, a caminhar para um verdadeiro caos, não se pode falar em democracia nem na garantia das liberdades, cenário este que coloca em grave risco o actual regime político e a sustentabilidade do país..

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O governo aumenta o capital da CGD para poder fazer desaparecer os prejuízos do BPN e reduzir o défice orçamental-Por Eugénio Rosa




O 1º ministro anunciou, no último debate na Assembleia da República (DEZ09), que o Estado ia aumentar o capital da CGD em 1.000 milhões de euros. E apresentou como razão para essa decisão do governo a seguinte justificação: "Nunca como agora o país precisou tanto de um banco público". Desta forma, procurou fazer passar a mensagem de que a única razão que movia o governo era o interesse do País. No entanto, esta afirmação é surpreendente num governo que tudo fez para reduzir o papel do Estado, e mesmo desorganizá-lo, com o pretexto de que isso era necessário para reduzir o défice orçamental, e que também tudo fez para privatizar o que ainda restava de rentável no sector público. E que depois nacionalizou um banco falido para suportar com fundos públicos os elevados prejuízos acumulados por uma gestão danosa privada. A verdade é que existem também outras razões que o governo ocultou à própria Assembleia da República e aos portugueses para aumentar o capital da CGD. Para compreender as outras razões do governo é necessário ter presente o seguinte. A transferência de dividendos da CGD para o O.E. aumenta as receitas do orçamento e, consequentemente, diminui o défice orçamental. O aumento de capital da CGD, mesmo financiado pelo Estado, pois o Estado é o único accionista da CGD, não aumenta o défice orçamental pois não é considerado no seu cálculo. Faz aumentar a divida do Estado mas não o défice orçamental. Mas expliquemos ainda de uma forma mais pormenorizada e concreta para que a operação de engenharia financeira que este governo pretende fazer fique ainda mais clara. A CGD é uma importante fonte de receitas do Orçamento do Estado. Entre 2007 e 2009, de acordo com a Lei do Orçamento do Estado, prevê-se que os bancos e as instituições financeiras públicas, em particular a CGD transfiram para o Orçamento cerca de 1.015,3 milhões de euros. Só a CGD, no ano de 2007, transferiu, segundo o seu Relatório e Contas, 300 milhões de euros, ou seja, mais 26,7% do que o total previsto no OE desse ano. O governo nacionalizou o BPN, um banco privado com elevados prejuízos. Esses prejuízos devem ser suportados pela CGD, ou seja, por fundos públicos. Mas se isso fosse feito utilizando directamente os lucros da CGD, esta ficaria impossibilitada de transferir para o Orçamento do Estado em 2008 e em 2009 o valor de dividendos previstos, o que faria aumentar o défice orçamental nesse valor, o que era negativo para a propaganda governamental. O que pretende fazer o governo? Apenas o seguinte: a CGD transfere os valores de dividendos previstos naqueles dois anos para o Orçamento do Estado, e o Estado endivida-se e, com o aumento da divida, aumenta o capital da CGD em 1000 milhões de euros que depois é utilizado para anular os prejuízos do BPN. Desta forma reduz o défice através dos dividendos recebidos, e não aumenta o défice por meio do aumento da divida publica necessária para aumentar o capital da CGD, já que o aumento da divida não é considerado para o cálculo do défice orçamental. Entra por um lado e sai pelo outro lado e, como por magia, o défice é reduzido. Uma operação de engenharia financeira que consegue enganar os media e a opinião pública, pois oculta um dos objectivos desta manobra governamental. Infelizmente, é assim que este governo funciona. O governo ao aumentar o capital da CGD em 1.000 milhões de euros confirma, embora de uma forma indirecta, que os prejuízos efectivos do BPN são muito superiores aos 700 milhões de euros anunciados inicialmente pelo ministro Teixeira dos Santos, estando já muito próximos dos mil milhões de euros, o que até já foi confirmado por uma auditoria ao BPN mandada fazer pela CGD, que apurou 950 milhões de euros, como alguns órgãos de informação já divulgaram. Assim torna-se ainda mais clara a razão do aumento de capital da CGD precisamente nesse valor, pois serão precisamente os capitais próprios deste banco público que terão de suportar, em última instância, os prejuízos do BPN, no caso da decisão do governo ser a de responsabilizar aquela entidade financeira pública pela resolução do problema deste banco, como parece que vai acontecer.
Eugénio Rosa-economista
In resistir

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Lá como cá, só merda!...


Notas do meu rodapé: Novo líder do PS-Madeira refuta reiterados elogios de Almeida Santos à obra de Jardim


“Nem tudo o que reluz na Madeira
é ouro”, advertiu hoje o novo líder
do PS na Madeira, Jacinto Serrão,
para refutar os elogios à obra de
Alberto João Jardim reiterados
por Almeida Santos no encerramento
do congresso regional.
O presidente honorário do PS
retomou elogios feitos ao presidente
do governo madeirense na década
de 90, fazendo questão de reconhecer
que Jardim “é economicamente sério”,
“fez uma obra no plano do
equipamento urbano, rodoviário e
turístico” e transformou “a Madeira
numa preciosidade que não era quando
tomou posse” em 1978.
PÚBLICO
.
Começam a ser rotineiros os encómios a Alberto João Jardim, por parte dos altos dirigentes do Partido Socialista. Há meses, num beija-mão solene, e perante um Alberto João emproado e convencido, foi a vez de Jaime Gama, naquele tom "pasteleiro", que o caracteriza, desfazer-se em elogios àquele a quem há uns anos atrás apelidou de "Bokassa da Madeira", constituindo este, talvez, o mais agressivo epíteto dirigido àquele controverso dirigente político. Agora, coube a vez a Almeida Santos, com aquele sublimado ar melífluo, a esconder toda a "manhosice" da sua personalidade, de se desdobrar, curvando a espinha, em rasgados elogios a João Jardim. E fê-lo no lugar mais inapropriado: o congresso regional do PS-Madeira.
Adivinha-se o objectivo de tanta subserviência. O Partido Socialista não quer despoletar a verborreia insultuosa do "soba", no momento em que acusa uma fragilidade política desgastante. José Sócrates pretende não facilitar a visibilidade das frentes contestatárias ao seu governo, quer as assumidas a título individual, quer as colectivas, para assim melhor poder concentrar-se na sua luta contra a oposição parlamentar, principalmente a de esquerda. Foi essa mesma estratégia que determinou a cedência aos sindicatos dos professores, adiando, por isso. e mais uma vez, a necessária e profunda reforma da Educação, que se reclama para conseguir ultrapassar a sua situação altamente deficitária, ao nível de eficiência, e que as gerações futuras terão de pagar.
Como respondeu o novo dirigente do PS-Madeira, eleito no congresso, onde esteve presente Almeida Santos, "João Jardim fracassou nas políticas sociais e esbanjou centenas e centenas de milhões de euros em investimentos públicos de má qualidade e perfeitamente inúteis, com os recursos financeiros disponibilizados pelo Estado Português e União Europeia, onerando com pesada dívida as gerações vindouras que não beneficiarão dessas obras”.
Por outro lado, sabe-se que Jardim, com o seu nepotismo, capta e consolida apoios políticos, colocando nos altos postos da administração os seus mais indefectíveis apoiantes, que, por sua vez, com a sua conivência, se instalam no poder com as respectivas redes familiares, numa cumplicidade política e partidária complexa, que não olha a meios para alcançar os fins.
E é ao mais excêntrico demagogo da política portuguesa, pós-25 de Abri, que os altos dirigentes do Partido Socialista prestam vassalagem!...

Ele é apenas um simpatizante. Por isso vai no fim da fila!...


domingo, 24 de janeiro de 2010

Horário de Barbeiro de Beja...

Clicar para aumentar a imagem Imagem enviada pelo João Fráguas, seguidor deste blogue
.
Trata-se de uma escandalosa violação das leis laborais, que, mais uma vez, as autoridades competentes deixam impune. E se cortassem a barba e o cabelo a esse barbeiro?!...

Notas do meu rodapé: Marinho e Pinto critica proliferação de cursos de Direito


O bastonário da Ordem dos Advogados
(OA), Marinho e Pinto, criticou ontem
os sucessivos governos e direcções da
Ordem pela proliferação "escandalosa"
de cursos de Direito em Portugal,
afirmando que nem todos os licenciados
têm lugar na profissão.
"Tenho de lançar uma crítica muito forte
aos sucessivos governos e às sucessivas
direcções da Ordem dos Advogados
perante a proliferação escandalosa de
cursos de Direito em Portugal", afirmou
Marinho e Pinto...
... "Formei-me quando havia três faculdades
de Direito em Portugal e hoje há cerca de
30 cursos de Direito espalhados por todo
o País, muitos deles que degradam o ensino
de Direito", revelou o responsável.


A denúncia oportuna de Marinho e Pinto, sobre a proliferação descontrolada de cursos de Direito e a má qualidade pedagógica de alguns deles, não deve apenas circunscrever-se a este domínio específico. Ela deve alargar-se à maioria dos cursos superiores, nos quais se verifica um grande desequilíbrio entre a oferta e as necessidades reais do país. Aqui, já que se trata de um importante pilar para o desenvolvimento e para a sustentabilidade do país, é descabido colocar a questão em termos economicistas, recorrendo às variáveis da oferta e da procura. Constitui um verdadeiro desperdício social e económico oferecer para o "mercado" cursos com excesso de candidaturas que, depois, esse mesmo "mercado" não consegue absorver. Além de trair as legítimas expectativas dos jovens, essa opção, que remonta ao cavaquismo, provoca o esvaziamento dos investimentos das famílias e do Estado, com prejuízos nítidos, nunca contabilizados, para a economia e para a sociedade.
A pressão da procura de ingresso no superior aumentou muito, depois da revolução de Abril, em consequência do voluntarismo romântico e bem intencionado de alguns e do laxismo oportunista de muitos. As passagens administrativas, a subversão da autoridade da escola, que começou a pagar a factura de décadas de autoritarismo, e a ausência de rigor no exercício das práticas pedagógicas e na avaliação dos alunos (os exames traumatizavam as criancinhas!), entre outros factores negativos, permitiram que milhares de alunos, sem qualquer mérito, se apresentassem nos portões das universidades do Estado, que naturalmente não os poderia absorver. Começou o calvário do numero clausus.
Cavaco Silva, à boa maneira neo-liberal, e convencido que a mão invisível do mercado resolve tudo, decidiu abrir o ensino superior aos privados, que não desperdiçaram mais esta oportunidade de negócio, num sector que, devido à sua relevância nacional, deveria ser da exclusiva competência do Estado. Os cursos, apenas os de lápis e caderno, pois os outros exigiam muito investimento à partida, apareceram como cogumelos, indo ao encontro das expectativas dos portugueses, que assim poderiam concretizar o mítico sonho de poderem ter em cada família um doutor ou um engenheiro. Foi o tempo áureo do ensino superior privado, que funcionou mais como uma indústria de licenciaturas do que como uma verdadeira universidade. Criou-se uma maneira artificiosa de vender diplomas aos alunos mais favorecidos economicamente, e que não conseguiram entrar nas universidades do Estado. Foi também o tempo dos doutores analfabetos, que não resistiam intelectualmente à formulação de um problema mais complexo. Quando hoje se fala da falta de qualificação da população portuguesa, tem de se incluir esses milhares de licenciados, produzidos nas universidade privadas, que foram ocupar lugares nas estruturas da função pública e das empresas, e para às quais não tinham competências suficientes, o que veio a afectar a produtividade e a competitividade do país.
Respondendo à pressão dos lobies, o Estado não soube fazer um planeamento entre a oferta de cursos superiores e as necessidades do país, evitando assim o desemprego de jovens licenciados, que se verifica actualmente, e reduzindo a margem de desperdício económico e social.

Lisboa debaixo de terra: Bairro Estrela D'Ouro (4)

sábado, 23 de janeiro de 2010

Mademoiselle Sophie et son majordome



dinner for one, vostfr, très drôle !!
Enviado por asilis93. - Veja mais videos engraçados
Vídeo sugerido pelo Diamantino Silva

Neste filme, além da sua comicidade original, ressalta o evidente propósito de recuperar, na construção da narrativa, a força significante da imagem sobre a palavra, que aqui é secundarizada, sendo apenas utilizada com parcimónia no encadeamento de diálogos curtos e incisivos. Aliás, é nesta perspectiva que o cinema se assume como arte. Repare-se, também, na parcial imobilidade da máquina de filmar, exclusivamente centrada num único plano, a querer transmitir a própria imobilidade do tempo, que os dois personagens procuram preservar, encenando para eles próprios um jantar, com convidados imaginários, que possivelmente estiveram presentes no passado naquela sala, em outras ceias, de marcado cariz aristocrático, e que eles revivem com realismo calculado, apesar da decadência para a qual a sua avançada idade os remete.
Trata-se de um filme extremamente didáctico e exemplar, no contexto da sua concepção e realização, e que as escolas de cinema possivelmente não rejeitaram, já que a história se prolonga, no imaginário do espectador, para além do que lhes é contado e mostrado, virtude intrínseca à obra de arte, e, por outro lado, explicita com mestria as regras gramaticais da linguagem cinematográfica, essenciais para a autonomia e afirmação do cinema.
Um filme a não perder, para quem, na realidade, sabe apreciar cinema.

E ainda há quem diga que a vida está cara!...


Fotos enviadas pelo João Fráguas, seguidor deste blogue
Montra de uma loja, na Rua de Santo António , Nº 23, em Faro
.
O anúncio é apelativo. Quer tinha sido por erro ortográfico ou por inspiração criativa, suportada no equívoco das significações das palavras, temos por certo que a lingerie se vendeu bem. Quem é que poderia ter resistido àquela barateza?!

Afinal, os broches até estão baratos!...

Fotografia enviada pelo João Fráguas, seguidor deste blogue
Foram feitos na China...

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Emplastro leva porrada e parte microfone ao jornalista!

***
Este é o retrato da gloriosa Nação, onde apenas se salva o Fernando, o mais lúcido interveniente da peça. Espero que o painel artístico do senhor José Pereira seja guardado, para a posteridade, no Museu de Arte Moderna.

Provérbio árabe...

Enviada pelo Jorge Ribeiro


"A simplicidade é um tesouro infinito. Se não consegues alcançar o que ambicionas, contenta-te com o que tens"...

Notas do meu rodapé: Soares dos Santos atribui baixa produtividade do país aos salários baixos


O presidente do grupo Jerónimo Martins
atribuiu hoje a baixa produtividade do país
aos baixos salários pagos aos trabalhadores.
“Fala-se que o país não tem produtividade,
que se pagam salários elevados. Tretas.
Paga-se mal e não se pode exigir a uma
pessoa que ganha pouco mais que o salário
mínimo que vá trabalhar com gosto. Não se
lhe pode exigir sacrifícios”, defendeu Soares
dos Santos, durante um almoço da Câmara
do Comércio e Indústria Lusa-Alemã. Segundo
uma gravação da Antena 1, o empresário
defendeu que “os portugueses estão
constantemente a ser metralhados com
mentiras sobre a situação económica do país”.
Soares dos Santos criticou ainda a maior
“interferência do Estado na economia”.
Público
.
Pela primeira vez, ouvimos da boca de um empresário, e um dos mais importantes do país, uma declaração desassombrada e corajosa a denunciar o grande equívoco sobre as causas da baixa produtividade da economia portuguesa.
Tal como por várias vezes temos referido no Alpendre da Lua, uma das causas da baixa produtividade da economia portuguesa reside no baixo nível salarial, cronicamente praticado. Para mitigar as suas insuficiências e competências, os empresários portugueses procuraram sempre ganhar competitividade a esse nível, descurando os outros factores que a influenciam, tal como a qualificação profissional, através da formação contínua, a organização e a gestão do trabalho, a organização e gestão empresarial, a inovação tecnológica, a prospecção de mercados numa base científica e a concepção e aplicação de políticas "agressivas" na promoção dos produtos e dos serviços a colocar no mercado. Pode afirmar-se que, historicamente, os empresários portugueses foram sempre "preguiçosos", uma vez que a sua sobrevivência e a sua prosperidade foram alcançadas à custa dos salários baixos e dos crónicos apoios do Estado, para não falar do exacerbado proteccionismo durante o Estado Novo, que os remeteu para uma condição acomodatícia e paralisante. Era a melhor maneira de ganhar dinheiro sem assumir riscos calculados.
Saudamos, pois, a declaração do empresário Soares dos Santos, que equacionou um problema estrutural da economia portuguesa na sua verdadeira dimensão. Duvidamos, contudo, que ela contagie os seus empedernidos pares.

Desenhos da Sofia...
















A Sofia, uma minha sobrinha, tem apenas cinco anos, mas nos seus desenhos já não se encontram vestígios dos traços infantis, característicos dos desenhos das crianças da sua idade. Revela já uma maturidade artística consistente.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Velhinha de 80 Anos Presa com Namorado

Lisboa debaixo de terra: O Aqueduto das Aguas Livres (3)

Notas do meu rodapé: "Empréstimos ao BPN sem impacto na CGD", afirmou Faria de Oliveira, o seu presidente!...



O presidente da Caixa Geral de Depósitos
(CGD), Faria de Oliveira, assegurou hoje
aos deputados que as injecções de liquidez
no Banco Português de Negócios (BPN),
que ascendem a 4,2 mil milhões de euros,
não têm impacto nos resultados do banco
público.
Diário de Notícias
.
Não tem impacto no banco público, mas tem impacto nas contas do Estado, ao contrário do que, de uma maneira ambígua e artificiosa, andou a dizer, durante um ano, o ministro das Finanças. Tal como aconteceu nos Estados Unidos, o dinheiro dos contribuintes foi obscenamente mobilizado para salvar os accionistas dos bancos, que, anteriormente, já tinham arrecadado fortunas com a desenfreada e irresponsável especulação bolsista.
O argumento aduzido, de que a decisão de nacionalizar o BPN fora tomada para evitar o risco sistémico do sistema financeiro nacional, carece de fundamentação. A bondade da intenção de defender os valores dos depositantes esconde a hipocrisia dos verdadeiros e secretos objectivos, que motivaram a precipitada nacionalização. A meia centena de empresas accionistas do BPN beneficiou largamente de créditos generosos, a juro baixo, só possíveis de conceder devido à gestão fraudulenta da administração do banco, que fazia saltar dinheiro debaixo das pedras da calçada. Uma falência do banco apenas iria afectar os interesses dessas empresas e dos accionistas singulares, que teriam de repor rapidamente o valor das dívidas contraídas, para que o BPN saldasse os seus compromissos com o exterior. É aí que o Estado entra, garantindo o elevado empréstimo concedido pela CGD, também a juro baixo, e que os contribuintes vão pagar.
Nos Estados Unidos e na UE o esquema foi o mesmo, provando-se assim que o sistema financeiro dos países capitalistas actua orgânicamente, numa perfeita sintonia de movimentos.
Não se justificava, pois, a nacionalização, já que o risco apenas existiria se a maioria da banca se encontrasse em sérias dificuldades, o que não era o caso. Nos Estados Unidos, mais de uma centena de pequenos e médios bancos faliram em 2009, não se repercutindo os seus efeitos no respectivo sistema financeiro.

Os gordos que paguem a crise!...

Aérea vai cobrar assento extra para passageiros obesos

As pessoas obesas terão que pagar
quase o dobro do preço para viajar
com a Air France-KLM, se não
conseguirem se acomodar em um
único assento, anunciou a companhia
aérea nesta terça-feira.
Estas pessoas pagarão 75% do
preço
de um segundo assento, além do preço
normal para o primeiro assento
ocupado, informou Monique Matze,
porta-voz da companhia, alegando
que a decisão foi tomada por motivos de
segurança.
Terra- Brasil
.
A Air France-KLM foi sensível àquele slogan do Bloco de Esquerda, que dizia: Os gordos que paguem a crise!...

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Ai, se o taliban vê!...

Convenhamos que a burka tem uma forte componente erótica, insuspeita para os muçulmanos!...

Assim, até eu me convertia!...




Nunca poderei reconciliar-me com Deus nem com os seus acólitos, enquanto continuarem a considerar pecaminosa a nudez da mulher.

Quando as religiões violentam os seus fiéis!...

MUSLIM CEREMONY IN VIENNA . . . BIENTOT DANS VOTRE VILLE !


Tal como os cristãos nas Filipinas, que se oferecem ao espectáculo degradante do martírio na cruz, deixando-se amarrar ao madeiro, pregados pelas mãos; tal como os peregrinos de Fátima, que rastejam de joelhos, até sangrarem, pedindo milagres e benesses à Virgem Maria; também os muçulmanos xiitas, embrutecidos pelo fanatismo, que o proselitismo dos Ayatollahs estimula subliminarmente, se auto-flagelam, golpeando a cabeça com lâminas, até o sangue jorrar, e não se coibindo de submeter a este bárbaro ritual as crianças, mesmo as de tenra idade. E o mais grave , é que este abjecto espectáculo dos muçulmanos xiitas, durante a cerimónia do muslim , em que se procura inculcar o primarismo irracional da fé, já é exibido nas capitais europeias, numa manifestação carnavalesca, provocante e ostensiva, e que não respeita os valores civilizacionais da Europa, aquela Europa que os acolhe e não lhes tolhe a crença nem lhes interdita o culto, tolerância este que não tem reciprocidade na maioria dos países muçulmanos, onde os crentes de outras religiões são coagidos, marginalizados e até perseguidos.

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Nesta hiperligação, vá clicando imagem a imagem:

http://www.comibam.org/transpar/por/is/is_todos.ppt

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Este vídeo foi enviado por um leitor do Alpendre da Lua, meu conhecido, tendo sido acompanhado pelo texto, que se transcreve parcialmente:

Alexandre:

Desculpe este desabafo prévio com o envio desta mensagem. Nunca reenvio emails com este tipo de conversa alarmista e também não reenviei este para ninguém por várias razões, mas confesso que uma delas tem a ver com a minha dificuldade em lidar com esta matéria. Sei que é qualquer coisa que também lhe toca por isso lhe envio. Andei uma vida em que estas questões não fizeram parte das minhas preocupações, porque já haviam as nossas e não tinham nada a ver com isto, agora chego a esta altura e tenho que ter opinião: somos uma democracia... gente civilizada...e a democracia impõe-nos formas transparentes de combater os processos que minem as suas estruturas. Mas o extremismo islâmico serve-se exactamente dessa fraqueza para se nos impor. Não sei se fui eu que andei distraido, ou se foram estes tipos que se extremaram mais rápidamente do que o tempo em que eu não olhei para eles, mas há qualquer coisa de alarmante neste processo do avanço do Islão pela Europa que acho preocupante. Entretanto, dou por mim a ir a vigílias alertando para os problemas de Gaza colocando-me do lado que acho justo, mas depois vejo gente a fazer coisas destas em nome da mesma religião, a tal que afinal parece que tem vários graus de sedimentação.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

HMKG 04 Norwegian Military Tattoo

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Earth Song - Michael Jackson (legendado em português)

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Vídeo enviado por P. Vicente
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O single Earth Song, de Michael Jackson, foi censurado pelas televisões dos Estados Unidos. Os vários poderes do imperialismo tiveram medo dos efeitos que a canção poderia provocar nos milhões de fãs do popular cantor, que, por esta via, poderiam aumentar a sua consciencialização, em relação às questões ambientais. A força das imagens e a acutilância da letra, que referem a agressiva desmatação das florestas, a criminosa pesca intensiva, de grande escala, e a poluição, além de transmitirem grandeza à peça musical, constituem uma forte denúncia contra a lenta destruição do planeta, perpetrada pelos países industrializados, principalmente os Estados Unidos.

Boda Jose Carlos y Vanesa



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No meio das tragédias e das desgraças que devastam o mundo, quer pela maldade dos homens, quer em resultado dos maus humores da natureza, é agradável ser surpreendido por uma imagem singela de felicidade e de originalidade, o que justifica o seu registo.

A guerra do Afeganistão vista por Eça de Queiroz



Eça de Queiroz foi um observador arguto da guerra do Afeganistão, não a do Obama, mas a dos ingleses imperiais do sec. XIX, e sobre ela escreveu páginas implacáveis que talvez os nossos governantes, já que os estrangeiros não sabem português, tivessem interesse e proveito em ler e meditar. Aí vão elas (escritas em 1880):
Diamantino Silva

Os ingleses estão experimentando, no seu atribulado império da Índia,a verdade desse humorístico lugar comum do sec. XVIII: 'A História é uma velhota que se repete sem cessar'. O Fado e a Providência, ou a Entidade qualquer que lá de cima dirigiu os episódios da campanha do Afeganistão em 1847, está fazendo simplesmente uma cópia servil, revelando assim uma imaginação exausta. Em 1847 os ingleses, "por uma Razão de Estado, uma necessidade de fronteiras científicas, a segurança do império, uma barreira ao domínio russo da Ásia..." e outras coisas vagas que os políticos da Índia rosnam sombriamente, retorcendo os bigodes - invadem o Afeganistão, e aí vão aniquilando tribos seculares, desmantelando vilas, assolando searas e vinhas: apossam-se, por fim, da santa cidade de Cabul; sacodem do serralho um velho emir apavorado; colocam lá outro de raça mais submissa, que já trazem preparado nas bagagens, com escravas e tapetes; e, logo que os correspondentes dos jornais têm telegrafado a vitória, o exército, acampado à beira dos arroios e nos vergéis de Cabul, desaperta o correame, e fuma o cachimbo da paz... Assim é exactamente em 1880. No nosso tempo, precisamente como em 1847, chefes enérgicos, Messias indígenas, vão percorrendo o território, e com os grandes nomes de "Pátria" e de "Religião", pregam a guerra santa: as tribos reunem-se, as famílias feudais correm com os seus troços de cavalaria, príncipes rivais juntam-se no ódio hereditário contra o estrangeiro, o "homem vermelho", e em pouco tempo é tudo um rebrilhar de fogos de acampamento nos altos das serranias, dominando os desfiladeiros que são o caminho, a estrada da Índia... E quando por ali aparecer, enfim, o grosso do exército inglês, à volta de Cabul, atravancado de artilharia, escoando-se espessamente, por entre as gargantas das serras, no leito seco das torrentes, com as suas longas caravanas de camelos, aquela massa bárbara rola-lhe em cima e aniquila-o. Foi assim em 1847, é assim em 1880. Então os restos debandados do exército refugiam-se nalguma das cidades da fronteira, que ora é Ghasnat ora Kandahar: os afegãos correm, põem o cerco, cerco lento, cerco de vagares orientais: o general sitiado, que nessas guerras asiáticas pode sempre comunicar, telegrafa para o viso-rei da Índia, reclamando com furor "reforços, chá e açúcar"! (Isto é textual; foi o general Roberts que soltou há dias este grito de gulodice britânica; o inglês, sem chá, bate-se frouxamente). Então o governo da Índia, gastando milhões de libras, como quem gasta água, manda a toda a pressa fardos disformes de chá reparador, brancas colinas de açúcar, e dez ou quinze mil homens. De Inglaterra partem esses negros e monstruosos transportes de guerra, arcas de Noé a vapor, levando acampamentos, rebanhos de cavalos, parques de artilharia, toda uma invasão temerosa... Foi assim em 1847, assim é em 1880.Esta hoste desembarca no Industão, junta-se a outras colunas de tropa índia, e é dirigida dia e noite sobre a fronteira em expressos a quarenta milhas por hora; daí começa uma marcha assoladora, com cinquenta mil camelos de bagagens, telégrafos, máquinas hidráulicas, e uma cavalgada eloquente de correspondentes de jornais. Uma manhã avista-se Kandahar ou Ghasnat;- e num momento, é aniquilado, disperso no pó da planície o pobre exército afegão com as suas cimitarras de melodrama e as suas veneráveis colubrinas do modelo das que outrora fizeram fogo em Diu. Ghasnat está livre! Kandahar está livre! Hurrah! Faz-se imediatamente disto uma canção patriótica; e a façanha é por toda a Inglaterra popularizada numa estampa, em que se vê o general libertador e o general sitiado apertando-se a mão com veemência, no primeiro plano, entre cavalos empinados e granadeiros belos como Apolos, que expiram em atitude nobre! Foi assim em 1847; há-de ser assim em 1880. No entanto, em desfiladeiro e monte, milhares de homens que, ou defendiam a pátria ou morriam pela "fronteira científica", lá ficam, pasto de corvos - o que não é, no Afeganistão, uma respeitável imagem de retórica: aí, são os corvos que nas cidades fazem a limpeza das ruas, comendo as imundices, e em campos de batalha purificam o ar, devorando os restos das derrotas. E de tanto sangue, tanta agonia, tanto luto, que resta por fim? Uma canção patriótica, uma estampa idiota nas salas de jantar, mais tarde uma linha de prosa numa página de crónica...Consoladora filosofia das guerras! No entanto, a Inglaterra goza por algum tempo a "grande vitória do Afeganistão" - com a certeza de ter de recomeçar, daqui a dez anos ou quinze anos; porque nem pode conquistar e anexar um vasto reino, que é grande como a França, nem pode consentir, colados à sua ilharga, uns poucos de milhões de homens fanáticos, batalhadores e hostis. A "política" portanto é debilitá-los periodicamente, com uma invasão arruinadora. São as fortes necessidades dum grande império. Antes possuir apenas um quintalejo, com uma vaca para o leite e dois pés de alface para as merendas de verão..."
In Cartas de Inglaterra

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Neve em Lamego





Fotografias enviadas pelo João Fráguas, seguidor deste blogue
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A cidade de Lamego, periodicamente, é assolada por grandes nevões, devido à sua localização, nos contrafortes do planalto beirão e a pouca distância da serra do Marão. Lembro-me, particularmente, do grande nevão de 1954, que paralisou a cidade, tendo a neve atingido a altura de 50 centímetros. Os alunos mais velhos, à força de pazadas, atafulharam com neve os portões do liceu, impedindo a sua abertura. Sem aulas, o dia foi de festa, animado que foi pelas renhidas batalhas com as bolas de neve, que não poupavam ninguém.

Lisboa debaixo de terra: A Sé de Lisboa (2)

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Palestina: 60 anos de opressão, depois do Holocausto!... (4)