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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Notas do meu rodapé: Novo líder do PS-Madeira refuta reiterados elogios de Almeida Santos à obra de Jardim


“Nem tudo o que reluz na Madeira
é ouro”, advertiu hoje o novo líder
do PS na Madeira, Jacinto Serrão,
para refutar os elogios à obra de
Alberto João Jardim reiterados
por Almeida Santos no encerramento
do congresso regional.
O presidente honorário do PS
retomou elogios feitos ao presidente
do governo madeirense na década
de 90, fazendo questão de reconhecer
que Jardim “é economicamente sério”,
“fez uma obra no plano do
equipamento urbano, rodoviário e
turístico” e transformou “a Madeira
numa preciosidade que não era quando
tomou posse” em 1978.
PÚBLICO
.
Começam a ser rotineiros os encómios a Alberto João Jardim, por parte dos altos dirigentes do Partido Socialista. Há meses, num beija-mão solene, e perante um Alberto João emproado e convencido, foi a vez de Jaime Gama, naquele tom "pasteleiro", que o caracteriza, desfazer-se em elogios àquele a quem há uns anos atrás apelidou de "Bokassa da Madeira", constituindo este, talvez, o mais agressivo epíteto dirigido àquele controverso dirigente político. Agora, coube a vez a Almeida Santos, com aquele sublimado ar melífluo, a esconder toda a "manhosice" da sua personalidade, de se desdobrar, curvando a espinha, em rasgados elogios a João Jardim. E fê-lo no lugar mais inapropriado: o congresso regional do PS-Madeira.
Adivinha-se o objectivo de tanta subserviência. O Partido Socialista não quer despoletar a verborreia insultuosa do "soba", no momento em que acusa uma fragilidade política desgastante. José Sócrates pretende não facilitar a visibilidade das frentes contestatárias ao seu governo, quer as assumidas a título individual, quer as colectivas, para assim melhor poder concentrar-se na sua luta contra a oposição parlamentar, principalmente a de esquerda. Foi essa mesma estratégia que determinou a cedência aos sindicatos dos professores, adiando, por isso. e mais uma vez, a necessária e profunda reforma da Educação, que se reclama para conseguir ultrapassar a sua situação altamente deficitária, ao nível de eficiência, e que as gerações futuras terão de pagar.
Como respondeu o novo dirigente do PS-Madeira, eleito no congresso, onde esteve presente Almeida Santos, "João Jardim fracassou nas políticas sociais e esbanjou centenas e centenas de milhões de euros em investimentos públicos de má qualidade e perfeitamente inúteis, com os recursos financeiros disponibilizados pelo Estado Português e União Europeia, onerando com pesada dívida as gerações vindouras que não beneficiarão dessas obras”.
Por outro lado, sabe-se que Jardim, com o seu nepotismo, capta e consolida apoios políticos, colocando nos altos postos da administração os seus mais indefectíveis apoiantes, que, por sua vez, com a sua conivência, se instalam no poder com as respectivas redes familiares, numa cumplicidade política e partidária complexa, que não olha a meios para alcançar os fins.
E é ao mais excêntrico demagogo da política portuguesa, pós-25 de Abri, que os altos dirigentes do Partido Socialista prestam vassalagem!...

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