Ao produzir uma lei que pune com uma multa de 25 mil euros o que poderá ser considerado, por uma qualquer religião, como uma blasfémia, a Irlanda recuou, civilizacionalmente, cerca quatro séculos e interrompeu de uma forma aberrante a progressão da liberdade de pensamento e de expressão, que o Iluminismo e a Revolução Francesa conquistaram à idade das trevas.
Ao assumir a blafésmia como crime, a Irlanda comporta-se como se fosse um estado confessional, inspirado na herança do fundamentalismo católico mais retrógrado, que ao longo da História sempre começou por se opôr aos avanços da ciência, que lhe decapitavam os mitos. O heliocentrismo de Galileu perdura como o exemplo mais paradigmático da persistente miopia dos papas, que pretendiam impôr a bíblia como a única depositária da verdade universal, por ter, pretensamente, origem divina.
À Irlanda, só falta agora restaurar a Inquisição e o Santo Ofício, para que deus seja servido com toda a glória. A sharia católica está de volta com todas as suas aberrações e todo o seu entranhado ódio às sociedades laicas.
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