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domingo, 10 de janeiro de 2010

Regabofe: Justiça pagou 800 mil euros em cheques falsificados


Ministério tem 850 milhões de euros em
12 contas bancárias ilegais na Caixa
Geral de Depósitos. Há milhões de
euros por explicar nas contas. Ministro
nomeou novos gestores.
... O Instituto de Gestão Financeira e de
Infra-estruturas da Justiça (IGFIJ), que
gere os dinheiros daquele ministério,
passou nove cheques para pagamentos
de serviços que não chegaram aos
destinatários. Alguém os interceptou,
falsificou, aumentando-lhes o valor, e
levantou na Caixa Geral de Depósitos
(CGD), sendo a entidade pública burlada
no montante de 744 424, 84 euros.
Mas há mais. Quase 90% dos saldos
bancários do IGFIJ, na ordem dos 850
milhões de euros, estão depositados em
12 contas ilegais abertas naquele banco
público. Nalgumas delas, o instituto
nem sequer sabe o montante que lá
se encontra, tendo realizado, inclusive,
pagamentos sem que agora exista
documentação de suporte e muitos
outros movimentos bancários para os
quais não há explicação. São milhões de
euros ao deus-dará que não se sabe donde
vêm nem para onde vão.
Diário de Notícias
.
A notícia é alarmante e vem ao encontro da percepção, cada vez mais consistente, de que o país está à deriva e sem controlo e de que o caos já instalado não é casual, antes resulta da acção criminosa de grupos de mafias, organizadas dentro do próprio aparelho de Estado, e a quem convém espalhar a confusão para melhor se locupletar com os dinheiros públicos. E a estupefação aumenta, quando é no próprio Ministério da Justiça que se verifica um total descalabro contabilístico, com a existência de contas ilegais, que ninguém supervisiona, e de onde entra e sai dinheiro sem qualquer registo oficial. E, como isto já não bastasse para nos atormentar, somos confrontados com a inércia ou a eventual cumplicidade do anterior titular daquele ministério, ao meter na gaveta o relatório que descrevia todas estas duvidosas irregularidades contabilísticas.

2 comentários:

Graza disse...

:-( E esta? E quantos mais não haverão por aí? Somos um primor de "organização". A única coisa em que não falhamos é na herança do Estado policial anterior de controlar s obrigações do cidadão. Se falhamos pimba... caem-nos em cima, mas o Estado ele próprio é a miséria que se vê.

Alexandre de Castro disse...

Caro Grazina:
E o curioso, é que perante o descalabro que se pressente, começo já a interrogar-me se, em democracia, conseguir-se-à corrigir a rota. Os principais partidos apenas estão a defender as suas quintas, encontrando-se petrificados e anquilosados.