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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Notas o meu rodapé: Desculpas de mau pagador...

Pressuroso, Vitor Constâncio, abusando da nossa complacência, vem mostrar-se muito surpreendido com a dimensão do défice das contas públicas, em 2009, aproveitando, também, a oportunidade para envolver o ministro das Finanças na mesma cândida ignorância. Decididamente, o palco da política portuguesa começa a ser uma farsa. A admitir que aquela surpresa e aquela ignorância tivessem sido sinceras e convictas, só se poderia concluir que Portugal estava a ser governado por gente incompetente e irresponsável, já que, como toda a gente sabe, os meios informáticos disponíveis permitem calcular ao minuto as receitas e as despesas do Estado.
Existe, pois, neste triste enredo, uma encenada manobra par enganar os portugueses. Ou a verdadeira dimensão do défice orçamental acumulado do terceiro trimestre foi ocultada, por razões eleitorais, como diz a oposição, ou, como dizem alguns comentadores, o governo, seguindo aquela lógica do "perdido por cem, perdido por mil", empolou o seu valor, para, criando uma almofada de rerserva, poder mais facilmente, no próximo ano, ano de eleições presidenciais, exibir triunfalmente o mérito de o reduzir para além do objectivo fixado.
Em qualquer das situações consideradas, identifica-se a imbatível estratégia socretina da manipulação, sempre utilizada quando a realidade se desvia do discurso político propagandístico.
Pode-se dizer que nunca, como agora, se assistiu a tanta demagogia e a tanto folclore na governação, em que todos os métodos trapaceiros são utilizados intensivamente para ocultar a verdade e para promover a mentira.
Desgraçado povo que é governado por governantes deste calibre.
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