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sábado, 7 de janeiro de 2017

Face ao falecimento do Dr. Mário Soares


NOTA DO SECRETARIADO DO COMITÉ CENTRAL DO PCP

Face ao falecimento do Dr. Mário Soares
7 Janeiro 2017
O Partido Comunista Português, face ao falecimento do Dr. Mário Soares já apresentou directamente ao Partido Socialista e à família as suas condolências.
Mário Soares, fundador do Partido Socialista, seu Secretário-geral, personalidade relevante da vida política nacional, participante no combate à ditadura fascista, no apoio aos presos políticos, desempenhou após o 25 de Abril os mais altos cargos políticos, designadamente como Primeiro-Ministro, como Presidente da República e membro do Conselho de Estado.
Lembrando o seu passado de antifascista, o PCP regista as profundas e conhecidas divergências que marcaram as relações do PCP com o Dr. Mário Soares, designadamente pelo seu papel destacado no combate ao rumo emancipador da Revolução de Abril e às suas conquistas, incluindo a soberania nacional.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Cavaco Silva julga-se um monarca absoluto, ungido por poderes divinos...


Cavaco Silva julga-se um monarca absoluto, ungido por poderes divinos.

As exigência feitas, hoje, pelo Presidente da República ao secretários geral do PS, António Costa, são apenas grosseiros subterfúgios, para esconder as acções subversivas, de verdadeira sabotagem, que evitem a formação de um governo de esquerda. Essa intenção é logo evidente na primeira questão colocada, aquela que se refere às moções de censura, vindas da oposição, e às moções de confiança, pedidas pelo governo. Mesmo que os acordos firmados não se referissem à questão, o que não é verdade, bastava a posição confortável, sentida por António Costa, que confiou inteiramente na palavra de Jerónimo de Sousa e de Catarina Martins, para que Cavaco Silva dormisse descansado. Mas o acordo fala disso, e nele está bem sinalizado o compromisso de que o PCP e o Bloco de Esquerda rejeitarão qualquer moção de censura, vinda da direita. Todas as outras pretensas dúvidas sobre as garantias da sustentabilidade de um governo PS são redundantes e absurdas.
Mas, o mais grave desta esquizofrenia presidencial incide na exorbitância de poderes que Cavaco Silva está ostensivamente a assumir, e que a Constituição não lhe confere, quando, com as suas acções abusivas, pretende invadir as competências do parlamento e tentar esvaziar a vontade política dos partidos de esquerda, que, devido aos acordos pós-eleitorais, constituem hoje uma maioria clara e legítima.Tão legítima como aquela que ele tem, como Presidente da República
Cavaco Silva não se convence que o nosso regime político é semi-presidencialista e não presidencialista. Mais! Ele julga-se um monarca absoluto, ungido por poderes divinos.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

O "PACTO DA ALAMEDA", de 1975, foi quebrado

Mário Soares discursando no comício da Alameda (Fonte Luminosa)

O "PACTO DA ALAMEDA" (Fonte Luminosa), de 1975, foi quebrado. Passados quarenta anos, o Partido Socialista atravessou a linha que o separava da esquerda e assumiu a liderança de um processo de mudança, que já é considerado um momento histórico para Portugal e para a Europa. 
Há momentos, escrevi, num comentário, que o PS não é o Sirysa. Ao contrário de Sirysa, o PS é um partido com história, que teve no passado uma importante participação na construção da UE, e que, por isso, não pode ser achincalhado nem vilipendiado pelos barões de Bruxelas nem pela czarina de Berlim. 
Os comunistas e os bloquistas assumiram com grandeza as suas responsabilidades políticas e históricas, ao viabilizarem um governo liderado por António Costa, que, durante este complicado processo, revelou qualidades ímpares de negociador, o que augura para o futuro a sua afirmação como grande estadista. De uma assentada, passou de vencido a vencedor, baralhando a direita, seduzindo o PCP e o BE e anulando as dissidências incendiárias, no seu próprio partido. A quase unanimidade alcançada na comissão nacional e na comissão política vai aumentar a sua credibilidade junto dos militantes, simpatizantes e eleitores socialistas.
Foi uma grande vitória política da esquerda e da democracia.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

É caricato reduzir a discussão sobre a Europa a uma simples metáfora…


É caricato reduzir a discussão sobre a Europa a uma simples metáfora…

Se o PS perder as eleições (e, possivelmente, a coligação PSD/CDS vai ganhá-las tangencialmente), os dirigentes, militantes e simpatizantes socialistas não poderão admirar-se. E o motivo é só um: num período de crise económica e social e com um futuro carregado de incertezas, o PS não conseguiu fazer a diferença programática em relação aos partidos de direita. Nas questões estruturantes e importantes, como seja o posicionamento perante a Europa, ambos convergem, o que nos leva a dizer que os dois partidos (PS e PSD) são as duas faces da mesma moeda, que aqui até pode ser o euro. Ambos, europeístas convictos, por crença ou por oportunismo, quer Costa quer Coelho nunca falaram da dívida, da sua eventual reestruturação e de como ela vai ser paga. A dívida e tudo que respeitasse à Europa foi assunto tabu. E isto, discutir a relação com a Europa, é que é verdadeiramente importante para os portugueses. Costa ainda veio com aquela esfarrapada metáfora da toalha da mesa de jantar, que os países ricos puxam para o seu lado, roubando a comida aos países pobres, para afirmar, depois, que os países pobres também têm de puxar a toalha para o seu lado. Mas não passou disto. É caricato reduzir a discussão sobre a Europa, que tem na mão todos os cordelinhos do poder, a uma simples metáfora Assim, o PS não consegue ganhar eleições Arrisca-se até a obter um resultado humilhante, tal como o PSOE e o PASOK.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Centeno convidado para conferência da Presidência


Mário Centeno, o coordenador do programa macroeconómico do PS, vai ser mesmo orador convidado na Conferência Internacional sobre os Jovens, organizada pela Presidência no próximo fim de semana, no âmbito dos Roteiros do Futuro. E já tinha sido convidado para esta iniciativa, anunciada ainda no final do ano passado, muito antes de vir a público o citado programa.
O Expresso sabe que o economista e funcionário do Banco de Portugal é muito respeitado em Belém pela sua competência, tendo aliás participado em outras iniciativas da Presidência. Foi, por exemplo, um do participantes da conferência de 30 economistas de várias áreas ideológicas e políticas, que o Presidente reuniu em julho de 2013 no palácio presidencial, para discutir as alternativas económicas que se colocavam ao país, numa altura em que em plena troika o debate estava muito extremado.

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Começa a ficar provado. Centeno é uma carta do mesmo baralho. Está já a fazer o tirocínio para ser o Vítor Gaspar do PS, numa versão recauchutada. Para já, com aquele estudo económico, que orientou, destinado a servir de base programática para um futuro governo do PS, ele apenas procurou tapar o Sol com uma peneira. Nem uma palavra, sequer, sobre a dívida pública externa e o seu pagamento, nem sobre a necessidade da sua reestruturação. Também nada disse sobre o Tratado Orçamental, que é um autêntico travão à aplicação de uma séria política de crescimento económico. Olimpicamente, ignorou os avisos, que brevemente se transformarão em ordens, da Comissão Europeia e do FMI, que pretendem uma nova desvalorização salarial e mais cortes nas pensões. Esta falha propositada, referente àqueles parâmetros, deixou margem de manobra a António Costa para vir dizer "que não iria prometer que não venha a ter de reduzir salários e pensões", uma promessa feita pela negativa, o que vai permitir-lhe, quando estiver no governo, afirmar que não quebrou nenhuma promessa eleitoral.
A hipocrisia e a demagogia continuam a ser base argumentativa dos políticos do sistema.

sábado, 9 de maio de 2015

Mário Centeno não exclui hipótese de pertencer a governo de Costa


“A disponibilidade é ter um cartão do cidadão da República Portuguesa e ser um cidadão da União Europeia", afirma.

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Eu, por acaso, também tenho um gato, chamado Centeno. Não foi só o Vitor Gaspar que teve a sorte (o homem até desatou a rir-se às gargalhadas) de ter como apelido o nome do gato do ex-deputado do PCP, Horácio Honório, que o interpelava numa sessão da Assembleia da República. Possivelmente, Mário Centeno (doutorado em Harvard, e Vitor Gaspar, agora empregado do FMI), devido a esta identidade onomástica com os felinos, até poderão ser irmãos siameses (xifópagos). Em sentido figurado, e sob o ponto de vista intelectual e ideológico, atrevo-me a dizer que os dois comem da mesma gamela. Ambos estão alinhados, por conveniência ou por opção, com a ortodoxia do pensamento único e totalitário do neoliberalismo.

segunda-feira, 9 de março de 2015

A quadratura do círculo

António Costa a transportar o leite da Alemanha

Os dirigentes do PS não podem apenas culpar António Costa. Têm também de se culpar a si próprios, pois continuam a pensar e a agir como se fosse possível resolver a quadratura do círculo. Ou seja, continuam a pensar que será possível, no plano mediático, e para o eleitor consumir, manter o partido numa posição equidistante, em relação ao PSD, por um lado, e ao PCP e ao BE, por outro. Esse equilibrismo político já não é possível, pois o quadro social eleitoral alterou-se com a crise dos últimos quatro anos. 
O eleitorado tradicional do PS, principalmente o colocado mais à esquerda, e que se integra na classe média, uma classe social que foi severamente castigada com as medidas de austeridade, impostas pelo governo PSD/CDS, já não se contenta com os eloquentes discursos, feitos de lugares comuns, e que de substancial nada dizem, ou dizem pouco. Acusar o governo de ter empobrecido o país e, em contrapartida, não apresentar um projeto credível e objetivo para inverter a situação, não é suficientemente apelativo. Dizer que o PS vai fazer uma política diferente da do governo da coligação de direita, e omitir a questão do Tratado Orçamental e a magna questão da dívida pública, que é necessário e urgente renegociar e reestruturar, é entendido pela opinião pública como mais uma grande mentira. 
Já se percebeu que António Costa não pretende alterar a política atual, em relação às instâncias europeias. Ele é um europeísta convicto, tal como o são António Seguro e Passos Coelho. Percebeu-se que ele não tem nenhuma intenção de contrariar tudo aquilo que seja decidido em Bruxelas e em Berlim. Mas as pessoas também já perceberam, até pelo tratamento arrogante e ditatorial assumido pelos dirigentes europeus, em relação à Grécia, que os donos políticos desta Europa não estão minimamente interessados em alterar a sua política de austeridade e de empobrecimento. Parte do eleitorado está mais informado sobre as questões económicas e políticas da Europa, e, também, alarga-se o número de portugueses que já começam a perceber que estas políticas de austeridade são inimigas do desenvolvimento económico e que não levam a lado nenhum, pois a colossal dívida pública externa  será impossível de pagar. Os eleitores, que já percebem isto, não irão votar em António Costa. Os eleitores que anteriormente votaram no PSD e que agora estão descontentes, não vislumbrarão vantagens em votar no PS, recusando assim o ritual da alternância do voto, o chamado voto flutuante, ao centro. Os eleitores do PS, mais à esquerda, e que pretendem uma efetiva mudança política, que se afirme convictamente anti-austeritária, ou irão exilar-se na abstenção ou votarão em partidos da verdadeira esquerda. E é esta quadratura do círculo que os dirigentes do PS e António Costa não conseguem resolver, a não ser que ocorra uma revolução dentro deste partido, que conduza a uma maior radicalização em relação à Europa e a uma aproximação sincera e transparente ao PCP e ao BE, coisa em que eu não acredito.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Debate PS não trai a Grécia mas recusa sofrer do 'efeito Syriza'

A nova sigla do PS

A posição do Partido Socialista (PS) quanto à vitória e ideais do Syriza tem sido muito discutida, mas em Portugal a certeza é uma: não haverá “traição”, mas o PS não deixará de ser PS nem tão pouco está confuso com o ‘efeito Syriza’, escreve, esta quinta-feira, o Diário de Notícias (DN).

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Na realidade, "o PS irá ser o que sempre foi", um "anexo vagamente de esquerda dos partidos no poder mais à direita", como diz Pacheco Pereira. 
Nunca ouvi nem li, da parte dos dirigentes políticos do PS, qualquer alusão à exigência, perante as entidades europeias, da imperiosa necessidade de renegociar a dívida portuguesa. Nem António Costa nem o seu antecessor pronunciaram qualquer palavra sobre o assunto, assim como não existe nenhum documento programático do PS a conceder prioridade a esta matéria. É com surpresa que vejo um dirigente do PS vir agora, manhosamente, erguer a bandeira da renegociação da dívida, por simples oportunismo, e sob o efeito da influência explosiva do Syrisa
O atual governo grego até pode estar condenado ao insucesso, não resistindo às manobras chantagistas da UE. Mas uma coisa é certa: teve o mérito de desmascarar a hipocrisia das políticas europeias, que estão desenhadas para defender o capitalismo financeiro, e, em consequência, virar muitos cidadãos dos países do sul da Europa para a causa da luta contra a austeridade.
E a luta continua, mas sem este PS!...

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

PS: Costa 'enfrenta' socialistas que anseiam por respostas


A Comissão Política do PS reúne-se na noite desta quinta-feira e, segundo a Rádio Renascença, deverá servir para o secretário-geral do partido, António Costa, revelar aos socialistas qual é afinal a sua estratégia para o país.
Há dirigentes do PS que, segundo a Rádio Renascença, começam a questionar qual é afinal o plano que António Costa tem delineado para o futuro do país e de que forma o líder 'rosa' pretende subir nas sondagens, isto porque, por esta altura, esperava-se que a diferença entre PS e PSD nas intenções de voto fosse maior.

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Até ao momento, António Costa ainda não disse nada que o demarque de A.J. Seguro. A mesma vassalagem e a mesma fidelidade, em relação às instituições europeias. Proclama aos quatro ventos que é contra a austeridade, mas não diz como nem quando. Limita-se a remeter para a Europa essa responsabilidade, quando já todos sabemos, através das posições agressivas e chantagistas, assumidas em relação ao novo poder político da Grécia, que a Europa não quer ceder um milímetro que seja nas draconianas condições impostas aos países devedores. Até o seu camarada social democrata, que é vice-primeiro ministro da "Hitler de saias", veio a terreiro afirmar que a Grécia tem de cumprir os compromissos assumidos (leia-se, continuar, e aumentar, se preciso for, a austeridade). 
O socialismo de Costa continua na gaveta, onde Mário Soares o guardou. Presumo que para sempre...

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Grécia sem um governo de maioria absoluta à vista


Nem o partido do Primeiro-Ministro, Nova Democracia, nem a principal força da oposição, Syriza, deverão conseguir maioria absoluta.

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O PASOK, o Partido Socialista grego, outrora poderoso, desapareceu da liderança, nas sondagens, perdendo milhares de eleitores para o Syriza. Transformou-se numa sombra de si mesmo. Encontra-se completamente desacreditado, pois foi pela mão dos seus dirigentes que a troika entrou na Grécia, e também foi por essas mesmas mãos, em aliança com o partido da direita, que a draconiana política de austeridade foi imposta ao povo grego. O PASOK já anda a vaguear pelas ruínas da Acrópole e melhor seria que fosse para o Egito, para se juntar às múmias dos faraós.
É o que irá acontecer ao PS, se António Costa ceder à tentação de se aliar ao PSD, para formar um governo maioritário do Bloco Central, correspondendo assim às inúmeras solicitações e pressões, implícitas ou explícitas, exercidas nesse sentido, internamente e externamente. A verificar-se este cenário, espero que, daqui a dois anos, estejamos a dizer adeus ao PS, tal como os gregos já disseram adeus ao PASOK

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Suspense da coligação "é questão de protagonismos"


Marcos Perestrello, vice-presidente da bancada parlamentar do Partido Socialista (PS) critica o Governo por não ter aprendido a lição das consequências das medidas que tomou nos últimos três anos. Rejeitando que o PS de Sócrates seja o único culpado pela entrada da troika em Portugal, o socialista acredita que o PS de António Costa é uma boa alternativa para o país e que não é conveniente pensar num bloco central.
onsiderando, em declarações ao Diário de Notícias, que o PS “é uma alternativa capaz de assegurar a mudança política que a cada momento o país precisa, Marcos Perestrello rejeita que o PS seja o culpado da austeridade que se implementou no país, e acusa o Governo de ter acentuado a dívida, aumentado a pobreza, o desemprego e a divida pública.
Por isso, defende que é necessário “um projeto de esperança e confiança no futuro do país”, que acredita que este PS, que é o “PS de sempre”, conseguirá implementar.

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Que o país precisa de "um projeto de esperança e confiança no futuro", como afirma o dirigente socialista Marcos Perestrello, já nós sabemos. O que continuamos a não saber é como o PS pretende restaurar essa esperança e essa confiança, sem apresentar um projeto coerente e sustentável sobre a magna questão da dívida, cujo pagamento, nos prazos acordados, é impossível, já que exigiria um crescimento anual do PIB, principalmente a ser suportado pelo aumento das exportações, à volta dos quatro por cento, o que também é inviável, dado o clima de incerteza que paira sobre a economia europeia e, a partir do próximo ano, também sobre as economias de países emergentes.
Aquela ideia peregrina de António Costa, de remeter a discussão para o quadro europeu é uma falácia, já que está a colocar a resolução do problema nas mãos dos principais credores da dívida pública portuguesa, os tais credores institucionais, que a detêm em cerca de 43 por cento. E já sabemos que parte desses credores - os governos dos países europeus que contribuíram para o enorme empréstimo da UE a Portugal, através da troika - o que querem é ver de volta o seu dinheiro, pouco se importando com o sofrimento do povo português. E depois, é também necessário convencer o BCE e o FMI, as outras duas  instituições da troika, mais preocupadas em assegurar o domínio do capitalismo financeiro internacional, cujos interesses defendem por inteiro.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Costa diz que próximo Governo deve ser de maioria


O líder socialista insistiu hoje [ontem] que o melhor para o país é uma maioria do PS nas legislativas de 2015, considerando que o próximo Governo deve ser "uma escolha direta dos portugueses" e não resultar de um "jogo partidário".
Aludindo à sua intervenção na terça-feira, num jantar com o grupo parlamentar do PS, António Costa disse que se terá expressado mal ou sido "mal compreendido" sobre a formula política do Governo do Bloco Central, reiterando que apenas elogiou o exemplo de Mário Soares "e não propriamente essa fórmula de Governo em concreto".
"O que eu quis sublinhar é que o bem mais precioso que o país tem perdido ao longo destes anos é a confiança e que não há nenhum país que seja capaz de vencer uma crise, de superar as suas dificuldades sem recuperar a confiança e dei o exemplo do doutor Mário Soares e da forma como liderou esse Governo, tendo sido capaz de incutir ao conjunto do país, confiança", disse.

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António Costa dá uma na pata e outra na ferradura, embora o cavalo esteja quieto. Diz uma coisa hoje e outra amanhã; Guina para um lado, aos dias pares, e guina para o outro, aos dias ímpares. Avança e recua com uma grande facilidade, fingindo que está a andar para a frente. Há dias foi buscar à História, a propósito da confiança e da falta dela, a epopeia dos Descobrimentos e o processo de descolonização, mas esqueceu-se de referir Alcácer Quibir, cuja catastrófica visão da sua própria repetição, nos tempos próximos, se afigura cada vez mais provável, e isto sem que ele diga aos portugueses a verdade em relação à situação da astronómica dívida pública, que será impossível de pagar, se, entretanto, não se avançar para a sua profunda reestruturação. 
Para fugir a esta questão, que é uma questão central da atual política portuguesa, António Costa refugia-se num discurso oco e vazio, sem propostas concretas, mas intencionalmente empolgante, à custa de uma retórica bem elaborada, capaz de enganar os mais incautos. A não ser no estilo e na novidade, António Costa não acrescenta nada de positivo, que nos faça acreditar numa qualquer mudança estrutural de fundo, se ele vier a ser primeiro-ministro.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Costa, que começou a querer impor-se como uma estrela, está a transformar-se num bluff.


O secretário-geral do PS defendeu esta quinta-feira junto do primeiro-ministro um compromisso para que o país tenha um projeto comum, mas acrescentou que a construção desse projeto deve fazer-se após o julgamento dos portugueses em eleições.
António Costa falava aos jornalistas no final da sua primeira reunião enquanto líder socialista com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, em São Bento, encontro que caraterizou como “cordial” e que durou cerca de uma hora e 45 minutos.

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O PS não se apresenta como uma alternativa ao PSD, mas apenas se perfila como um partido de alternância ao exercício do poder político. São mais as semelhanças entre o PS e o PSD do que as suas respetivas diferenças. É mais aquilo que os une do que aquilo que os separa. Atacam-se um ao outro com uma verborreia histriónica, mas colaboram intimamente nos entendimentos cúmplices, estabelecidos em segredo, nos gabinetes. Ambos se preparam para consumarem uma união de facto, para Portugal continuar enfeudado aos interesses dos mandantes da Europa. 
Esta é a conclusão a tirar (o que não constitui nenhuma surpresa, para os mais avisados) das declarações de António Costa. O Partido Socialista não capitulou. Não capitulou, porque não tinha nada para capitular, porque sempre foi um partido de direita, disfarçado com um discurso de esquerda.
António Costa ainda terá de explicar, se pretende, como diz, manter Portugal amarrado ao garrote do Tratado Orçamental, onde é que vai arranjar o dinheiro para os investimentos que anuncia para o desenvolvimento do país. Foi copiar a ideia de Juncker, que, para o desenvolvimento da Europa, pretende transformar 21 mil milhões de euros, disponíveis nas instâncias europeias, em 350 mil milhões, através de capitais públicos e privados dos estados membros.Como se isso fosse possível, num momento em que a Europa não apresenta um perfil atraente para o investimento na economia real.
Costa, que começou a querer impor-se como uma estrela, está a transformar-se num bluff.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Notas do meu rodapé: O difícil entendimento entre o PS e o PCP


PCP disponível para dialogar com PS nas legislativas de 2015
O secretário-geral do PCP respondeu, este domingo, em Alenquer ao líder dos socialistas, afirmando que o PCP "está aberto" para eventuais alianças com o PS se ganhar as eleições legislativas de 2015, desde que defina "claramente" as suas políticas.

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O difícil entendimento entre o PS e o PCP

Dialogar não é pactuar!.. É procurar entendimentos e estabelecer compromissos de boa fé. É entreabrir uma porta, há muito tempo fechada. 
Se o que separa o PCP do PS se reduzisse a questões de pormenor, esse entendimento e os respetivos compromissos seriam fáceis de ser alcançados. Mas, infelizmente, não é assim. A questão europeia divide profundamente os dois partidos, com o PCP a propor a renegociação da dívida pública e a denúncia do Tratado Orçamental de 2012, que é um autêntico garrote para a economia portuguesa e que prolonga e agrava a austeridade, e a defender a eventual saída controlada do euro, e com o PS a assumir posições divergentes, insistindo na sua política europeísta, que, quanto a nós, continuará a desfavorecer Portugal.
Esta é uma questão central, que se encontra a montante de todas as outras.
É certo que António Costa já deu um sinal positivo, ao admitir que as razões dos problemas da economia portuguesa derivam, entre outros fatores, do choque da admissão do euro, mas, até agora, não apresentou nenhuma solução para resolver esses mesmos problemas. A única intenção que manifestou foi a de querer mobilizar os partidos europeus da sua família política, alinhados na Internacional Socialista, para propor um alívio das políticas de austeridade. Mas, se ele tomar esta iniciativa, arrisca-se a ficar a falar sozinho, pois esses partidos já adotaram o figurino do "socialismo de mercado" e o do "socialismo neoliberal", eufemismos para disfarçar a comunhão de interesses com os partidos conservadores.
António Costa tem de admitir que, na Europa, ninguém lhe ligará, pois só mede um metro e sessenta e nove centímetros de altura, e também que não tem corpo para aguentar um empurrão da corpulenta senhora Merkel, que o atirará pela escada abaixo, em três tempos.
Há ainda um outro problema: A comissão europeia anda a enviar recados de que é necessário aplicar mais políticas de austeridade, a incidir, naturalmente, sobre os salários e pensões e em cortes acrescidos da despesa do Estado, principalmente nos serviços sociais (Educação e Saúde). Em 2015, devido às eleições para Assembleia da República, a comissão europeia, possivelmente, será tolerante, a fim de evitar a erosão eleitoral dos partidos em que se apoia (PS, PSD e CDS).Mas, em 2016, o grau de exigência assumirá o formato de uma ordem peremptória e indiscutível, acompanhada pelas respetivas ameaças. Que fará António Costa, se vier a ser primeiro-ministro, tal como se espera? Eu, se me cruzasse com ele na rua, perguntar-lhe-ia apenas se o novo PEC, para 2016, será o PEC IV recauchutado ou um PEC V, novinho em folha?...

domingo, 30 de novembro de 2014

XX Congresso do Partido Socialista: Costa afasta alianças à direita e quer partidos à esquerda [e nomeou o LIVRE como um partido exemplar de esquerda]


O secretário-geral do PS afirmou hoje que os socialistas não vão "ajudar" os partidos à sua esquerda a manterem-se no "protesto", mas chamá-los para "a solução", recusando totalmente um entendimento à direita, quaisquer que sejam os protagonistas.
"Não contarão com o PS para vos ajudar a manterem-se na posição cómoda de ficarem só pelo protesto e não virem também trabalhar para a solução", afirmou, referindo-se a PCP e BE, tendo também recusado que o "arco da governabilidade" se cinja aos partidos que já têm representação parlamentar, nomeando o LIVRE, enquanto agente que quer romper o "mito da incomunicabilidade da esquerda".
Notícias ao Minuto

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Ficámos a saber que António Costa não gosta de "protestos", mas sim de "soluções". Só que, em concreto, preto no branco, ele ainda não apresentou nenhuma, a não ser aquela "idiotice" de pretender mobilizar os partidos europeus da sua família política, a Internacional Socialista, para obrigar a Merkel a mudar de política, quando toda a gente sabe que a maioria desses partidos já se aliaram à direita conservadora. O PS francês até já quer mudar de nome, porque mandou às urtigas o socialismo higiénico de António Costa, pretendendo transformar-se num partido "neoliberal socialista".
Também ficámos a saber que António Costa já arranjou uma muleta para a sua perna esquerda, que coxeia muito. Nada menos que o raquítico LIVRE, do não menos raquítico, Rui Tavares, que se aproveitou do Bloco de Esquerda para ser eleito deputado europeu, tendo, posteriormente, roído a corda, a meio do mandato, saindo com estrondo daquela organização partidária, mas sem se demitir do cargo, o que o coloca ao nível dos vermes.
António Costa julga que o LIVRE, de Rui Tavares, é um partido higiénico, porque não faz manifestações de protesto. Mas o que acontece, na verdade, é que Rui Tavares não as pode fazer. O LIVRE não consegue encher a Rua da Betesga, quanto mais o Rossio.

XX Congresso do Partido Socialista: Beleza assume "problemas" nas listas e tristeza por Assis


O secretário nacional do PS cessante Álvaro Beleza, representante da "ala segurista", lamentou hoje alguns "problemas" na elaboração das listas para os órgãos nacionais, entretanto eleitos, e expressou tristeza pelo eurodeputado Francisco Assis ficar de fora.

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O melhor que Francisco Assis tem a fazer é mudar-se com armas e bagagens para o PSD, onde será recebido em apoteose.

domingo, 17 de agosto de 2014

António Costa: "Este Governo está esgotado nas suas soluções"


O candidato à liderança do PS António Costa considerou hoje que a sustentabilidade da Segurança Social não exige cortes nas pensões, mas a criação de emprego, acrescentando que o primeiro-ministro não apresentou uma proposta de reforma.
Para António Costa, o que põe em causa a sustentabilidade do sistema da Segurança Social não é o valor das atuais pensões, mas "a crise económica".
"Só o desemprego e a emigração, por perda de salários e por perda de contributos, criaram uma fragilidade de 8 mil milhões de euros", frisou.

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Quem assinou o Memorando de Entendimento (e o PS também o assinou) sabia que todas aquelas políticas concertadas com a troika (UE/BCE/FMI) conduziriam o país para a desgraça. Os signatários de tal acordo e todos os seus comparsas sabiam perfeitamente que, com os cortes brutais nas pensões e nas prestações sociais e o aumento, também brutal, dos impostos diretos e indiretos, o consumo das famílias iria levar um grande rombo e que as famílias mais pobres e as da classe média baixa iriam ter graves problemas de subsistência. Também sabiam que a economia iria estagnar, precisamente por causa da diminuição do consumo privado e do investimento, e que, perante este quadro, os jovens não tinham outra alternativa, senão a de emigrar. Também sabiam que, no âmago daquele acordo com a troika, e sem que isso fosse explicitado, havia a oculta intenção de atrofiar até ao limite os três pilares do Estado Social, o que está a ser feito com sucesso, para gáudio dos grupos económicos da saúde e da educação (igreja católica) e das seguradoras.
Tal como eu, também António José Seguro e António Costa sabiam disto tudo. Ou não sabiam?! E perante este quadro, verdadeiramente tenebroso, o que se impõe é que ambos digam aos portugueses, sem utilizarem os chavões da campanha eleitoral, como é que eles irão dinamizar a economia e aumentar os postos de trabalho para evitar a sangria emigratória, se ambos, com arreigadas convicções europeístas, concordam com o Tratado Orçamental, que vai obrigar a diminuir a despesa do Estado, para levar a dívida pública aos 60 por cento do PIB, tal como nele se preconiza. É que, tal como o memorando de entendimento com a troika, também o Tratado Orçamental é uma camisa de onze vares para os países mais endividados, como é o caso de Portugal e da Grécia. Estes dois países dificilmente se libertarão do garrote da austeridade, que, no futuro, ainda vai acentuar-se mais, depois das eleições legislativas do próximo ano. Se lá chegarmos…

domingo, 13 de julho de 2014

MIC apela à participação nas primárias do PS


O Movimento de Intervenção e Cidadania, criado em torno da candidatura presidencial de Manuel Alegre em 2006, lançou um apelo à participação nas primárias do PS pela importância que diz ter este processo.
“Não se trata de uma mera questão interna do PS, pois do seu desfecho poderá depender a escolha do futuro governo do país”, lê-se no comunicado enviado à comunicação social assinado por Manuel Alegre, presidente do conselho dos fundadores, o general  Alfredo  Mansilha Assunção, presidente da assembleia-geral, e o arquitecto  Manuel Correia Fernandes, presidente interino da direcção nacional.
Por outro lado, acrescenta-se, “caso este acto decorra de forma transparente e genuinamente participada, será uma oportunidade de abertura democrática que nessa medida dever ser saudada”.

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Não sei se o MIC ainda diz alguma coisa aos cidadãos que, em 2006, se envolveram na campanha eleitoral para a Presidência da República, à volta da candidatura de Manuel Alegre. Como movimento orgânico, está morto, restando apenas os membros dos seus órgãos sociais. No entanto, talvez o seu espírito não se tivesse dissipado, flutuando ainda na memória dos seus militantes, que, certamente, por verificarem que o PS de A: J. Seguro não incorporava nenhuma alternativa séria à direita, debandaram para outras paragens, nas últimas eleições europeias, talvez, até, engrossando a abstenção. A sua maioria, possivelmente, também já percebeu que, ao nível das opções políticas, a diferença entre Seguro e Costa é a mesma da que existe entre o objeto e a sua imagem ou entre a mão direita a mão esquerda. Ambos os políticos assumem a trajetória que o eixo Bruxelas/Berlim imprimem à política portuguesa. Nenhum deles deu o passo mobilizador, lançando o grito do Ipiranga. São europeístas convictos, por paixão ou por conveniência, não sei bem, e que fingem acreditar (e querem que nós acreditemos) que um pequeno partido de um pequeno país será capaz de ter influência no palco das instituições europeias. Por outro lado, Manuel Alegre reformou-se, deixando a rebeldia de lado e acomodando-se ao ambiente pastoso que irá conduzir o PS à insignificância política, comungando à mesa da direita. Que eu saiba, também não tomou partido por nenhum dos candidatos, o que se estranha.

sábado, 5 de julho de 2014

Estamos perante um golpe de Estado parlamentar


“Da parte do PSD existe total disponibilidade para se sentar com o PS”

Marco António Costa afirma que o PSD quer cumprir o apelo ao diálogo do Conselho de Estado, procurando acordos com o PS, embora rejeite a posição dos socialistas sobre a renegociação da dívida.
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Colocar condições leoninas, à partida, para encontrar consensos, rejeitando liminarmente o argumento principal da outra parte, é o mesmo que dizer que não existe nenhuma vontade em fazer consensos.
É um falso apelo, este, o que o do PSD está a fazer ao PS. É também um apelo armadilhado, pois a recusa do PS permitirá ao PSD cobrar-lhe o ónus da culpa de não ser possível alcançar qualquer consenso, que é precisamente o que o PSD pretende, a fim de aproveitar em pleno o resto da legislatura, para impor a sua política de direita, arrasando tudo aquilo que cheire ao 25 de Abril.
Estamos perante um golpe de Estado parlamentar, que já está a preparar-se para destruir a Constituição. Os insolentes e vergonhosos ataques ao Tribunal Constitucional são apenas o princípio desse caminhada golpista.

domingo, 22 de junho de 2014

Costa insultado à saída de Ermesinde

A coisa está tremida

António Costa foi alvo de insultos à saída da Comissão Nacional de Ermesinde. No momento em que falava para as televisões, o presidente da câmara de Lisboa, e candidato a líder do PS, viu as suas palavras serem abafadas por militantes que se juntaram para o acusarem de oportunismo e de dividir os socialistas. Houve mesmo alguns encontrões
“Oportunista”, “Ficas bem é no poleiro de Lisboa”, “devias ter vergonha de dividir os socialistas”, ouviu-se à porta do Fórum Cultural de Ermesinde. Jorge Lacão, apoiante de Costa, também foi vaiado e insultado.
António José Seguro, pelo contrário, foi aplaudido por um grupo maior de pessoas, mas que incluiu alguns dos que depois insultaram Costa.
O secretário-geral do PS pediu que os costistas deixem as questões estatutárias e “deixem os rodriguinhos”. Seguro não deixou sem resposta os que se aproximavam de si para criticar Costa. “Fomos traídos”, dizia um socialista exaltado, ao que Seguro respondeu “Nós ganhámos e a direita perdeu, mas parece que foi tudo ao contrário”. A outro militante que chamou “oportunista”  a Costa por ter tido a oportunidade e não ter avançado , Seguro disse “vamos dizer nas eleições”.
Costa começou por sorrir e acernar para os que o insultavam. Depois, disse aos jornalistas: “vamos deixar o partido serenar, devemos dar um exemplo de serenidade”. Depois das primárias, espera “contar com todos os socialistas”. Ainda assim lamentou que a Comissão Nacional não tenha sequer discutido a proposta de um congresso antecipado.
“O melhor era termos já congresso“, seria “tudo mais claro e mais sólido” mas “mais tarde ou mais cedo os militantes vão poder votar”, afirmou Costa. “Não me vou dedicar a ataques pessoais”.
António Costa viu rejeitada a proposta de um congresso antecipado, não tendo sequer a proposta sido admitida a votação pela presidente Maria de Belém.
Também foi rejeitada uma moção, dos costistas, para adiar para depoisa das primárias as eleições nas federações – um processo que corre em paralelo no PS, por decisão de Seguro. A Comissão Nacional marcou estas eleições para 5 ou 6 de Setembro, três semanas antes das primárias para a escolha do candidato a primeiro-ministro

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Atualmente, O PS é um partido fraturado. Nem Costa nem Seguro têm o elã para mobilizar os militantes. O problema é que ambos dizem a mesma coisa por outras palavras. Ambos são europeístas, no sentido de que apoiam o que de mais negativo tem a UE, e que se consubstancia na pulsão federadora da Europa, imposta sob a batuta da Alemanha.
Para se diferenciar do PSD, os socialistas têm de encontrar um líder que defenda precisamente o contrário. Caso isto não aconteça, o PS arrisca-se a vir a ser uma muleta do PSD, como está a acontecer ao PSOE, de Espanha, que deixou de ser, a nível eleitoral, uma alternativa credível ao PP, tal foi a deserção dos seus eleitores para os partidos mais à esquerda.