É caricato reduzir a discussão sobre a Europa a
uma simples metáfora…
Se o PS perder as eleições (e, possivelmente, a
coligação PSD/CDS vai ganhá-las tangencialmente), os dirigentes, militantes
e simpatizantes socialistas não poderão admirar-se. E o motivo é só um: num
período de crise económica e social e com um futuro carregado de incertezas, o
PS não conseguiu fazer a diferença programática em relação aos partidos de
direita. Nas questões estruturantes e importantes, como seja o posicionamento
perante a Europa, ambos convergem, o que nos leva a dizer que os dois partidos
(PS e PSD) são as duas faces da mesma moeda, que aqui até pode ser o euro.
Ambos, europeístas convictos, por crença ou por oportunismo, quer Costa quer
Coelho nunca falaram da dívida, da sua eventual reestruturação e de como ela
vai ser paga. A dívida e tudo que respeitasse à Europa foi assunto tabu. E
isto, discutir a relação com a Europa, é que é verdadeiramente importante para os
portugueses. Costa ainda veio com aquela esfarrapada metáfora da toalha da mesa
de jantar, que os países ricos puxam para o seu lado, roubando a comida aos
países pobres, para afirmar, depois, que os países pobres também têm de puxar a
toalha para o seu lado. Mas não passou disto. É caricato reduzir a discussão
sobre a Europa, que tem na mão todos os cordelinhos do poder, a uma simples
metáfora Assim, o PS não consegue ganhar eleições Arrisca-se até a obter um
resultado humilhante, tal como o PSOE e o PASOK.
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