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quarta-feira, 9 de setembro de 2015

É caricato reduzir a discussão sobre a Europa a uma simples metáfora…


É caricato reduzir a discussão sobre a Europa a uma simples metáfora…

Se o PS perder as eleições (e, possivelmente, a coligação PSD/CDS vai ganhá-las tangencialmente), os dirigentes, militantes e simpatizantes socialistas não poderão admirar-se. E o motivo é só um: num período de crise económica e social e com um futuro carregado de incertezas, o PS não conseguiu fazer a diferença programática em relação aos partidos de direita. Nas questões estruturantes e importantes, como seja o posicionamento perante a Europa, ambos convergem, o que nos leva a dizer que os dois partidos (PS e PSD) são as duas faces da mesma moeda, que aqui até pode ser o euro. Ambos, europeístas convictos, por crença ou por oportunismo, quer Costa quer Coelho nunca falaram da dívida, da sua eventual reestruturação e de como ela vai ser paga. A dívida e tudo que respeitasse à Europa foi assunto tabu. E isto, discutir a relação com a Europa, é que é verdadeiramente importante para os portugueses. Costa ainda veio com aquela esfarrapada metáfora da toalha da mesa de jantar, que os países ricos puxam para o seu lado, roubando a comida aos países pobres, para afirmar, depois, que os países pobres também têm de puxar a toalha para o seu lado. Mas não passou disto. É caricato reduzir a discussão sobre a Europa, que tem na mão todos os cordelinhos do poder, a uma simples metáfora Assim, o PS não consegue ganhar eleições Arrisca-se até a obter um resultado humilhante, tal como o PSOE e o PASOK.

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