Bruxelas
diz que ainda há espaço para aumentar impostos em Portugal
País ainda
pode recorrer a "impostos distorcivos" e mais "amigos do
crescimento", como impostos sobre o consumo ou ambientais.
A menos de uma semana das eleições legislativas,
a Comissão Europeia revela um relatório de 2015 sobre reformas fiscais nos
Estados-membros onde defende que os Estados-membros que têm uma carga
tributária relativamente baixa (grupo no qual inclui Portugal), podem recorrer
a um aumento dos impostos sobre o consumo ou impostos ambientais.
Bruxelas considera que o País já tem uma
"carga fiscal relativamente elevada" sobre o trabalho, pelo que deve
transferir parte desse "fardo" para impostos "menos
distorcivos", exemplificando com impostos sobre o consumo, impostos
recorrentes sobre propriedade e taxas ambientais.
Recorde-se que os contribuintes sentiram o
"enorme aumentos de impostos" em 2013, em que os escalões de IRS
foram significativamente alterados, o que fez aumentar a carga fiscal sobre os
rendimentos do trabalho. Este ano entrou em vigor a reforma do IRS, que vem
privilegiar sobretudo as famílias com filhos. No entanto, os escalões mantiveram-se
inalterados.
Por outro lado, foi também implementada a
chamada fiscalidade verde, com um aumento dos impostos ambientais e a criação
da taxa do carbono ou sobre os sacos de plástico, por exemplo.
Além disso, Portugal foi identificado como um caso
de "potencial necessidade de reduzir a carga fiscal" para o elemento
do casal que menos vencimento retira do seu trabalho. Segundo o relatório, o
vencimento do membro do casal que mais ganha está em linha com o salário médio
auferido no país, enquanto o elemento que menos ganha aufere apenas 67% da
média nacional.
Além de Portugal, há mais de uma dezena de
países que o relatório coloca em pé de igualdade com o País, entre os quais
Alemanha, França, Itália, Holanda, Bélgica, Finlândia ou Suécia.
***«»***
Digam lá para Bruxelas que eu não tenho mais
espaço, pois a minha casa apenas tem três assoalhadas, e as paredes já estão
cheias com as marcas da austeridade...
Essa dos impostos "distorcivos" é moda
nova na linguagem cifrada, sofisticada e esquizofrénica, usada pelos
tecnocratas de Bruxelas. Depois de dar muitas voltas ao toutiço, julgo que já
percebi o que eles querem dizer. Então é assim: Se um trabalhador pagar num ano
um certo valor em impostos sobre o consumo, fica-lhe mais barato do que se
pagar o mesmo valor no IRS. Na tabuada de Bruxelas, que é que conta, dois mais
dois não são quatro. São três. O Governo tem de fazer rapidamente uma lei de
convergência da tabuada, para acertar o passo com a bitola de Bruxelas. É que,
se assim não for, os portugueses ficam cada vez mais "distorcidos".
Já perceberam o significado da nova palavra tecnocrática? Depois de publicada a
lei de convergência das tabuadas, passaremos a dizer: Vão-se distorcer!...
Nota: Este post foi publicado às 15 horas de hoje, dia 29 de Setembro, tendo sido também publicado na minha página do Facebook no dia anterior, às 23 horas.
Nota: Comecei a estudar a questão, no ponto de vista lexical e epistemológico, e cheguei à conclusão que a expressão "impostos distorcivos", que os tecnocratas de Bruxelas estão agora a querer impor, através do seu discurso político, deriva, em linha recta, do conceito "software distorcivo", criado na Alemanha pela Volkswagen. Está tudo explicado.
Nota: Este post foi publicado às 15 horas de hoje, dia 29 de Setembro, tendo sido também publicado na minha página do Facebook no dia anterior, às 23 horas.
Nota: Comecei a estudar a questão, no ponto de vista lexical e epistemológico, e cheguei à conclusão que a expressão "impostos distorcivos", que os tecnocratas de Bruxelas estão agora a querer impor, através do seu discurso político, deriva, em linha recta, do conceito "software distorcivo", criado na Alemanha pela Volkswagen. Está tudo explicado.
2 comentários:
A malta bem conta pelos dedos
mas não acerta com os dedos dos outros
Abraço
Puma: O problema é que os alemães têm duas tabuadas. Uma para uso interno e outra para exportar. Mas a de exportar apenas tem a tabuada da adição e a da multiplicação. Subtrair e dividir não é com eles...
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