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domingo, 20 de setembro de 2015

A Europa, os refugiados e a imigração...


 A Europa, os refugiados e a imigração...

Na realidade, não podemos confundir razões humanitárias, caso queiramos continuar a ser "civilizados", com as razões geo-estratégicas. E digo isto assim, porque ontem os portugueses (e, possivelmente, muitos europeus) acordaram sobressaltados com a divulgação de um vídeo, em que um radical líder religioso muçulmano, numa mesquita em Jerusalém, proferiu um discurso incendiário, de incontido ódio, a incitar os refugiados sírios a "procriarem com os europeus", a fim de alcançar-se uma maioria muçulmana na Europa, que conduziria à sua islamização, tal "como ordena o Profeta".
O discurso não é novo, pois já o antigo dirigente líbio, Kadafi, disse o mesmo no início deste século. Também se sabe que esta peregrina ideia de querer islamizar a Europa, através da demografia, anima as cabecinhas alucinadas de muitos líderes religiosos e políticos muçulmanos. Mas, neste momento delicado, aparecer uma "declaração de guerra" deste tipo, só vem acicatar os ânimos. Trata-se, pois, de um vídeo que pode tornar-se viral e que poderá potenciar sentimentos xenófobos em relação aos refugiados sírios, que outra coisa não querem, senão reorganizar as suas vidas destruídas pela guerra.
É certo que a islamização da Europa virá a ser uma realidade, mas que não será incontornável nem alarmante se esta mesma Europa mudar atempadamente a sua política e o seu paradigma ideológico e abdicar de promover políticas de empobrecimento, que têm um impacto muito negativo na natalidade.
Só existem dois processos para evitar uma maioria islâmica na Europa, maioria essa que eu não desejo: o aumento da natalidade e uma reformulação justa e equilibrada das políticas de imigração, que permitam acolher quem vem com a intenção de encontrar trabalho e vier por bem (os jihadistas seriam recusados, e, no caso de já se encontrarem radicados na Europa, seriam expulsos) e, também, todos aqueles que são vítimas das guerras e das perseguições políticas nos seus países de origem.
Por outro lado, esta Europa, que se autoproclama pacifista e não belicista, não pode continuar a apoiar, directa ou indirectamente, a política de permanente agressão, levada a cabo pelos EUA contra os países do Médio Oriente, e que têm por único objectivo o de vir a exercer um domínio absoluto sobre a região. Onde há guerras, há refugiados, e, no caso do Médio Oriente, é a Europa que está a colher as tempestades dos ventos que os EUA andam a semear.

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