A Europa, os refugiados e a imigração...
Na realidade, não podemos confundir razões
humanitárias, caso queiramos continuar a ser "civilizados", com as
razões geo-estratégicas. E digo isto assim, porque ontem os portugueses (e,
possivelmente, muitos europeus) acordaram sobressaltados com a divulgação de um
vídeo, em que um radical líder religioso muçulmano, numa mesquita em Jerusalém,
proferiu um discurso incendiário, de incontido ódio, a incitar os refugiados sírios a "procriarem
com os europeus", a fim de alcançar-se uma maioria muçulmana na Europa,
que conduziria à sua islamização, tal "como ordena o Profeta".
O discurso não é novo, pois já o antigo
dirigente líbio, Kadafi, disse o mesmo no início deste século. Também se sabe que esta peregrina ideia de querer islamizar a Europa, através da demografia, anima as cabecinhas alucinadas de muitos líderes religiosos e políticos muçulmanos. Mas, neste momento delicado, aparecer uma "declaração de guerra" deste tipo, só vem acicatar os ânimos. Trata-se, pois, de um
vídeo que pode tornar-se viral e que poderá potenciar sentimentos xenófobos em relação aos refugiados sírios, que outra coisa não querem, senão reorganizar as suas vidas destruídas pela guerra.
É certo que a islamização da Europa virá a ser
uma realidade, mas que não será incontornável nem alarmante se esta mesma
Europa mudar atempadamente a sua política e o seu paradigma ideológico e
abdicar de promover políticas de empobrecimento, que têm um impacto muito
negativo na natalidade.
Só existem dois processos para evitar uma
maioria islâmica na Europa, maioria essa que eu não desejo: o aumento da natalidade e uma
reformulação justa e equilibrada das políticas de imigração, que permitam acolher
quem vem com a intenção de encontrar trabalho e vier por bem (os jihadistas seriam recusados, e, no caso
de já se encontrarem radicados na Europa, seriam expulsos) e, também, todos
aqueles que são vítimas das guerras e das perseguições políticas nos seus
países de origem.
Por outro lado, esta Europa, que se autoproclama
pacifista e não belicista, não pode continuar a apoiar, directa ou
indirectamente, a política de permanente agressão, levada a cabo pelos EUA
contra os países do Médio Oriente, e que têm por único objectivo o de vir a exercer
um domínio absoluto sobre a região. Onde há guerras, há refugiados, e, no caso
do Médio Oriente, é a Europa que está a colher as tempestades dos ventos que os
EUA andam a semear.
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