Eu compreendo que a Alemanha, assim como todos
os outros países da UE, que estão a sofrer o impacto directo da onda migratória
dos refugiados sírios e iraquianos, se debatam com graves problemas logísticos,
para receber tanta gente. Por outro lado, a Alemanha foi dos países que
mais se disponibilizou para receber esses refugiados de guerra, embora essa boa
vontade manifestada não tivesse sido inocente, pois, se eles não excederem o
número previamente calculado, até darão jeito à sua economia, que ali teria uma
enorme reserva de mão de obra barata, ao mesmo tempo que contribuiria para a
desvalorização salarial das áreas da economia que recrutam mão de obra menos
qualificada.
Mas este grave problema, que se apresenta
dramaticamente em termos humanitários - o que não pode ser ignorado, em nome
dos apregoados valores da civilização ocidental e sob pena, se esses valores
não forem respeitados, de regressarmos à barbárie - tem de ser analisado na
perspectiva da História recente. E a primeira questão que se coloca diz
respeito à pergunta incómoda de saber quem é que andou (e ainda anda) a provocar
guerras, desde há vinte anos, no Médio Oriente, em obediência a um agressivo
plano geo-estratégico, centrado no objectivo de dominar totalmente os países
ricos em petróleo.
Os EUA, a Grã-Bretanha e a França (a Alemanha
não se meteu nisso, mas solidarizou-se com esta estratégia, por omissão, assim
como todos os outros países da UE) desencadearam guerras no Afeganistão, no
Iraque, na Líbia e, agora, indirectamente, através do Estado Islâmico, na Síria.
Esses países ficaram totalmente destruídos, nas suas infra-estruturas, na sua
economia e a nível social, pois nunca mais tiveram paz. As populações, que o
puderam fazer, fugiram àquela violência bárbara e criminosa. É um dever da
Europa e dos outros países do mundo prestarem a sua ajuda desinteressada.
Mas, o tiro da agrssão saiu pela culatra à
Europa, que está agora a braços com uma grave crise migratória e humanitária.
Os EUA semearam ventos e a Europa está a colher as tempestades. Por isso, só há
um caminho. Em primeiro lugar, acolher esses refugiados, até ao momento que
possam regressar em paz aos seus países. Em segundo lugar, acabar com os conflitos
militares no Médio Oriente e desistir de querer liquidar o regime sírio,
objectivo que os EUA perseguem.
Se houver paz não haverá refugiados.
4 comentários:
Reformular esta europa
apedrejar os fazedores de guerras
como se fosse possível salvar o mundo
tentar o improvável
O grande problema do nosso tempo é que os verdadeiros fazedores das guerras escondem-se atrás de um biombo e pagam a quem faça as guerras por eles. Mas é sempre possível abater a tirania.
Os USA que abusa de tudo e de todos,desde o fim da Segunda Grande Guerra Mundial,tem desencadeado dezenas de guerras em Países que estão a milhares de quilómetros de distância e como pretende dominar o Mundo inteiro,tem Bases Militares nos cinco Continentes e Esquadras Navais nos Sete Mares e a maioria dos países da chamada União Europeia fazem parte da Horda mercenária da NATO cujo Comandante General é o Tio Sam mafioso e flibusteiro na pessoa do Presidente dos USA que abusa.Portanto a Horda mercenária da NATO é responsável por toda esta tragédia e miséria dos Refugiados.
É isso mesmo, José Gonçalves Cravinho. Os EUA, desde a 2ª Guerra Mundial, desenvolveram um novo tipo de imperialismo, que pretende ser global.Pretendem dominar o mundo, a nível militar, económico, financeiro e ideológico.
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