O candidato à liderança do PS António Costa
considerou hoje que a sustentabilidade da Segurança Social não exige cortes nas
pensões, mas a criação de emprego, acrescentando que o primeiro-ministro não
apresentou uma proposta de reforma.
Para António Costa, o que põe em causa a
sustentabilidade do sistema da Segurança Social não é o valor das atuais
pensões, mas "a crise económica".
"Só o desemprego e a emigração, por perda
de salários e por perda de contributos, criaram uma fragilidade de 8 mil
milhões de euros", frisou.
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Quem assinou o Memorando de Entendimento (e o PS
também o assinou) sabia que todas aquelas políticas concertadas com a troika (UE/BCE/FMI) conduziriam o país
para a desgraça. Os signatários de tal acordo e todos os seus comparsas sabiam
perfeitamente que, com os cortes brutais nas pensões e nas prestações sociais e
o aumento, também brutal, dos impostos diretos e indiretos, o consumo das
famílias iria levar um grande rombo e que as famílias mais pobres e as da
classe média baixa iriam ter graves problemas de subsistência. Também sabiam
que a economia iria estagnar, precisamente por causa da diminuição do consumo
privado e do investimento, e que, perante este quadro, os jovens não tinham
outra alternativa, senão a de emigrar. Também sabiam que, no âmago daquele
acordo com a troika, e sem que isso
fosse explicitado, havia a oculta intenção de atrofiar até ao limite os três
pilares do Estado Social, o que está a ser feito com sucesso, para gáudio dos
grupos económicos da saúde e da educação (igreja católica) e das seguradoras.
Tal como eu, também António José Seguro e
António Costa sabiam disto tudo. Ou não sabiam?! E perante este quadro,
verdadeiramente tenebroso, o que se impõe é que ambos digam aos portugueses,
sem utilizarem os chavões da campanha eleitoral, como é que eles irão dinamizar
a economia e aumentar os postos de trabalho para evitar a sangria emigratória,
se ambos, com arreigadas convicções europeístas, concordam com o Tratado Orçamental, que vai obrigar a
diminuir a despesa do Estado, para levar a dívida pública aos 60 por cento do
PIB, tal como nele se preconiza. É que, tal como o memorando de entendimento
com a troika, também o Tratado Orçamental é uma camisa de onze
vares para os países mais endividados, como é o caso de Portugal e da Grécia.
Estes dois países dificilmente se libertarão do garrote da austeridade, que, no
futuro, ainda vai acentuar-se mais, depois das eleições legislativas do próximo
ano. Se lá chegarmos…
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