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A partir do estudo das respostas neurológicas
associadas à satisfação, um grupo de cientistas da Universidade de Cambridge
apurou uma fórmula matemática que define a felicidade.
O estudo, intitulado “Um modelo neuronal e computacional para
um momento subjetivo de felicidade” tratou de perceber o que se passa no
cérebro durante um momento de alegria. Para isso desenvolveu um jogo que
envolveu ganhos monetários de curto prazo, o que implicou gerir expectativas e
desejos de modo a perceber os impulsos cerebrais envolvidos na sensação de
felicidade descrita pelos participantes — que era medida numa escala de um a
dez. O estudo envolveu um rácio de esquecimento, determinando que quanto mais
distante no tempo era o momento de felicidade, menos relevante ele se tornava
para o sentimento presente. Outra conclusão interessante é a relação da felicidade
com as expectativas. Dito de outra forma: se a recompensa for inesperada, a
sensação de felicidade é bem maior.
Este trabalho científico envolveu 26 pessoas que
se sujeitaram a um scan cerebral enquanto jogavam no computador. Os resultados
de base foram depois usados para prever intervalos para padrões de felicidade
de 18.420 sujeitos que participaram num jogo no smartphone, demonstrando a utilidade dos
valores originais apurados. Estudos mais avançados poderão contribuir para
determinar valores mais rigorosos que apurem a felicidade de uma pessoa sem ter
de recorrer a testes subjetivos como os que são usados hoje por psicólogos.
Se esta parece uma questão mais filosófica que
matemática, é porque é. E é o próprio estudo de Cambrigde que começa por
referir o “a felicidade tem uma importância central no bem estar subjetivo do
ser humano”, algo que tem sido estudado há milénios por filósofos — “de Aristóteles
a Bentham”. Claro que encontrar o estado emocional puro de felicidade
individual é utópico porque isso depende de cada pessoa e das suas
circunstâncias, pelo que a única possibilidade de efetuar uma medida seria pela
felicidade subjetiva dos povos — que as Nações Unidas já medem através do Relatório Mundial da Felicidade — ou pelo transitório
estado emocional de satisfação. A metodologia foi a que permitiu atingir
resultados mensuráveis, embora seja criticável por associar satisfação a somas
monetárias em jogos.
Já no ano passado um outro estudo da Universidade de Missouri tentou apurar a
relação entre a busca da felicidade e a música. Sendo que aqui é mais fácil
associar comportamentos a épocas ou até gerações — o que facilita a criação de
uma banda sonora da felicidade. Deixamos três sucessos musicais que muitos
associam a felicidade:
No final dos anos sessenta, os Turtles lançaram
um hit chamado “Happy Together” que resumiu o espírito da geração.
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