Cavaco Silva julga-se um monarca absoluto,
ungido por poderes divinos.
As exigência feitas, hoje, pelo Presidente da
República ao secretários geral do PS, António Costa, são apenas grosseiros
subterfúgios, para esconder as acções subversivas, de verdadeira sabotagem,
que evitem a formação de um governo de esquerda. Essa intenção é logo evidente
na primeira questão colocada, aquela que se refere às moções de censura, vindas
da oposição, e às moções de confiança, pedidas pelo governo. Mesmo que os
acordos firmados não se referissem à questão, o que não é verdade, bastava
a posição confortável, sentida por António Costa, que confiou inteiramente na
palavra de Jerónimo de Sousa e de Catarina Martins, para que Cavaco Silva
dormisse descansado. Mas o acordo fala disso, e nele está bem sinalizado o compromisso
de que o PCP e o Bloco de Esquerda rejeitarão qualquer moção de censura, vinda
da direita. Todas as outras pretensas dúvidas sobre as garantias da
sustentabilidade de um governo PS são redundantes e absurdas.
Mas, o mais grave desta esquizofrenia presidencial
incide na exorbitância de poderes que Cavaco Silva está ostensivamente a
assumir, e que a Constituição não lhe confere, quando, com as suas acções
abusivas, pretende invadir as competências do parlamento e tentar esvaziar a
vontade política dos partidos de esquerda, que, devido aos acordos pós-eleitorais,
constituem hoje uma maioria clara e legítima.Tão legítima como aquela que ele
tem, como Presidente da República
Cavaco Silva não se convence que o nosso regime político é semi-presidencialista e não presidencialista. Mais! Ele julga-se um monarca absoluto, ungido por poderes divinos.
Cavaco Silva não se convence que o nosso regime político é semi-presidencialista e não presidencialista. Mais! Ele julga-se um monarca absoluto, ungido por poderes divinos.
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