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domingo, 22 de junho de 2014

Costa insultado à saída de Ermesinde

A coisa está tremida

António Costa foi alvo de insultos à saída da Comissão Nacional de Ermesinde. No momento em que falava para as televisões, o presidente da câmara de Lisboa, e candidato a líder do PS, viu as suas palavras serem abafadas por militantes que se juntaram para o acusarem de oportunismo e de dividir os socialistas. Houve mesmo alguns encontrões
“Oportunista”, “Ficas bem é no poleiro de Lisboa”, “devias ter vergonha de dividir os socialistas”, ouviu-se à porta do Fórum Cultural de Ermesinde. Jorge Lacão, apoiante de Costa, também foi vaiado e insultado.
António José Seguro, pelo contrário, foi aplaudido por um grupo maior de pessoas, mas que incluiu alguns dos que depois insultaram Costa.
O secretário-geral do PS pediu que os costistas deixem as questões estatutárias e “deixem os rodriguinhos”. Seguro não deixou sem resposta os que se aproximavam de si para criticar Costa. “Fomos traídos”, dizia um socialista exaltado, ao que Seguro respondeu “Nós ganhámos e a direita perdeu, mas parece que foi tudo ao contrário”. A outro militante que chamou “oportunista”  a Costa por ter tido a oportunidade e não ter avançado , Seguro disse “vamos dizer nas eleições”.
Costa começou por sorrir e acernar para os que o insultavam. Depois, disse aos jornalistas: “vamos deixar o partido serenar, devemos dar um exemplo de serenidade”. Depois das primárias, espera “contar com todos os socialistas”. Ainda assim lamentou que a Comissão Nacional não tenha sequer discutido a proposta de um congresso antecipado.
“O melhor era termos já congresso“, seria “tudo mais claro e mais sólido” mas “mais tarde ou mais cedo os militantes vão poder votar”, afirmou Costa. “Não me vou dedicar a ataques pessoais”.
António Costa viu rejeitada a proposta de um congresso antecipado, não tendo sequer a proposta sido admitida a votação pela presidente Maria de Belém.
Também foi rejeitada uma moção, dos costistas, para adiar para depoisa das primárias as eleições nas federações – um processo que corre em paralelo no PS, por decisão de Seguro. A Comissão Nacional marcou estas eleições para 5 ou 6 de Setembro, três semanas antes das primárias para a escolha do candidato a primeiro-ministro

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Atualmente, O PS é um partido fraturado. Nem Costa nem Seguro têm o elã para mobilizar os militantes. O problema é que ambos dizem a mesma coisa por outras palavras. Ambos são europeístas, no sentido de que apoiam o que de mais negativo tem a UE, e que se consubstancia na pulsão federadora da Europa, imposta sob a batuta da Alemanha.
Para se diferenciar do PSD, os socialistas têm de encontrar um líder que defenda precisamente o contrário. Caso isto não aconteça, o PS arrisca-se a vir a ser uma muleta do PSD, como está a acontecer ao PSOE, de Espanha, que deixou de ser, a nível eleitoral, uma alternativa credível ao PP, tal foi a deserção dos seus eleitores para os partidos mais à esquerda.

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