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sexta-feira, 27 de junho de 2014

Notas do meu rodapé: Três apontamentos, breves e necessários…

 

1- Ao reduzirem-se as despesas na Saúde e na Segurança Social, procura-se induzir a morte precoce dos idosos (pela ausência de cuidados de saúde e pela sua condenação a uma má nutrição), fenómeno opaco que se dilui na opinião pública e que não provoca alarme social, mas que, pela dimensão trágica que comporta, irá ser certamente ser considerado, no registo futuro da História, como um verdadeiro Holocausto silencioso. Na Educação, a redução das despesas irão cortar as pernas ao futuro, a milhares de jovens.
As políticas sociais são imprescindíveis para o desenvolvimento do país e para a sua coesão social. Sem elas, Portugal descerá as escadas para o inferno do Terceiro Mundo. E este cenário dantesco, de miséria e de desgraça, não comove nada os donos da Europa. Eles saberão conviver com ele, uma vez que já estão a pensar em formar uma gigantesca bolsa de mão de obra, a preços de saldo.

2- A moeda única foi o instrumento ideal para a Alemanha estabelecer o seu domínio, quase absoluto, sobre a Europa, com as instituições da UE totalmente subordinadas à sua hegemónica vontade. Angela Merkel pretendeu fazer com o euro aquilo que Hitler não conseguiu com os tanques e com os canhões. Ao impor o terrorismo político da austeridade, para defender os interesses do capitalismo financeiro alemão, a Hitler de saias (embora ela use sempre calças) lançou o caos sobre as economias que se sujeitaram aos pactos de ajustamento, já que as políticas prosseguidas privilegiaram a vertente financeira, secundarizando a vertente económica. E é a economia que deve caminhar à frente das finanças, e não o contrário.

3- As estatísticas do Eurostat mostram que as despesas totais com a Saúde, Educação e Segurança Social, em Portugal, percentualmente, e em relação ao PIB, alinham pela média da despesa, nestes mesmos setores, de todos os países da UE e também pela média da zona euro, o que desmente aquela ideia de que Portugal tem um Estado Social acima das suas possibilidades.
A dívida soberana não foi contraída para alimentar o Estado Social, porque ele foi pago e é pago pelos impostos e contribuições dos portugueses. As causas do endividamento excessivo devem ser encontradas nos ruinosos negócios do Estado, com as Parcerias Púbico Privadas (PPP) e com os swaps, bem como nas intencionais derrapagens orçamentais nas grandes obras públicas, na construção exagerada de auto estradas, para satisfazer a gula dos lobies da construção civil, nas despesas faraónicas dos sucessivos governos em consultorias e na corrupção da máquina do Estado e das autarquias.

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