Uma equipa mal preparada, com pouco conhecimento
da economia portuguesa e que subestimou os efeitos da austeridade, é parte da
justificação encontrada por Rui Peres Jorge, jornalista do Jornal de Negócios,
para justificar as dificuldades do programa.
O livro "Os 10 erros da troika", da
autoria de Rui Peres Jorge, parte da premissa de que o programa de ajustamento
falhou praticamente todas as metas a que se propôs, explicando o falhanço
através de dez erros que o autor considera cruciais
***«»»***
A mim, fica-me sempre a dúvida (para não dizer a
certeza) se foi um erro de cálculo ou um erro premeditado. O objetivo da troika
consistiu em promover, por um lado, a transferência da dívida pública do Estado
português, detida pelos grandes bancos e pelos fundos de investimento,
para as instituições oficiais (BCE, UE, FMI), defendendo assim as entidades
financeiras privadas de um qualquer incumprimento, por parte de Portugal, e,
por outro lado, promover a desvalorização salarial do trabalho, para que o
respetivo remanescente venha a garantir o pagamento futuro dos juros e das
amortizações da nova dívida contraída, junto daquelas três instituições
oficiais. O eufemisticamente chamado plano de ajustamento foi desenhado no
interesse do governo alemão, pois eram (e ainda são, em parte) os grandes
bancos da Alemanha os principais credores da dívida pública portuguesa.
Tentar atribuir aos técnicos do FMI ingenuidade e falta de preparação, é uma tentativa de branquear a atual política do saque, de que os portugueses estão a ser vítimas, através da ativa cumplicidade do governo e do Presidente da República.
Tentar atribuir aos técnicos do FMI ingenuidade e falta de preparação, é uma tentativa de branquear a atual política do saque, de que os portugueses estão a ser vítimas, através da ativa cumplicidade do governo e do Presidente da República.
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