PCP
disponível para dialogar com PS nas legislativas de 2015
O secretário-geral do PCP respondeu, este
domingo, em Alenquer ao líder dos socialistas, afirmando que o PCP "está
aberto" para eventuais alianças com o PS se ganhar as eleições
legislativas de 2015, desde que defina "claramente" as suas
políticas.
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O difícil entendimento entre o PS e o PCP
Dialogar não é pactuar!.. É procurar
entendimentos e estabelecer compromissos de boa fé. É entreabrir uma porta, há
muito tempo fechada.
Se o que separa o PCP do PS se reduzisse a
questões de pormenor, esse entendimento e os respetivos compromissos seriam
fáceis de ser alcançados. Mas, infelizmente, não é assim. A questão europeia
divide profundamente os dois partidos, com o PCP a propor a renegociação da
dívida pública e a denúncia do Tratado Orçamental de 2012, que é um autêntico
garrote para a economia portuguesa e que prolonga e agrava a austeridade, e a
defender a eventual saída controlada do euro, e com o PS a assumir posições
divergentes, insistindo na sua política europeísta, que, quanto a nós,
continuará a desfavorecer Portugal.
Esta é uma questão central, que se encontra a
montante de todas as outras.
É certo que António Costa já deu um sinal
positivo, ao admitir que as razões dos problemas da economia portuguesa
derivam, entre outros fatores, do choque da admissão do euro, mas, até agora,
não apresentou nenhuma solução para resolver esses mesmos problemas. A única
intenção que manifestou foi a de querer mobilizar os partidos europeus da sua
família política, alinhados na Internacional Socialista, para propor um alívio
das políticas de austeridade. Mas, se ele tomar esta iniciativa, arrisca-se a
ficar a falar sozinho, pois esses partidos já adotaram o figurino do
"socialismo de mercado" e o do "socialismo neoliberal",
eufemismos para disfarçar a comunhão de interesses com os partidos
conservadores.
António Costa tem de admitir que, na Europa,
ninguém lhe ligará, pois só mede um metro e sessenta e nove centímetros de
altura, e também que não tem corpo para aguentar um empurrão da corpulenta
senhora Merkel, que o atirará pela escada abaixo, em três tempos.
Há ainda um outro problema: A comissão europeia
anda a enviar recados de que é necessário aplicar mais políticas de
austeridade, a incidir, naturalmente, sobre os salários e pensões e em cortes
acrescidos da despesa do Estado, principalmente nos serviços sociais (Educação
e Saúde). Em 2015, devido às eleições para Assembleia da República, a comissão
europeia, possivelmente, será tolerante, a fim de evitar a erosão eleitoral dos
partidos em que se apoia (PS, PSD e CDS).Mas, em 2016, o grau de exigência
assumirá o formato de uma ordem peremptória e indiscutível, acompanhada pelas
respetivas ameaças. Que fará António Costa, se vier a ser primeiro-ministro,
tal como se espera? Eu, se me cruzasse com ele na rua, perguntar-lhe-ia apenas
se o novo PEC, para 2016, será o PEC IV recauchutado ou um PEC V, novinho em
folha?...
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