Foi há 100 anos!... Foi há 100 anos, no primeiro
Natal da Primeira Grande Guerra, que o instinto do Homem se elevou ao patamar da
fraternidade, ultrapassando a animosidade gerada por um violento conflito
armado, que ensanguentou e destruiu o miolo da Europa, causando uma mortandade
inimaginável. Saindo das trincheiras, onde viviam miseravelmente como toupeiras, os soldados alemães, ingleses e francesas, ressuscitando o
espírito do Natal, vivido nas suas vidas e nos locais das suas origens,
resolveram todos confraternizar na terra de ninguém, abraçando-se, trocando
entre si presentes e comida e, esquecendo o violento estrondo dos canhões e o
matraquear cadenciado das metralhadoras, começaram a cantar as melodias emocionantes do Natal. Para "matar" o frio e fazer esquecer o tempo, jogaram entre
si renhidas partidas de futebol. Os generais de ambos os lados ficaram furiosos
com aquela subversão "sentimental", expressa na impensável e
surpreendente confraternização entre soldados que pertenciam a exércitos
inimigos, ao ponto de, nos anos seguintes, a proibirem terminantemente.
Naquele inverno de 1914, na quadra natalícia que
aproxima e emociona parte da Humanidade, o coração falou mais alto do que as
balas das espingardas.
Alexandre
de Castro
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