O líder socialista insistiu hoje [ontem] que o
melhor para o país é uma maioria do PS nas legislativas de 2015, considerando
que o próximo Governo deve ser "uma escolha direta dos portugueses" e
não resultar de um "jogo partidário".
Aludindo à sua intervenção na terça-feira, num
jantar com o grupo parlamentar do PS, António Costa disse que se terá
expressado mal ou sido "mal compreendido" sobre a formula política do
Governo do Bloco Central, reiterando que apenas elogiou o exemplo de Mário
Soares "e não propriamente essa fórmula de Governo em concreto".
"O que eu quis sublinhar é que o bem mais
precioso que o país tem perdido ao longo destes anos é a confiança e que não há
nenhum país que seja capaz de vencer uma crise, de superar as suas dificuldades
sem recuperar a confiança e dei o exemplo do doutor Mário Soares e da forma
como liderou esse Governo, tendo sido capaz de incutir ao conjunto do país,
confiança", disse.
***«»***
António Costa dá uma na pata e outra na
ferradura, embora o cavalo esteja quieto. Diz uma coisa hoje e outra amanhã;
Guina para um lado, aos dias pares, e guina para o outro, aos dias ímpares.
Avança e recua com uma grande facilidade, fingindo que está a andar para a
frente. Há dias foi buscar à História, a propósito da confiança e da falta
dela, a epopeia dos Descobrimentos e o processo de descolonização, mas
esqueceu-se de referir Alcácer Quibir, cuja catastrófica visão da sua
própria repetição, nos tempos próximos, se afigura cada vez mais provável, e isto sem que ele diga
aos portugueses a verdade em relação à situação da astronómica dívida pública,
que será impossível de pagar, se, entretanto, não se avançar para a sua
profunda reestruturação.
Para fugir a esta questão, que é uma questão
central da atual política portuguesa, António Costa refugia-se num discurso oco
e vazio, sem propostas concretas, mas intencionalmente empolgante, à custa de
uma retórica bem elaborada, capaz de enganar os mais incautos. A não ser no
estilo e na novidade, António Costa não acrescenta nada de positivo, que nos
faça acreditar numa qualquer mudança estrutural de fundo, se ele vier a ser
primeiro-ministro.
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