Marcos Perestrello, vice-presidente da bancada
parlamentar do Partido Socialista (PS) critica o Governo por não ter aprendido
a lição das consequências das medidas que tomou nos últimos três anos.
Rejeitando que o PS de Sócrates seja o único culpado pela entrada da troika em
Portugal, o socialista acredita que o PS de António Costa é uma boa alternativa
para o país e que não é conveniente pensar num bloco central.
onsiderando, em declarações ao Diário de
Notícias, que o PS “é uma alternativa capaz de assegurar a mudança política que
a cada momento o país precisa, Marcos Perestrello rejeita que o PS seja o
culpado da austeridade que se implementou no país, e acusa o Governo de ter
acentuado a dívida, aumentado a pobreza, o desemprego e a divida pública.
Por isso, defende que é necessário “um projeto
de esperança e confiança no futuro do país”, que acredita que este PS, que é o
“PS de sempre”, conseguirá implementar.
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Que o país precisa de "um projeto de
esperança e confiança no futuro", como afirma o dirigente socialista
Marcos Perestrello, já nós sabemos. O que continuamos a não saber é como o PS
pretende restaurar essa esperança e essa confiança, sem apresentar um projeto
coerente e sustentável sobre a magna questão da dívida, cujo pagamento, nos
prazos acordados, é impossível, já que exigiria um crescimento anual do PIB,
principalmente a ser suportado pelo aumento das exportações, à volta dos quatro
por cento, o que também é inviável, dado o clima de incerteza que paira sobre a
economia europeia e, a partir do próximo ano, também sobre as economias de
países emergentes.
Aquela ideia peregrina de António Costa, de
remeter a discussão para o quadro europeu é uma falácia, já que está a colocar
a resolução do problema nas mãos dos principais credores da dívida pública
portuguesa, os tais credores institucionais, que a detêm em cerca de 43 por
cento. E já sabemos que parte desses credores - os governos dos países europeus
que contribuíram para o enorme empréstimo da UE a Portugal, através da troika -
o que querem é ver de volta o seu dinheiro, pouco se importando com o
sofrimento do povo português. E depois, é também necessário convencer o BCE e o
FMI, as outras duas instituições da
troika, mais preocupadas em assegurar o domínio do capitalismo financeiro
internacional, cujos interesses defendem por inteiro.
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