O secretário-geral do PS defendeu esta
quinta-feira junto do primeiro-ministro um compromisso para que o país tenha um
projeto comum, mas acrescentou que a construção desse projeto deve fazer-se
após o julgamento dos portugueses em eleições.
António Costa falava aos jornalistas no
final da sua primeira reunião enquanto líder socialista com o
primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, em São Bento, encontro que
caraterizou como “cordial” e que durou cerca de uma hora e 45 minutos.
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O PS não se apresenta como uma alternativa ao
PSD, mas apenas se perfila como um partido de alternância ao exercício do poder
político. São mais as semelhanças entre o PS e o PSD do que as suas respetivas
diferenças. É mais aquilo que os une do que aquilo que os separa. Atacam-se um ao
outro com uma verborreia histriónica, mas colaboram intimamente nos
entendimentos cúmplices, estabelecidos em segredo, nos gabinetes. Ambos se
preparam para consumarem uma união de facto, para Portugal continuar enfeudado
aos interesses dos mandantes da Europa.
Esta é a conclusão a tirar (o que não constitui
nenhuma surpresa, para os mais avisados) das declarações de António Costa. O
Partido Socialista não capitulou. Não capitulou, porque não tinha nada para
capitular, porque sempre foi um partido de direita, disfarçado com um discurso
de esquerda.
António Costa ainda terá de explicar, se
pretende, como diz, manter Portugal amarrado ao garrote do Tratado Orçamental,
onde é que vai arranjar o dinheiro para os investimentos que anuncia para o
desenvolvimento do país. Foi copiar a ideia de Juncker, que, para o
desenvolvimento da Europa, pretende transformar 21 mil milhões de euros,
disponíveis nas instâncias europeias, em 350 mil milhões, através de capitais
públicos e privados dos estados membros.Como se isso fosse possível, num momento em que a Europa não apresenta um perfil atraente para o investimento na economia real.
Costa, que começou a querer impor-se como uma
estrela, está a transformar-se num bluff.
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