O Movimento de Intervenção e Cidadania, criado
em torno da candidatura presidencial de Manuel Alegre em 2006, lançou um apelo
à participação nas primárias do PS pela importância que diz ter este processo.
“Não se trata de uma mera questão interna do PS,
pois do seu desfecho poderá depender a escolha do futuro governo do país”,
lê-se no comunicado enviado à comunicação social assinado por Manuel Alegre,
presidente do conselho dos fundadores, o general Alfredo Mansilha
Assunção, presidente da assembleia-geral, e o arquitecto Manuel Correia
Fernandes, presidente interino da direcção nacional.
Por outro lado, acrescenta-se, “caso este acto
decorra de forma transparente e genuinamente participada, será uma oportunidade
de abertura democrática que nessa medida dever ser saudada”.
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Não sei se o MIC ainda diz alguma coisa aos
cidadãos que, em 2006, se envolveram na campanha eleitoral para a Presidência da República, à volta da
candidatura de Manuel Alegre. Como movimento orgânico, está morto, restando
apenas os membros dos seus órgãos sociais. No entanto, talvez o seu espírito
não se tivesse dissipado, flutuando ainda na memória dos seus militantes, que,
certamente, por verificarem que o PS de A: J. Seguro não incorporava nenhuma
alternativa séria à direita, debandaram para outras paragens, nas últimas
eleições europeias, talvez, até, engrossando a abstenção. A sua maioria,
possivelmente, também já percebeu que, ao nível das opções políticas, a
diferença entre Seguro e Costa é a mesma da que existe entre o objeto e a sua
imagem ou entre a mão direita a mão esquerda. Ambos os políticos assumem a
trajetória que o eixo Bruxelas/Berlim imprimem à política portuguesa. Nenhum
deles deu o passo mobilizador, lançando o grito do Ipiranga. São europeístas
convictos, por paixão ou por conveniência, não sei bem, e que fingem acreditar
(e querem que nós acreditemos) que um pequeno partido de um pequeno país será
capaz de ter influência no palco das instituições europeias. Por outro lado,
Manuel Alegre reformou-se, deixando a rebeldia de lado e acomodando-se ao
ambiente pastoso que irá conduzir o PS à insignificância política, comungando à
mesa da direita. Que eu saiba, também não tomou partido por nenhum dos
candidatos, o que se estranha.
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