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sexta-feira, 4 de julho de 2014

Renegociação da dívida é "tema tabu"



O antigo conselheiro de Estado, António Capucho, comentou na antena da rádio TSF a ausência de uma referência à renegociação da dívida no comunicado do Conselho de Estado. Para o social-democrata esta questão é um “tema tabu” porque os dirigentes entendem que discutir o assunto “diminuiu a nossa capacidade negocial”.

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Chegou-se ao limite do absurdo, ao considerar "tema tabu" a discussão sobre a eventual renegociação da dívida pública, avançando-se com o falacioso argumento que essa discussão iria enfraquecer a capacidade negocial do governo. Mas qual capacidade negocial, se o governo tem assumido, de cócoras, todas as ordens da troika? 
Nem Kafka, nem Sarte, nem Camus se lembraram da falácia do "ocultamento", para dissertarem sobre as suas teses sobre o absurdo. O senhor K, de "O Processo", consideraria o pesadelo do tribunal, que o esmagava, um verdadeiro paraíso, comparado com o pesadelo deste país, onde um Conselho de Estado, dominado pela direita troglodita e fundamentalista, omite, no seu comunicado, a referência a um tema importante, que foi levantado na última reunião - a renegociação da dívida - o que evidencia uma grande falta de respeito pelos portugueses, que têm todo o direito de saber todas estas "malhas que o Império tece".

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