O antigo conselheiro de Estado, António Capucho,
comentou na antena da rádio TSF a ausência de uma referência à renegociação da
dívida no comunicado do Conselho de Estado. Para o social-democrata esta
questão é um “tema tabu” porque os dirigentes entendem que discutir o assunto
“diminuiu a nossa capacidade negocial”.
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Chegou-se ao limite do absurdo, ao considerar
"tema tabu" a discussão sobre a eventual renegociação da dívida
pública, avançando-se com o falacioso argumento que essa discussão iria
enfraquecer a capacidade negocial do governo. Mas qual capacidade negocial, se
o governo tem assumido, de cócoras, todas as ordens da troika?
Nem Kafka, nem Sarte, nem Camus se lembraram da
falácia do "ocultamento", para dissertarem sobre as suas teses sobre
o absurdo. O senhor K, de "O Processo", consideraria o pesadelo do
tribunal, que o esmagava, um verdadeiro paraíso, comparado com o pesadelo deste
país, onde um Conselho de Estado, dominado pela direita troglodita e
fundamentalista, omite, no seu comunicado, a referência a um tema importante,
que foi levantado na última reunião - a renegociação da dívida - o que
evidencia uma grande falta de respeito pelos portugueses, que têm todo o
direito de saber todas estas "malhas que o Império tece".
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