Morais Pires e Goes revelaram que os 980 milhões
de euros estão repartidos por 200 milhões em dívida da Rioforte e outros 780
milhões em financiamentos concedidos ao Espírito Santo Financial Group (ESFG).
Recorde-se que esta ‘holding' detém 25% do BES, sendo, por sua vez, controlado
em 49% pela Rioforte. Já esta sociedade é detida a 100% pela Espírito Santo
International (ESI), a ‘holding' da família descendente do fundador do grupo.
Segundo foi noticiado, o ESFG é um dos principais credores da ESI e da Rioforte.
É possível seguir o fluxo de financiamentos
entre o BES e as ‘holdings' do GES. O BES emprestou 780 milhões ao ESFG, que,
por sua vez, emprestou 1,3 mil milhões à Rioforte. Esta última é detida a 100%
pela ESI, que entrou em falência técnica desde a descoberta, numa auditoria
pedida pelo Banco de Portugal, de um passivo não-reconhecido no valor de 1,2
mil milhões de euros. Estas irregularidades contabilísticas estão ser
investigadas pelas autoridades do Luxemburgo, segundo avançou a Reuters na sexta-feira.
Económico [01 JUL 2014]
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Reparem no complexo entrelaçamento das
participações cruzadas deste grande grupo financeiro, que dificulta aos leigos
avaliar quem é que deve a quem. Mas o que qualquer pessoa percebe é que o
buraco financeiro está lá, e que é bem fundo, embora ainda não tenha aparecido
ninguém a dizer como é que ele vai ser tapado. Numa "conference
cal", realizada no início da semana, um analista, que nela participou,
afirmou, sob anonimato, que os responsáveis do banco apenas "se limitaram
a dizer o que o mercado já sabia", o que é uma maneira prosaica de dizer que, para já, não há solução
nenhuma. E foi esta evidência, de que muitos já suspeitam ser uma certeza, o que suportou o justificado alarme público, lançado pelo
secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, quando afirmou [ver aqui] que é “profundamente
negativo para a própria democracia esta
confusão e esta fusão entre os negócios e a política, particularmente do setor
financeiro", para acrescentar que também “é preocupante, porque o nosso povo já pagou com língua de
palmo as situações escandalosas, os desmandos da banca, lembrando os casos do
BPN e do BPP e esperamos nós que a história não se vá repetir agora com o
BES".
"Lá estão os comunas a inventar
problemas" irá dizer um qualquer arrebatado deputado da direita ou um
encartado comentarista, pago à peça.
AC
1 comentário:
Na verdade o seu texto
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