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sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Moodys considera que economia portuguesa enfrenta risco de “morte lenta”


A agência de avaliação de risco de
crédito Moody’s considera que a
economia portuguesa está em risco
de enfrentar uma “morte lenta”,
à medida que deverá ter de dedicar
uma fatia cada vez maior da riqueza
que produz para pagar a sua dívida,
com os investidores a passarem a
exigir juros cada vez maiores para
emprestarem dinheiro ao país.
PÚBLICO


Esta avaliação da Moody's pouco acrescenta ao que tem sido afirmado aqui sobre a crise gravíssima da economia portuguesa, resultado das más políticas económicas adoptadas desde a integração europeia, e que tiveram por artífices os dirigentes do PSD e do PS, mais preocupados em constituírem-se em esteio de uma aristocracia económica e financeira, vesga e de visão curta, e sempre sentada, parasitariamente, à mesa do orçamento, do que dotar o país de uma estratégia vanguardista e moderna, que viesse a tirar partido da globalização, já em marcha acelerada. Ingenuamente, toda essa gente emproada pensou que o mercado europeu seria suficiente para lhe alimentar a mediocridade bafienta, podendo assim manter intactas as estruturas económicas herdadas do passado, baseadas nos baixos salários e na reduzida inovação tecnológica.

2 comentários:

Graza disse...

Ok Alexandre tem razão num ponto, mas continua assim a acreditar tanto nestas agências privadas internacionais que um dia antes do estouro não nos souberam avisar que o sistema que defendem era afinal uma enorme D. Branca? E que países que davam como case studys internacionais de economia iriam entrar em insolvência?

Alguém dizia ontem na TV que é urgenteque a Europa crie um organismo institucional de rating, com regras transparentes para ser um avaliador credível e não estas agências norte-americanas comandadas por gente em que há muito não confio. Esses artistas da Moody's nunca puseram o pé no país, conhecem-no pela pesca das letras gordas dos jornais.

Alexandre de Castro disse...

O Grazina tem toda a razão em duvidar da informação das agências de rating, que, tal como os bancos centrais, procedem a análises de conjuntura, valorizando pouco os aspectos estruturais. Esta deformação deriva em grande parte da formação académica adquirida nas faculdades de economia do mundo ocidental, onde a doutrinação neo-liberal assentou praça.
Mas, no caso de Portugal, o leitor mais atento dispensava o aviso da Moody's e de outras agências, de tão evidente que é a gravidade da sua economia. Os valores da dívida pública e do défice orçamental já tinham sido aproximadamente projectados em Agosto do ano passado, não constituindo assim surpresa nenhuma.
Mas o problema que agora se coloca é quem vai pagar a pesada factura. Também não é difícil adivinhar.
Obrigao pelo seu oportuno comentário.