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segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Nos Estados Unidos a Saúde ainda não é um direito!...

Uma sociedade, que não seja solidária, não tem viabilidade no futuro. Mais tarde ou mais cedo, os excluídos e os marginalizados encarregar-se-ão de reclamar e repor a justiça.
A sociedade americana, muito heterogénea, culturalmente, e muito diversa na sua composição étnica, desenvolveu-se, ao longo da sua curta História, sob o signo do individualismo e da violência. O total extermínio dos índios, a escravatura dos negros nos Estados sulistas e a consequente discriminação racial, que perdurou até ao final do último século, marcaram a personalidade colectiva da população dominante, a anglo-saxónica. Embora reclamando a matriz liberal da Democracia e da Liberdade, inspirada nos valores do iluminismo e dos enciclopedistas franceses, a jovem nação não se libertou a si mesma, já que não é livre um povo que nega a liberdade a um outro povo.
Assim, não me espanta que ainda persistam valores residuais de egoísmo e de intolerância, a marcar o percurso daqueles que, por ignorância ou preconceito, pretendem negar aos outros os direitos de que já usufruem. Aqueles milhares de americanos que se manifestaram contra o projecto de um Serviço Nacional de Saúde, generalizado a toda a população, porque têm possibilidades económicas de aderirem ao perverso sistema de seguros, não fizeram mais do que repetir, numa escala diferente, o que os seus antepassados fizeram aos índios e aos escravos negros. Nessa marcha de protesto andou à solta o egoísmo recalcado, herdado das gerações anteriores, desfilando ao lado da indiferença, que a ausência do espírito da solidariedade proporciona. Nessa tarde foi a América fanática e prepotente que falou. Espero que não fique sem resposta.
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1400463&idCanal=11

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