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quarta-feira, 23 de maio de 2012

Deutsche Bank propõe moeda paralela para a Grécia: o geuro

 
O Deutsche Bank, maior banco privado alemão, propôs nesta terça-feira a introdução de uma moeda paralela ao euro na Grécia, caso os adversários das medidas de austeridade ganhem as eleições legislativas de 17 de Junho.
A medida garantiria a continuação dos apoios financeiros internacionais, para que a Grécia possa pagar as suas dívidas, afirma-se num estudo dos economistas do Deutsche Bank, publicado nesta terça-feira.
“A Grécia poderia assim desvalorizar a sua própria moeda, sem sair formalmente do euro”, explicam os mesmos especialistas, que sugerem também o nome de geuro para a moeda paralela grega.
PÚBLICO
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Para Portugal, a designação da nova moeda será peuro ou poeuro. Eu, por mim, até preferia a designação de porreiro, em homenagem à célebre frase de Durão Barroso: Porreiro, pá!.
Não enjeito esta solução, desde que fosse também consagrada a possibilidade de uma renegociação dos memorandos da troika (na Grécia e também em Portugal), no sentido de aliviar a austeridade, de aumentar a procura interna, para promover maior crescimento económico, com oferta de mais emprego, e de favorecer a preservação das políticas sociais, aspetos que os especialistas do  Deutsche Bank contrariam, quando se referem à implementação de novas reformas estruturais (leia-se, mais cortes nos rendimentos de trabalho e nos serviços públicos).
Uma moeda desvalorizada, que iria sendo valorizada à medida que a taxa de produtividade crescesse, permitiria aumentar a competitividade externa e diminuir as importações, o que não iria favorecer as exportações da Alemanha e dos outros países ricos da Europa (não nos esqueçamos que setenta por cento das exportações da Alemanha são para o mercado interno europeu). Por outro lado, a desvalorização da nova moeda racionalizava os sacrifícios, distribuindo-os equitativamente por todas as classes sociais.
Venha lá o geuro e o porreiro.
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