SINDICATO DOS MÉDICOS DA ZONA SUL
SINDICATO DOS MÉDICOS ZONA SUL
DENUNCIA A GRAVE SITUAÇÃO
No Centro Hospitalar Lisboa Central
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DENUNCIA A GRAVE SITUAÇÃO
No Centro Hospitalar Lisboa Central
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As condições de trabalho dos médicos têm vindo a degradar-se e o abuso de poder e a desregulação laboral imperam:
A reformulação dos horários tem vindo a ser imposta serviço a serviço, sector a sector pondo em risco a qualidade do trabalho, a dignidade do exercício profissional e indo contra a regulamentação existente.
Tem sido norma a “inovação” de transformar o trabalho de urgência em acumulação com outras tarefas, desaparecendo as escalas de urgência elaboradas formalmente.
Assim, a Administração cria estas situações inacreditáveis: os médicos estão de urgência, mas não estão a fazer trabalho de urgência; existem escalas, mas não estão afixadas; são obrigados a estar de urgência mas não consideram ser urgência!
Perguntamos se é possível um hospital central dispor de especialidades que depois não estão disponíveis para a urgência?
Numa situação de greve estes médicos, que não estão oficialmente de urgência, podem faltar, certamente!
A ESTES ABUSOS DIZEMOS NÃO!
Considerar as folgas do trabalho efectuado em fim-de-semana como uma “falha” no horário, tal como o descanso compensatório do trabalho nocturno, e prolongar os horários a jornadas de 10 horas diárias nos restantes dias.
Alterar constantemente escalas de urgência, com o pretexto de evitar o pagamento de horas extraordinárias, diminuindo a capacidade de resposta às necessidades assistenciais e estando em curso alterações que podem diminuir de forma drástica os tempos operatórios hoje existentes (já insuficientes para responder às listas de espera crescentes) sem qualquer preocupação com impacto que possa ter sobre os doentes.
A única preocupação é reduzir custos, apenas investindo na Cirurgia de Ambulatório que resolve apenas as patologias menos graves, mas traduzindo-se em números e “produtividade”.
Retirar os médicos anestesistas do trabalho no serviço de urgência até às 16h, para garantir o funcionamento das cirurgias programadas – pondo em risco a capacidade de resposta nas situações de urgência e atirando o “ónus” da responsabilidade para as chefias das equipas de urgência.
As situações críticas resolvidas em improvisação e “boas-vontades” em constantes conflitos entre os profissionais para atender e resolver casos de emergência!
As cirurgias de urgência são adiadas por horas e horas até haver disponibilidade de anestesistas com os riscos e complicações que daí advêm!
Encerrar salas do Bloco Operatório disponíveis para a Urgência, colocando os médicos de serviço confrontados com situações de impossibilidade de acesso a cirurgia de urgência, especialidades em conflito para impôr prioridades de intervenção, interrupção de cirurgias programadas para resolver casos que não podem esperar ou atrasar as cirurgias para cada vez mais tarde, prolongando-se pelas madrugadas, com todos os profissionais já exaustos, os doentes a queixarem-se e a exigirem explicações pelos transtornos e complicações daí resultantes!
Este panorama já determinou a renúncia à chefia das equipas de urgência por médicos que não podem assumir estas responsabilidades!
Encerrar Serviços de Medicina e manter os doentes em macas nos corredores em situações degradantes e impensáveis!
Aos médicos e chefias dos serviços são-lhes retiradas capacidade de decisão nestas e noutras questões, subordinados aos interesses de gabinete, subjugados ao poder dos pretensos números das estatísticas e dos administradores.
Degradam-se as condições laborais, os médicos vêem-se esmagados na sua dignidade profissional e impedidos de trabalhar de acordo com o seu saber e a sua competência!
A ESTES ABUSOS DIZEMOS NÃO!
O SMZS EXIGE O CUMPRIMENTO E APLICAÇÃO DOS ACORDOS COLECTIVOS DE TRABALHO!
O SMZS EXIGE A NEGOCIAÇÃO DO REGULAMENTO INTERNO DO CHLC!
O SMZS EXIGE A REPOSIÇÃO DA LEGALIDADE, O RESPEITO PELO TRABALHO MÉDICO, PELA DIGNIDADE PROFISSIONAL E COMPETÊNCIA TÉCNICA!
VAMOS FAZER OUVIR A NOSSA INDIGNAÇÃO!
2/3/2011
A DIRECÇÃO
A reformulação dos horários tem vindo a ser imposta serviço a serviço, sector a sector pondo em risco a qualidade do trabalho, a dignidade do exercício profissional e indo contra a regulamentação existente.
Tem sido norma a “inovação” de transformar o trabalho de urgência em acumulação com outras tarefas, desaparecendo as escalas de urgência elaboradas formalmente.
Assim, a Administração cria estas situações inacreditáveis: os médicos estão de urgência, mas não estão a fazer trabalho de urgência; existem escalas, mas não estão afixadas; são obrigados a estar de urgência mas não consideram ser urgência!
Perguntamos se é possível um hospital central dispor de especialidades que depois não estão disponíveis para a urgência?
Numa situação de greve estes médicos, que não estão oficialmente de urgência, podem faltar, certamente!
A ESTES ABUSOS DIZEMOS NÃO!
Considerar as folgas do trabalho efectuado em fim-de-semana como uma “falha” no horário, tal como o descanso compensatório do trabalho nocturno, e prolongar os horários a jornadas de 10 horas diárias nos restantes dias.
Alterar constantemente escalas de urgência, com o pretexto de evitar o pagamento de horas extraordinárias, diminuindo a capacidade de resposta às necessidades assistenciais e estando em curso alterações que podem diminuir de forma drástica os tempos operatórios hoje existentes (já insuficientes para responder às listas de espera crescentes) sem qualquer preocupação com impacto que possa ter sobre os doentes.
A única preocupação é reduzir custos, apenas investindo na Cirurgia de Ambulatório que resolve apenas as patologias menos graves, mas traduzindo-se em números e “produtividade”.
Retirar os médicos anestesistas do trabalho no serviço de urgência até às 16h, para garantir o funcionamento das cirurgias programadas – pondo em risco a capacidade de resposta nas situações de urgência e atirando o “ónus” da responsabilidade para as chefias das equipas de urgência.
As situações críticas resolvidas em improvisação e “boas-vontades” em constantes conflitos entre os profissionais para atender e resolver casos de emergência!
As cirurgias de urgência são adiadas por horas e horas até haver disponibilidade de anestesistas com os riscos e complicações que daí advêm!
Encerrar salas do Bloco Operatório disponíveis para a Urgência, colocando os médicos de serviço confrontados com situações de impossibilidade de acesso a cirurgia de urgência, especialidades em conflito para impôr prioridades de intervenção, interrupção de cirurgias programadas para resolver casos que não podem esperar ou atrasar as cirurgias para cada vez mais tarde, prolongando-se pelas madrugadas, com todos os profissionais já exaustos, os doentes a queixarem-se e a exigirem explicações pelos transtornos e complicações daí resultantes!
Este panorama já determinou a renúncia à chefia das equipas de urgência por médicos que não podem assumir estas responsabilidades!
Encerrar Serviços de Medicina e manter os doentes em macas nos corredores em situações degradantes e impensáveis!
Aos médicos e chefias dos serviços são-lhes retiradas capacidade de decisão nestas e noutras questões, subordinados aos interesses de gabinete, subjugados ao poder dos pretensos números das estatísticas e dos administradores.
Degradam-se as condições laborais, os médicos vêem-se esmagados na sua dignidade profissional e impedidos de trabalhar de acordo com o seu saber e a sua competência!
A ESTES ABUSOS DIZEMOS NÃO!
O SMZS EXIGE O CUMPRIMENTO E APLICAÇÃO DOS ACORDOS COLECTIVOS DE TRABALHO!
O SMZS EXIGE A NEGOCIAÇÃO DO REGULAMENTO INTERNO DO CHLC!
O SMZS EXIGE A REPOSIÇÃO DA LEGALIDADE, O RESPEITO PELO TRABALHO MÉDICO, PELA DIGNIDADE PROFISSIONAL E COMPETÊNCIA TÉCNICA!
VAMOS FAZER OUVIR A NOSSA INDIGNAÇÃO!
2/3/2011
A DIRECÇÃO
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Nota do editor: Tal como temos vindo a referir neste espaço, o governo, através do Ministério da Saúde, tem vindo a tomar medidas gravosas em relação ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), impondo constantes constrangimentos ao seu regular funcionamento, no seguimento da aplicação de cegas políticas restritivas, destinadas a contribuir para a redução do défice orçamental. A maior parte dessas medidas têm efeitos perversos ao nível da prestação dos cuidados de saúde dos portugueses, enquanto outras constituem verdadeiros atentados contra os direitos laborais dos médicos e de todos os outros trabalhadores do sector, o que também não deixa de se repercutir na diminuição da qualidade dos serviços de saúde prestados. São medidas cirúrgicas, previamente concebidas para não causarem grande alarme social, mas que acabam por criar fracturas insanáveis nos hospitais e nos centros de saúde.
O que se passa no Centro Hospitalar de Lisboa Central (agrupamento dos hospitais de S. José, dos Capuchos e de Santa Marta), é verdadeiramente escandaloso. Tal como se relata no comunicado do Sindicato dos Médicos do Sul, as disfuncionalidades dos serviços e a diminuição da sua qualidade são evidentes, assim como é evidente a falta de condições para os médicos poderem exercer o seu múnus, de acordo com todos os preceitos éticos e deontológicos e recorrendo, como é a sua obrigação, à aplicação das boas práticas médicas. A perversidade manhosa de todas estas encapotadas manobras, que exploram o trabalho dos médicos e prejudicam, por efeito directo, a saúde dos doentes, põe em causa a observância daqueles princípios fundamentais.
Como utente daquele centro hospitalar, fiquei preocupado e alarmado com a denúncia feita pelo sindicato dos médicos. Tenho receio de que, numa emergência, a equipa médica indicada para um meu hipotético caso específico não esteja no lugar certo e na hora certa para salvar-me a vida e para me tratar convenientemente .
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