Empresas que integram a lista do PSI 20 ganharam mais de 10 mil milhões em 2010. Este valor representa um crescimento de 153% em relação aos resultados líquidos apurados no ano anterior (3900 milhões de euros).
Este número está, porém, inflacionado pela mais-valia que a Portugal Telecom obteve com a venda da Vivo, no Brasil, o que lhe permitiu obter o lucro mais elevado alguma vez registado por uma empresa cotada.
Também a Brisa contribuiu para impulsionar este crescimento, com o encaixe que obteve com a alienação da sua participação na empresa brasileira CCR.
Diário de Notícias
Este número está, porém, inflacionado pela mais-valia que a Portugal Telecom obteve com a venda da Vivo, no Brasil, o que lhe permitiu obter o lucro mais elevado alguma vez registado por uma empresa cotada.
Também a Brisa contribuiu para impulsionar este crescimento, com o encaixe que obteve com a alienação da sua participação na empresa brasileira CCR.
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É salutar e desejável que as empresas tenham lucros. Mas também seria desejável que esses mesmos lucros ficassem em Portugal, sob a forma das três únicas formas possíveis: capital para investimento, capital para poupança e capital para consumo. Como investimento e consumo, esses capitais iriam alavancar o PIB e aumentar o emprego. Como capital de poupança, aumentavam a liquidez do sistema bancário. Mas não é isto o que acontece. A maioria destes capitais, derivados dos lucros das empresas e das mais-valias bolsistas, esfuma-se pelos paraísos fiscais e pelas bolsas financeiras dos países mais ricos, à procura de maiores rentabilidades. Com este esquema imoral, os países mais pobres vêem escapar-lhes a riqueza, que os seus trabalhadores criaram, embora transferida para os accionistas das empresas, através do processo de trabalho ou do consumo, e que acaba por ir enriquecer os países receptadores. É um ciclo perverso da repartição da riqueza à escala global, que só a nacionalização dos bancos e dos grandes grupos económicos pode inverter, ou, a manter-se a sua propriedade privada, a proibição da migração de capitais para o exterior, proibição que a União Europeia, por exemplo, não permite.
Não é por acaso que o capitalismo liberal criou a sagrada trilogia das amplas liberdades de circulação de capitais, de mercadorias e de pessoas.
E chegado aqui, é altura de perguntar. Que medidas de austeridade, quer através do Orçamento de Estado, quer através dos PEC's, incidiram sobre os lucros das grandes empresas e as mais-valias das acções e de outros títulos?
O Partido Socialista fazia bem em mudar de nome!
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