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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Sistema socializado de saúde

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O Serviço Nacional de Saúde da Grã-Bretanha, no qual, em parte, o seu congénere em Portugal se inspirou, continua a resistir às constantes investidas que os sucessivos governos tentaram fazer-lhe (tal como acontece em Portugal, onde, com o pretexto da crise e com a necessidade de baixar o défice orçamental, se procura o seu desmantelamento faseado e progressivo). A falta de médicos de família, o caos instalado nos serviços de urgência e as listas de espera para consultas externas e cirurgias são as deficiências mais visíveis para os utentes. No entanto, começam a aparecer outras graves fracturas no seu funcionamento, que não têm a mesma visibilidade pública, e que envolvem a esfera da sua gestão.
A existência de um serviço público de prestação de cuidados de saúde, universal, equitativo e(tendencialmente) gratuito, é um sinal de modernidade das sociedades. Defender a sua existência e o seu eficaz funcionamento é um dever de cidadania. Amputá-lo e tentar a sua subalternização é trair os fundamentos do Estado Social e prefigura a subordinação dos governos, que assim procedem, aos interesse privados desta área, onde a saúde é tratada como uma mera mercadoria e o doente é considerado um cliente.

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