Páginas

sábado, 22 de janeiro de 2011

Estudo: Três décadas de boycracia. Em Portugal nunca faltaram jobs

O Estudo conclui que empresas públicas aumentam o número de contratações imediatamente antes e depois das mudanças de governo.
A conclusão é de Pedro Martins, professor de Economia Aplicada na Faculdade Queen Mary, da Universidade de Londres, que realizou o estudo. "Os nossos resultados indicam um impacto sistemático do ciclo político nos timings das empresas públicas em Portugal", diz o estudo. "Encontramos provas significativas de um grande aumento de contratações logo a seguir a um novo governo tomar posse, principalmente se for de uma cor política diferente (esquerda ou direita) do governo anterior. Além disso, as contratações tendem a aumentar antes de o novo governo tomar posse, independentemente do resultado das eleições."
Jornal i
***
A verdadeira militância dos partidos do Bloco Central, o PS e o PSD, baseia-se praticamente neste numeroso exército dos designados boys. É a este nível que se pagam as fidelidades partidárias e se exerce o compadrio político. Os cargos que ocupam no aparelho de Estado são, na maior parte dos casos, de uma irrelevância e inutilidade extremas, e as elevadas remunerações atribuídas, um verdadeiro escândalo. Poder-se-á dizer que são a guarda-avançada do partido de turno na administração pública e nas empresas públicas.
Uma das causas do enquistamento da democracia repousa precisamente na existência deste exército de gestores e de assessores administrativos, aos milhares, que apenas servem, além de servirem-se a si próprios, para dar conteúdo ao prolongamento do partido nas instituições do Estado. E como eles são a seiva da árvore partidária desse bloco central, que se divide no exercício do poder político, pela alternância dos ciclos eleitorais, é impossível que os partidos, que o compõem, abdiquem deste voraz assalto ao cargo público, por mera nomeação governamental. Seria o seu suicídio. Assim, apenas o assassinato político poderá ser o veículo da moralização do sistema. E as eleições, mesmo que sejam as presidenciais, também servem para isto.

Sem comentários: