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terça-feira, 31 de maio de 2011

A Ratolândia: uma fábula exemplar

Mouseland, legendado em português
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Este vídeo e o texto transcrito em baixo já foram objecto de publicação no Alpendre da Lua, no passado 23 de Abril, mas com tradução em castelhano. Volto agora a publicá-lo, com tradução portuguesa, na esperança de esclarecer melhor aqueles portugueses que, segundo as mais recentes sondagens, se preparam para votar maioritariamente nos partidos do arco da traição. É importante que eles compreendam a diferença, ou a ausência dela, entre os gatos brancos, os gatos pretos e os gatos malhados. A fábula é de uma exemplaridade única, e cada vez mais retrata melhor a realidade política do país.
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Em Portugal, já fomos governados pelos gatos brancos, pelos gatos pretos e pelos gatos malhados. Os gatos destas duas cores até já fizeram uma coligação. Pouco a pouco foram alargando a portinha por onde se podia fugir, dizendo-nos sempre que seria para nosso bem. O que é certo é que eles já podem meter as quatro patas, para nos assaltar a bolsa.
Com esta fábula paradigmática e profundamente didáctica, Thomas (Tommy) Douglas, que exerceu cinco mandatos como primeiro-ministro do Canadá, fez uma arrasadora sátira ao sistema partidário das democracias ocidentais, e que tem a sua máxima expressão no bipartidarismo dos EUA. O poder muda de actores, mas, contudo, não muda de mãos. A sede do poder continua a residir na oligarquia financeira.
Julgo que Tommy Dougalas nem sequer tinha ideologia. Para ele a política era um meio para promover o bem-estar de toda a população. Foi por sua iniciativa que o Canadá instituiu o primeiro sistema de saúde universal e gratuito. Ele pertencia àquela estirpe de políticos que, abnegadamente, serviam o bem público sem se servirem a si próprios, o que nos tempos de hoje já é uma raridade, principalmente em Portugal.

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