Sócrates diz que taxa é resultado da metodologia do INE
O secretário-geral do PS considerou hoje que o indicador de uma taxa de desemprego de 12,4 por cento em Portugal é resultado da nova metodologia do Instituto Nacional de Estatística (INE) e da crise internacional.
Diário de NotíciasO secretário-geral do PS considerou hoje que o indicador de uma taxa de desemprego de 12,4 por cento em Portugal é resultado da nova metodologia do Instituto Nacional de Estatística (INE) e da crise internacional.
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Este homem até a matemática é capaz de enganar. É verdade que a alteração da metodologia no processamento do inquérito ao emprego mudou, deixando de ser presencial e passando a entrevista telefónica. Mas isso não altera a dura realidade que o país está a viver em relação ao desemprego, pois, mesmo considerando o modelo de processamento antigo, verifica-se que ele está a aumentar tendencialmente. Por outro lado, se o INE optou por ou novo modelo, é porque o anterior não era muito fiável. Caso contrário, não teria havido motivos que justificassem a alteração efectuada. Por isso, a taxa de desemprego calculada para o 1º Trimestre deste ano, 12,4%, é aquela que mais se aproxima da realidadede. E se à crise financeira e económica de 2008, pode ser imputada alguma responsabilidade, não podemos deixar de considerar a culpa deste governo, por inércia e desleixo, na evolução deste indicador sócio-económico.
Quando se chegou a 2005, ano em que o governo socialista conquistou a maioria absoluta, já se sabia que, desde o início da década, as exportações portuguesas não estavam a crescer o suficiente para manter a convergência da economia com a evolução das economias dos países da UE. Os tímidos crescimentos do PIB, inferiores à média da economia da UE, deviam-se ao maior peso do consumo público e privado. Nos seus dois primeiroa anos de governação, José Sócrates ocupou mais tempo a organizar as campanhas publicitárias para se defender das acusações de que era alvo, do que propriamente governar para resolver os assuntos do país. As grandes decisões, quase sempre envoltas em grandes polémicas, eram avulsas, e muitas delas eram incoerentes, pois obedeciam mais aos interesses privados instalados do que ao interesse público. O novo aeroporto, o TGV, o terminal de Alcântara e as parcerias público-privadas foram situações paradigmáticas desse conluio enttre o Estado e as grandes empresas. Quando a crise internacional chegou, estava tudo por fazer. As medidas assumidas para reanimar o sector exportador chegaram muito tarde, ao mesmo tempo que o consumo começou a sua fase de inversão, devido às medidas dos sucessivos PEC. A partir daqui, o desemprego começou a disparar. E vai, no futuro, continuar a crescer, devido à aplicação das medidas impostas pela trioka, que ainda irá agravar mais a situação.
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