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domingo, 29 de maio de 2011

Falta uma discussão séria sobre as causas da crise...


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Inquérito às causas da crise seria "muito útil" mas sem nomear culpados
O economista-chefe do Deutsche Bank, Thomas Mayer, considera que seria “muito útil” uma investigação em Portugal às causas da crise, mas recusou um inquérito em que sejam apontados culpados.
Para Thomas Mayer, a actual situação portuguesa é o resultado de “problemas estruturais” sobretudo após a adesão de Portugal à zona euro, quando o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu à taxa média anual de cerca de um por cento.
Recentemente, um membro do Banco Central da Islândia, Gylfi Zoega, defendeu que Portugal deve investigar quem está na origem do elevado endividamento do Estado e bancos, e porque o fez.
Também o presidente da Comissão de Inquérito à crise financeira (FCIC, na sigla inglesa) do Estados Unidos, Phil Angelides, aconselhou uma investigação semelhante em Portugal e na Europa, como forma de apurar os factos que levaram à actual crise.
Em entrevista à agência Lusa, Phil Angelides considerou que a decisão de realizar a investigação sobre as causas da crise portuguesa teria utilidade para determinar com rigor a história e as responsabilidades na crise e para estimular o debate informado.
Jornal de Negócios
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A crise tem causas, como não podia deixar ser. Umas próximas, outras remotas. E também tem culpados. Uns mais do que outros. Falta em Portugal uma discussão séria e desapaixonada sobre tudo aquilo que foi feito e correu mal. E os partidos do arco da traição (PS-PSD-CDS), porque estão comprometidos, não se atrevem fazer esse trabalho. A sociedade civil, remetida ao silêncio, não reage, excluída que está da exposição mediática das televisões, que correm atrás do osso, ignorando a carne. Os portugueses vão votar no próximo domingo sem saberem as razões concretas que conduziram o país a este abismo, com o risco acrescido de votarem maioritariamente naqueles partidos que, por muitas e variadas razões, algumas bem pouco edificantes, não souberam tomar as medidas certas no tempo certo. Vamos dar o remédio ao doente sem conhecer a doença de que padece.

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