Oli Rehn (fotografia do PÚBLICO) |
O comissário europeu dos Assuntos Financeiros, Oli Rehn, considerou hoje (16 de Maio) o empréstimo de 78 mil milhões de euros a Portugal “também necessário para proteger a retoma económica na Alemanha e as poupanças dos alemães”.
Em entrevista ao matutino Die Welt, Rehn afirmou que “ajudando Portugal, com critérios rigorosos, mas também com condições realistas, protege-se, simultaneamente, a retoma económica na Alemanha a as poupanças dos alemães”.
PÚBLICO
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Estas declarações de Oli Rehn constituem, de certa maneira, um esclarecimento antecipado e esclarecedor às afirmações de Christian Noyer, membro do conselho de governadores do Banco Central Europeu, que, de uma forma intencionalmente ambígua, como ontem aqui foi assinalado, considerava a hipótese da eventual reestruturação da dívida grega como "um filme de terror". Só que não dizia quem é que andava aterrorizado. Olo Rehn foi mais claro e objectivo. E agora percebem-se melhor as razões que levaram os dirigentes políticos dos países mais ricos da UE a quererem impor aos países da periferia um prazo de tempo absurdamente curto para normalizarem as suas contas públicas, exigência esta que contraria os princípios da racionalidade económica, como anotou criticamente Amartya Sen, prémio Nobel da Economia.
É claro que, quando Oli Rehn se refere à poupança dos alemães, é nos bancos alemães que ele está a pensar, e que entrariam em colapso, perante a declaração de bancarrota de um qualquer um dos países em dificuldades. Seria o fim da moeda única, que apenas favorece, devido ao seu alto valor, os países ricos da Europa.
Desta forma, a prosperidade dos países mais ricos está a ser garantida com os desumanos sacrifícios, que estão a ser impostos aos gregos, portugueses e irlandeses. Caiu a máscara da tão propalada solidariedade europeia.
Alexandre de Castro
http://economia.publico.pt/Noticia/oli-rehn-defende-que-emprestimo-a-portugal-e-necessario-para-proteger-as-poupancas-dos-alemaes_1494349
Alexandre de Castro
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