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terça-feira, 17 de maio de 2011

Golpe do multibanco


O golpe, que exige uma boa coordenação de movimentos entre os três elementos do grupo, que o executam, procura habilmente induzir o desvio da atenção da vítima e de uma outra pessoa, que, eventualmente, apareça, depois de iniciada a operação do saque, e que se coloque na fila da caixa do multibanco, a aguardar a sua vez.  
Quando a vítima começa a operação do levantamento do dinheiro, o primeiro elemento do grupo aproxima-se e coloca-se na fila. Se, entretanto, aparece outra pessoa para se servir da caixa de multibanco, avança o segundo elemento do grupo, que de uma maneira exuberante pede a essa pessoa uma informação. Para obrigar a incómoda testemunha a desviar a atenção, esse elemento do grupo gesticula com o braço, apontando insistentemente para na direcção mais conveniente. Quando a vítima carrega na tecla do OK, para as notas saírem, o primeiro elemento deita para o chão um papel amachucado, que empurra com o pé, e toca no ombro da vítima, ao mesmo tempo que lhe chama a atenção para aquele papel. Este é o momento crucial do golpe. A vítima abandona a tarefa que estava a executar e baixa-se para apanhar o papel. Com uma precisão milimétrica, e num movimento rápido, o terceiro elemento surge para sacar as notas que, entretanto, já estão a sair pela ranhura da caixa, desaparecendo rapidamente. Enquanto a vítima recupera a atenção e regressa à caixa do multibanco, o primeiro elemento do grupo de assaltantes também desaparece pelo lado oposto. Em cena, apenas fica a vítima, já desorientada, pois não encontra as notas, e o terceiro elemento, que o vai controlando com o olhar, enquanto continua a falar e a gesticular, com muita determinação, com a única pessoa que poderia testemunhar o assalto, mas que foi habilmente distraída.
O resto da história já o leitor conhece. É o costume. O resultado do saque foi divido por três e a vítima prometeu que nunca mais o apanhavam com na armadilha. Mas, armadilhas há muitas...

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