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domingo, 15 de maio de 2011

A bronca do ano: Director do FMI detido e acusado de agressão sexual

Dominique Strauss-Kahn, presidente do FMI
O líder do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss-Kahn, foi esta noite detido no aeroporto John F. Kennedy, em Nova Iorque, acusado de atacar sexualmente uma empregada de um hotel, avança o jornal "New York Times".
Diário de Notícias
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Dominique Strauss-Kahan devia saber que só em Portugal "é permitido" aos altos dirigentes políticos e às celebridades públicas infringirem a lei sem consequências judiciais. Se este episódio tivesse ocorrido em Lisboa, seria a vítima a ser presa pelo crime da difamação. Nos EUA, a lei aplica-se igualmente a todos, e não existe a possibilidade de bloquear a acção da Justiça com manobras dilatórias ou com os ocultos proteccionismos e clandestinas influências dos vários poderes instituídos.

4 comentários:

Graza disse...

Sabemos que estes ataques existem, são frequentes e quase sempre ficam impunes. Tenho porém uma dúvida: faz prova apenas a denúncia? Uma palavra contra a outra? Não é que me esteja apreparar para algum ataque! É apenas uma dúvida. Naife, talvez.

Alexandre de Castro disse...

Caro Grazina:
É com a formulação dessa pergunta que, em Portugal, para obstaculizar a acção da Justiça sobre as personalidades importantes do mundo da política e dos negócios, se dá início à posterior campanha da difamação e da cabala. Embora colocada como dúvida, ela transporta o gérmen de um verdadeiro argumento da defesa. E como argumento de defesa, não o posso aceitar. Acredito na versão das polícias, que actuam, após a denúncia, e apoiando-se em indícios e em provas consistentes, de acordo com o estipulado na lei. Depois, será aos tribunais que competirá a decisão.
Nenhum polícia cometeria a ousadia de prender o presidente do FMI, se não tivesse indícios seguros da sua eventual culpabilidade, a não ser que em Portugal já esteja a admitir-se como verdadeira a hipótese de que tudo não passou de um acto de vingança da esquerda portuguesa, devido à entrada daquela organização em Portugal.
Como se trata de um socialista de peso (mas que está à frente da mais cruel e perversa instituição do cruel e perverso sistema financeiro internacional), julgo que José Sócrates não vai enviar ao seu camarada, Dominique Strauss-Kahn, o seu manual, intitulado “Como se organiza uma campanha sobre a cabala”.
A este velório e a este enterro é que eu não vou!
Um abraço
Alexandre de Castro

Graza disse...

Alexandre.

Não me fiz entender bem, não estava a querer proteger ou entrar por essas vias que sacripantas destes não devem andar na rua. ou pelo menos não deveria ter colocado aqui a questão num caso destes, onde, as notícias são de molde a não deixar dúvidas. Tem toda a razão no facto de a minha pergunta fazer parte do álibi de muito farçola, mas não é por isso que a génese dela não se deixa de colocar para mim, que me tenho com uma pessoa de bem capaz de ter dúvidas destas, sem que elas não representem mais do que isso. A minha dúvida faz parte dos casos onde a dúvida persiste, sabendo sempre que é a mulher que tem que ser protegida de perguntas como estas.

Ouço agora que o ancião, já tinha antecedentes. Efeitos de “fminha”…é o que é!

Alexandre de Castro disse...

Na realidade, Dominique Struss Khan é reincidente. Há um ano ou dois, rebentou um escândalo em que ele era acusado de assédio sexual sobre uma economista do FMI. Eu já não me recordo bem dessa história, mas fixei que, apesar de ilibado judicialmente, não deixou de receber uma admoestação do conselho geral daquela instituição. Julgo que se trata de uma compulsividade obsessiva, que é uma doença do foro psiquiátrico, e que ele não pode controlar, e que deve merecer a nossa compreensão. Aliás, a sua tendência para gastar fortunas em fatos e carros de luxo, insere-se nesse quadro clínico. Isto é o que eu penso, pois não li nenhuma referência à doença. Isto não impede, contudo, que ele não tenha de ser afastado do cargo que ocupa. Ele vai sair massacrado deste combate, pois, nos EUA e nos países nórdicos, prevalece a moral protestante, que, ao contrário do que se passa nos países católicos, castiga socialmente estes casos. Os exemplos, principalmente nos EUA, são muitos, e os visados tomam sempre a iniciativa de se afastarem da vida pública.
Na minha resposta, eu apenas quis chamar a atenção que, no nosso país, estas situações, ou outras mais graves, que envolvam políticos e personalidades importantes da alta finança, nunca chegam aos tribunais, ou se chegam, a sentença fica-se pela absolvição, e, ao nível da opinião pública, aparecem logo dois partidos, um a favor e outro contra, por vezes escudados na partidarite política, mas que com o tempo tudo mergulha na penumbra do esquecimento e da apatia. A opinião pública portuguesa é pouco exigente e volúvel.
A Ética e a Moral são valores a defender na política e na sociedade, independentemente das ideologias. O desenvolvimento também passa por aí. E a mim confrange-me muito assistir ao triunfo da civilização dos porcos, utilizando a expressão do título de um livro célebre.
Escreva sempre que quiser, e com a máxima independência. Estes debates ajudam-nos a reflectir melhor e e a avaliar criticamente as nossas próprias posições. Eu, pelo menos, aprendo sempre alguma coisa.
Um abraço
Alexandre